Pesquisar este blog

sábado, 7 de janeiro de 2017

Terra... Um Planeta Prisional ?



Imagem relacionada

Ainda havia judeus vivendo em guetos sob controle alemão e outros que viviam clandestinamente quando as tropas russas invadiram Berlim. Nesses últimos instantes do III Reich em que já se sabia das atrocidades do Holocausto, podemos imaginar o sentimento de algum ser sofrido, tocado pela desgraça, de ter a oportunidade de ver aquele coronel alemão voltando de seu trabalho torpe da Gestapo e ver que de repente, como um raio, um morteiro lhe caía a um par de passos, fazendo-lhe voar uma perna, um pedaço de braço, um olho grudar no vidro da janela mais próxima. Ver o coronel ainda vivo, gritando de dor, tentando recolocar, pateticamente, uma divisa que lhe caíra do pedaço de manga que se fora com o braço. Quem não ficaria um pouco mais feliz?

Resultado de imagem para libertacao de qaraqosh

Alguns jornalistas e cristãos no Iraque foram apanhados pelas forças do Daesh (Isis), vestidos com roupas cor de laranja, enfileirados e sumariamente degolados sem um choro, uma cara de dor, um som, nada... Quando as tropas iraquianas e curdas incluindo voluntários ocidentais invadiram a cidade de Qaraqosh muitos viram como morreram alguns daqueles homens vestidos de preto, que degolavam cristãos... Nosúltimos instantes tentavam trocar de roupa, jogar fora as vestes pretas, mas oódio herdado da guerra Irã-Iraque ainda pairava no ar. Com gritos ou sem gritos, poderia julgar-se quem sofreu mais, muito mais, mil vezes mais nos últimos minutos de permanência  dos últimos degoladores na cidade, escorraçados por iraquianos, curdos e ocidentais. Não há coisa pior que querer morrer para acabar com o sofrimento, e fazerem sofrer ainda mais num clima de completa impotência...

Imagem relacionada

Quando não se querem ver evitam-se o contato. Trocam horários se moram no mesmo prédio ou rua. Evitam-se se moram no mesmo apartamento. Quando um chega da rua o outro já está dormindo. No escritório, pedem para trocar de departamento ou trocam de empresa, e alguém pede demissão. Em prisões isso é impossível, ainda mais quando estão superlotadas, e o uso de drogas é comum e corrente. Pior ainda quando a população prisional se divide em duas facções. O ódio aumenta incontrolavelmente quando o pessoal  da carceragem toma partido e começa a permitir a entrada de drogas, objetos, armas, municiando as partes beligerantes. Pode municiar uma facção ou as duas. Como podem tentar justificar um caso desses dizendo que não sabiamEm assuntos de corrupção, a primeira coisa que implicitamente se compraé o silêncio da parte comprada. E quando o ódio da competição explodiu sobraram 54 corpos trucidados num presídio e 30 em outro, cada um em um Estado: Amazonas e Roraima. Em breve se espera que em algum outro presidio aconteça o mesmo. Pavlov já fez essa experiência com ratos. Eles se assassinaram mutuamente com traços de crueldade.
Este nosso planeta, para quem não sabe, é uma prisão que está ficando superlotada. Que não se espere decréscimo de ódios e violências. Seria muita ingenuidade! Nosso planeta, do qual não podemos sair é de fato uma prisão, como naquele conto do "Pequeno Príncipe" em que o príncipe é um rato de Skinner ou uma matilha de cães de Pavlov sujeitos a privações em espaço reduzido...

Rui Rodrigues 

Nenhum comentário:

Postar um comentário