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sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Minha carta ao papai do céu

Querido papai do céu.


Deves estranhar a carta por que nem é Natal e estamos naquela parte do ano em que a gente não percebe bem se o Natal já passou ou ainda vai chegar, mas senti vontade de te escrever. Na verdade, como sabes de tudo, eu nem precisaria escrever-te, mas quero deixar por escrito para me lembrar, se valer a pena. 

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Minha mãe já morreu. Vivo à beira mar mais por causa dela. Gosto do marulhar das ondas, assim como gostava do marulhar da bolsa em que eu vivia, quente, flutuando seguro no útero dentro dela. Depois que saí, até já lhe pedi perdão pela dor que lhe causei, três quilos e meio, mais pra mais que pra menos, mas esta vida não é fácil para ninguém.

Prometem-nos o Paraíso, mas de vez em quando sinto uma nostalgia vinda somais agudo do fundo do miocárdio, ao pensar num viajante do tempo que viesse a este planeta depois de cinco milhões de anos ausente, w que iria embora triste, porque a Terra se tinha modificado tanto que achava que já não era a sua velha Terra... Ou aqueloutro viajante que tenha ficado ausente de sua velha terra depois de 70 anos e não encontra ninguém de seu "tempo", vê tudo mudado, e vai-se triste porque achava que aquela já não era a sua velha Terra. 

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Ora diz-me porque modificas tanto este planeta, que até aquilo de que nos lembramos se perde e nem podemos levar para o paraíso... Não se perdem apenas os "bens materiais".

Diz-me também se andas alterando o paraíso...
Talvez a eternidade venha a ser um chip com pilha solar, pra ser eterna, que possa funcionar com luz das estrelas e de qualquer estrela, e ser jogada no espaço a caminho do fim do mundo. Sozinho, esse chip, senão sai briga e outro chip o elimina, que nem tudo muda.

Ora diz-me se o Paraíso está virado pra norte, sul, este ou oeste, se está muito cheio e quem o habita, ou se é pior que bussola em meio a tormenta eletromagnética. Se for parecido com minhas terras, talvez aceite ir. Quem me promete paraíso é pior e mais ignorante que cabo eleitoral...


Carpe Diem e toca o barco!!!

Rui Rodrigues

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