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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Baia da Guanabara- Elegia ao invisível

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Primeiro foi o comércio da Rio Branco à Praça XV que mudou muito e nem os restaurantes têm mais o charme de "antes", quando antes não tinha uma conotação de tempo politico. O antes antes do "antes" era apenas uma noção de tempo. Agora o antes tem uma azeda conotação política. Depois foram os pares de trilhos dos bondes que cobriram de asfalto ou retiraram, e que agora substituem por três trilhos para o mesmo efeito, mas que atualmente estão por ali inertes, ainda sem bondes VLT que cheguem à Praça XV... Na Europa e nos EUA nunca arrancaram trilhos de bonde nem acabaram com os bondes... Devem ser uns idiotas!

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E finalmente a água da Baia de Guanabara, batendo ali, suja, marrom, porca e imunda, no assoreamento do ancoradouro, quando "antes" era apenas água. Todos os dias saía da UFF para ir para a Tijuca onde morava, ou para a PUC de meu mestrado incompleto, ou para o meu estágio em Ramos ou para o aeroporto do Galeão. Conheço bem o lugar, e nas barcas as pessoas conversavam. Ouvia-se o chiado carioca. Agora navega-se em isolamento termo-sócio-acústico. Algumas coisas não mudaram. Podem ver-se farmácias, nenhuma com neon de "Ph", mas não se veem freiras pelas ruas nem padres de batina, nem militares. O que mais se vê são vítimas prováveis de ladrões, meia dúzia de policiais "encarrados" ou "veiculados" e ladrões que só se enxergam quando já estão em cima de nós... 

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Desculpem, mas não sei o que esta foto faz aqui, tão fora ou tão dentro do contexto... 

Vi uns sapatênis porretas na vitrine por R$ 59,00, só tinha aquele e era o meu numero!... Vá ter sorte assim lá na Megassena em dia de acúmulo acumulado! Não apareceu nenhum artista global nem politico para me cuspir. A comida a quilo já não é como aquilo que se usava na comida quando era para ser comida, digerida, apreciada e ficar-se com o sabor na boca. Agora serve para se alimentar e tirar onda. Um sujeito bem falante que estava momentaneamente sem dinheiro, carregando uns sacos de qualquer coisa que não se via, disse que estava com fome e se podíamos pagar-lhe um bolo e um refrigerante porque estava com fome. Claro!... Agradeceu em nome de Deus, mas a mim e minha companhia jamais nos passara pela cabeça importunar Deus com tão pouca coisa, ou sequer invocar-lhe o nome em vão... Há modas que não sei...

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Olhei as barcas e os assentos... Muito aço, pouco pano almofadado, canelas batendo na dureza, alguns tampos das laterais já ausentes, feitas na China. Imagino a negociação: 
- E quanto custam se não tiverem assentos almofadados nem proteção para as canelas??? E se tirarmos as TVs para distração??? E se os motores não forem tão potentes??? E se fossem feitas de papelão???
- Não senholes, de papelão não fablicamos senão vão dizel que nossas balcaças são uma melda!
E lá se foram mais 6,5 bilhões de reais doados pelo Temer para o Pezão que tinha câncer mas já não tem, tinha dinheiro publico e também já não tem... Assim, chutando de "Trivella", deve ter gente dizendo Amem!!!!

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Não.. Decididamente, os pastéis de camarão a R$ 8,00 cada estavam salgados demais porque compraram os ingredientes mais baratos, cozinharam tudo de uma vez, e usaram sal demais para gastar menos energia elétrica em refrigeração para conservar até a fritura. As Eineken a 12,00 foi um assalto legal! Mas um dia não são dias... A apoteose ou a elegia do ontem sempre chega pela manhã do hoje ou do amanhã... 

Rui de Janeiro, perdão,
Rui Rodrigues 

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