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sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Brexit e Trump- O que anglo-americanos entenderam e "nós" não!


Antes de mais nada, e por favor, me incluam fora do "nós". Mas vamos lá tentar explicar o que foi que os ingleses e os americanos (e eu) vimos, e que uma boa parte do resto do mundo não vê e se vê, finge que não viu... Dizem que a "esquerda" europeia está fraturada, mas a Europa não tem esquerda. Tem políticos que se disseram de esquerda para se elegerem achando que era isso que o povo queria. Mas a verdade é que todo e qualquer povo quer trabalho mais ou menos, mas dinheiro sempre. Ou tem ou não tem. E assim, ideologias menosprezadas, o governo presta ou não presta. Com toda a razão a "esquerda" européia vai rachar de alto a baixo até mesmo porque lhe falta a "cola" do ardor ideológico. Se me pedissem para classificar este tipo de politico, diria que se aproximam muito da bandidagem cleptomaníaca.

A percepção - Em termos de preocupações, O mundo vive não só do presente como de recordações. Os mais "educados e conhecedores" vão buscar recordações nos livros pelos quais estudaram e pelos fatos recentes de que se lembram para traduzir a percepção de que algo vai mal e precisa mudar. Os menos educados e conhecedores limitam a sua percepção dos fatos aos tempos recentes e de uma ou outra conversa de troca de idéias que tiveram na vida. Mas ambos se lembram apenas do que mais os impactou! A principal diferença entre as nações do mundo é que em algumas os cidadãos conseguem ou "fazer a cabeça do governo" ou cortar-lhe a cabeça, e o governo procura atendê-los. Em outras os cidadãos não se preocupam e entregam seus problemas a Deus e aos políticos, sendo que alguns políticos  entregam seus problemas também a Deus, e quando divergem do povo, Deus fica indeciso a quem atender. Outros querem influir nos governantes, mas as gentes armadas não permitem e vivem sob terror dissimulado num estado de "síndrome de Estocolmo".

O que os ingleses entenderam para apoiar o Brexit e surpreendeu todo mundo.

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1- O povo britânico tem educação e conhecimento. Sobretudo convicção da ordem. Ao  minimo sinal de desagrado popular de um governo ele cai sem nem pestanejar em 24 horas. Quase todo mundo se demite. Ou seja, politico se disser que faz tem que fazer. Se não puder avise e explique-se, mas já não vai agradar tanto.
2- O povo britânico viu chegar em 2008 uma crise por causa de deficientes administrações de banqueiros internacionais, mas desconfiou dos banqueiros. Em 1929 tinham dado um golpe em Wall Street (EUA). Agora, em 2008, foram humildemente alegar que as "bolhas" imobiliárias foram mal administradas, pediram perdão ( nos EUA) e os governos de todo o mundo, lhes cederam verbas públicas sob excelentes condições de empréstimo. Em um ano os Bancos apresentaram lucros e deram dividendos... Ora ora ora... Alguns governos "doaram". Britânicos não confundem publico com privado. A partir daí, na União européia viram a economia alemã e francesa estabilizar, os gregos dando pra trás nos pagamentos dizendo-se socialistas quase marxistas, e chegaram a pedir indenização de crimes de guerra. Ora este tipo de pressão, com um reino unido trabalhador vendo os seus impostos "desperdiçados", fora das principais resoluções do bloco dominado por franceses e ingleses, soou-lhes como "meio idiota"... Mas houve algo mais... Olhando para investidores internacionais, incluindo os ingleses, repararam que investiam muito mais em outros países criando desemprego nas Ilhas britânicas... Parecia que a Globalização tinha ido longe demais. Os interesses do capital prejudicavam o desenvolvimento da nação. George Soros era um exemplo do capital sem bandeira.
Como nunca abdicaram da velha e boa libra em favor do Euro, quando a oportunidade apareceu, disseram YES (we can) para a saída da União Europeia. Por outro lado, o futuro da economia mundial anda tao incerto como a partir de outubro de 1929. Melhor se garantir.

Qualquer coisa fora disto é propaganda, jogo de interesses. Isto expressa o pensamento britânico, muito parecido com o americano.

O que os americanos entenderam para apoiar o Trump e surpreendeu todo mundo.

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Viram o que os ingleses viram, mas de uma forma pior. Mas o primeiro impacto foi em 2008 ver o dinheiro de seus impostos ir parar nas mãos de banqueiros para ajuda-los, enquanto o governo não os ajudava a pagar seus imoveis. Essa foi a crise de 2008. Algumas cidades se transformaram em cidades fantasmas como Detroit. O padrão de vida americano deteriorou-se. Numa terra de "self-made men", agora com a participação feminina na competição, a intervenção do estado como no caso do "Obamacare" parecia retirar do americano comum aquele prazer de dizer "eu fiz sozinho" "eu fiz por mim mesmo", "Yes I can"... Aparentemente Obama queria fazer por todos, e embora o povo americano seja socialmente uno face a problemas comuns, no que tange a competir é como se a nação inteira fosse uma imensa Las Vegas: Ganha a vida quem jogar melhor, tiver mais sorte, "whatever", seja o que for! E há coisas intocáveis nos EUA: O porte de armas. Todo o homem tem o direito de se defender. Imagine-se um estado como em Cuba que quer acabar com o direito de se ter uma  arma... E se um dia forem apanhar um americano para levá-lo para um "paredón", ele não vai defender-se seja contra quem for???
A luta contra o comunismo ainda está na mente de muitos americanos vivos... Nunca se imaginou que um "comunista" como Bernie concorresse à Casa Branca! Perdeu evidentemente, mas resolveu depois se unir a Hillary Clinton e não somaram votos. Foi um enorme erro de Hillary Clinton. Um erro do marido dela, que nunca foi socialista. Nem comunista. Mas ambicioso era! Nem Obama era socialista, nem Hillary. Simplesmente eles faziam o jogo de quem financiou as suas eleições. Mas enquanto Hillary gastou verbas milionárias no processo eleitoral, Trump não gastou quase nada. Jogou com a verdade de tentar fazer da América uma grande nação outra vez, com tudo o que a frase implica. Todos os países do mundo deveriam estar fazendo a mesma coisa.  Agora Cuba não se aguentará, nem a Coreia do Norte, nem quem quiser 'benevolências" financeiras. Trump também viu que a globalização foi muito longe, longe demais, acima dos interesses nacionais.

Evidentemente, os interesses da nação acima de tudo! É isto também que uma boa parte do resto do mundo não vê e se vê, finge que não viu.   

Rui Rodrigues

Notas Para meu quase que exclusivo gaudio (todo mundo contra Trump, Brexit, Impeachment da Dilma, etc), li hoje duas notícias sensacionais no "Le Monde":
1- Apesar do Brexit, das nações do grupo do G-7 quem mais cresceu economicamente foi o Reino Unido!...

2- A Esquerda européia está "Fraturada"...

Ora quem não sabe... Umas nações da União Europeia reduzem o crescimento para outros passarem bem e arrecadarem juros enquanto outros como a Grécia, são pagos pra continuarem "fazendo numero" fingindo que o grupo é unido e evitando efeito dominó. É isto que fratura a "esquerda" europeia , mas não só... O que a ajuda a fraturar são três outros efeitos a) Trump e b) Brexit e c) A teimosia dos "esquerdistas" em dar murro em ponta de faca e não enxergarem, nunca, o óbvio por um motivo  muito simples: Se enxergarem, aquele socialismo impossível que restou do comunismo morre definitivamente por falência de todos os órgãos, resultante da impossibilidade matemática de dividir igualmente entre todos e ainda sobrar para o social e reativar a vontade de trabalhar... Acabam por dividir entre uns poucos e aumenta a corrupção, mais ou menos como a Cristina da Argentina que pediu dinheiro a Bancos não queria pagar e disse que os banqueiros eram abutres. Ela já sabia que eram abutres quando pediu emprestado!  

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