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domingo, 19 de fevereiro de 2017

Percepção- Episodio II- O exército da discussão

Prólogo do episódio I- (que ora se repete porque continuamos perceptivos):

Muitas vezes desejamos dizer algo que achamos importante, mas "faltam-nos" palavras ou não sabemos exatamente por onde começar. Nesta fase, antigamente, os escritores costumavam encher seus cestos de papel com papéis amassados com meia dúzia de palavras escritas. Boa parte servia para acender a lareira. Quanto a mim e desta vez, tentarei não me preocupar com o início nem com o fim, mas com o meio, porque há coisas que nunca se sabe como começaram nem porque terminaram ou como vão terminar. As épocas podem ser quaisquer, porque enquanto houver vidas, a percepção persiste. O prólogo vale para todos os episódios de percepção de vida.

O Exército da Discussão
Algures no Rio do Tempo

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De vez em quando as palavras nos saem da boca ora como mel, ora como fel. Por vezes não queremos que pareçam nem mel nem fel, mas nos saem azaradas, por vezes azedas, outras vezes sutis, dúbias, vingativas, acusadoras, como exércitos de sons que podem ser traduzidos em letras, armados com machados de "tês", lanças de "is", ganchos dolorosos de interrogação, amarras de aspas, e as gritantes vogais que nos buzinam a paciência. Em alguns casos, trata-se de "ato falho", como assim classificava o Sigmund Freud. Nem percebemos que deixamos abertos uns certos portões da prisão do cérebro. Outras vezes queremos alertar, machucar só um pouco, mas acabamos por fazer um tremendo estrago, muitas vezes irreparável, ao mandarmos para os ouvidos dos outros a tropa de sons, ou uma simples guarda avançada. Parece uma tropa de choldraboldras. Quem sabe, melhor seria fechar a porta do quartel e não dizer nada, ou montar um serviço de inteligência para a tropa de letras choldraboldras.

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- Ó Júlio...
- Pôxa, pai... Já disse que Júlio é o marido da sua filha! Porque não me trata pelo meu nome, Salsedo?
- Desculpa... 
- Pois é, pai... Tudo bem! Mas volta e meia o senhor repete isso.

- Carlão!... Estou tentando contactar o pessoal da nossa turma para o segundo jantar de confraternização, depois de quase 30 anos depois da formatura. Desde 1971. Ano passado foi um sufoco pra juntar pela primeira vez. Uns podem num dia, outros em outro... Mas este ano está mais difícil...
- Éramos apenas 27 mais 5 da segunda época. Uma pena que não se consiga juntar esse pessoal. Parecíamos tão amigos. Porque tem que ser sempre você, caro Jacob, a juntar a turma? Acho que se eles não querem, a coisa fica forçada... 
- Vou desistir dessa merda, porra!...
- Então vamos repetir a cena do dia em que confirmamos a formatura: - Partimos do Campus de Engenharia da UFF, e vamos parando em tudo que for bar de um lado e do outro da rua e em cada um tomamos um "traçado" pra comemorar!!!!...

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- Aqui não se come queijo todos os dias!...
- Ora ele nunca tinha dito isso para seus filhos, e sempre levava queijo. Totalmente injusto e despropositado. Porque diria a filha isso? Freud poderia explicar... Quem sabe a mamãe. Cabeças fazem-se ao longo de anos. Anão com alforge de gigante é sempre o "must da bagaceirada", mesmo tendo os alforges carregados pelo comedor de queijo, o mesmo que tinha sido o dono da mina dos ricos bens que possuíam... Sobretudo, além de "revanchismo" inexplicável, tresandava a mesquinharia. Não seriam elas "difíceis", ou melhor, eram mesquinhas????

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-E como seria um bom exemplo para a seleção natural do Darwin?
- Deve ser como ele... 
1- Das crianças da sua aldeia, que brincaram com ele até os 11 anos, porque passou algumas férias lá desde os 4 anos, não se sabe, mas pelo que consta muitos emigraram e ele não sabe dos outros. Nunca os encontrou nas redes sociais. 
2- Dos seus 22 amigos que deixou em Lisboa, um morreu de ataque cardíaco ainda muito jovem, e os outros 21 como soldados no Ultramar.
3 - Do cursinho de pré-vestibular, ele foi o único que passou...
4- Dos 450 alunos que começaram o curso universitário de engenharia, ele foi um dos 27 que conseguiram economizar um ano por crédito de matérias...
5- O único que trabalhou para as duas maiores empresas de engenharia do mundo em cargos de chefia.
Mas isto não se escreve nos currículos. Um dia ele foi na Promom (uma empresa de consultoria de gerenciamento de construção), ali de frente para a Urca, para procurar emprego. O chefe em sua mesa no meio do salão, tripudiou do sujeito, dizendo em voz alta:
- Escuta esse currículo aqui, pessoal... Empresa tal, chefe disto, empresa qual chefe daquilo, gerente... Diretor... Gerente... Cara!!! Lamento muito, mas com esse currículo, tu vai é me tirar deste emprego... Lamento, cara, mas não tem vaga prócê não... Escutou-se a risada geral dos puxa-sacos do chefe!

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- O que precisamos é saber que cada povo, cada comunidade, cada família, tem um "mapa" cerebral que a diferencia das outras. Você não pode dirigir, negociar, se não trocar as senhas de seu mapa e se os outros não trocarem seus mapas mentais com você... Não haverá nunca acordos. Haverá guerras!... 
- Então, mestre... Qual o segredo do sucesso pleno? 
- Não há! Não são os donos e detentores da excelência que galgam o topo das pirâmides do mundo. Os melhores, os excelentes, são da periferia, felizes em seu isolamento, incompreendidos pela maioria ignota... Para galgarem o topo devem ser inocentes úteis, que sirvam a alguém, algum grupo. Politico por exemplo, é um holograma... Melhor, é um "Holograna"... Ganha grana para ser artista na arte de defender quem pagou sua eleição, sem deixar de, aparentemente, representar o povo!

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Havia coisas, ou há coisas, que jamais se esquecem, e que somente outros percebem. Foi quando os dois irmãos foram no apartamento da Tijuca. O pai dele disse para o irmão, o tio dele, referindo-se ao filho dele:
- Olha, pelo tipo, ele não se parece muito com ele.
E disse o tio dele:
- Qual nada... Ora tu não vês as pernas cabeludas dele... 
E fica aquela coisa... A percepção... A percepção que coincide com velhos pensamentos, com viagem até a Argentina, o hábito adquirido no prazer de traicionar e de gozar... Realmente pernas cabeludas não é como se fosse uma impressão digital... 
O pai já morreu! 
Inquirida, sobre a dúvida, a anã paraguaia, disse certa vez: - Nossa ... Já faz tanto tempo!... 

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Não sei se entenderam a tal da percepção... Mas se sua esposa não tiver câncer de útero, qualquer coisa pastosa e branca que saia da sua vulva, não é gozo... É esperma do "Ricardão" que acabou de sair de seu apartamento onde também estava sua esposa não faz mais de duas horas... E o guri  vai de visita sozinho na Argentina onde a mamãe dele tinha ido de férias 9 meses antes dele nascer... 

Histórias destas colhidas ao longo de corridas como pião de trecho fazem supor que por vezes nem se precisa ir na Argentina para se ter uma  aventura... Pode ser o colega mais feio, que joga vólei com você... Como ela mesmo dizia, a mulher  dele, "trair e coçar vai só do começar" - parecia  uma questão de honra como se ela acreditasse que ele não acreditava, tantas vezes repetia, nos tempos em que já chutava o pau da barraca e perguntava assiduamente se se separasse, como ficaria a divisão dos "bens"... Mais que pra mais de meio pra ela, naturalmente, disse ele, considerando a economia da parte dos advogados, que seria o justo a pagar pela lei, mas não pela justiça divina, para se ver livre de satanás de quem tem nojo eterno, te arrenego 3 vezes 3 vezes... O que vale é a felicidade de cada um, porque quando falam de egoismo, falam os egoístas que não dividem sua própria felicidade com ninguém, assim como os socialistas nada dividem, porque o que querem é mais ou tudo dos outros,possa o Estado ou não.
"Constrói-se"! Dia a dia, domingo a domingo, entre amigos, uma "imagem" do diabo que casou com a mostrenga... Ou vice-versa... Depende sempre de quem fala mais... A propaganda é a alma do negócio, quantas vezes uma injustiça que corrói filhos e amigos, anos a fio... Todo mundo trai...  Basta coçar!!!!    

Aleluia!!!!!

Segue-se o Episódio final de No III, de percepções que, a  serem verdades, teriam que ser indecifráveis.   

Rui Rodrigues 

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