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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

À procura de um milagre qualquer...

Verso prósico prosaico 

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Medita Um, 
Dança todo mundo

Olhar o céu à procura de um milagre qualquer,
Qualquer milagre, não importa qual, 
Que se precisam de tantos, um deles, só um,
Já nos seria de grande valia.
Mas o céu nunca nos trouxe milagres, 
Embora as catástrofes, todas elas, 
Tivessem perdido a importância.
Nunca nos lembramos dos vencidos,
Por vezes só dos rastros,
Quando e se, a última vez nem lembramos!...
Em que desgraça de forma de poder
Estaríamos agora atravessando, 
Que de tantos nomes que lhe chamam
Faz parecer os filósofos políticos de cordel.

Grita Um, 
Cantam todos

Nem um pássaro nos céus, todos espantados,
Não era procissão, que essas passam devagar, 
Eram ruas vivas, pulsando, como coração
Que move pernas, braços, cabeças, cópulas,
Ali mesmo, no beco, na praia, Apê ou Motel,
Ao som batucado de andores sem santos,
Mas com anjas desnudas, peitos arfantes, 
Mancebos e anjas, do céu, que os infernos,
Esses, não fazem parte das notícias,
Nem ninguém transmite em direto, 
O inferno é aqui, sem milagres, 
Pode ser em qualquer lugar, qualquer tempo
Independente de idade, para qualquer um. 


Sem padres nas Igrejas,
custa caro manter e orar. 

Imensa a procissão dos calados, 
Gente da moda que pára para ver novidades,
Mas não compram, apenas comentam,
Morrem agarrados a mortalhas, 
Preguiçosos do pensar, ativos no julgar,
Há sempre um corvo nos céus, uma gaivota
Sob as nuvens, um carneirinho pra contar, 
Uma hiena na pradaria, uma carcaça de gnu
Mostrando as cavernas de nau expostas ao mar.
Um carro batido, um morto perdido na bala,
Drogas citadinas fazem da cidade uma droga,
Ministros duvidosos assinam sem preocupação, 
Porque quem nomeia retribui os favores,
E ir nas Igrejas pra tomar bençãos, orar,
Pedir a Deus pelos pobrezinhos como ricos, 
Com tudo tão caro, incluindo a manutenção,
Sugestione-se, assim como em sexo a sós,
E ore pela Igreja Virtual, que Deus nunca,
Mas nunca mesmo, proporciona show ao vivo.

O rebanho

O rebanho engordou, continua pastando,
Sempre sobre duas pernas, mas engordou,
Pesa muito mais, dizem-lhe para comprar,
Compra em dobro, dizem pra vender, também,
Dizem pra responder não sabem, 
Falta-lhes conhecimento, mas não admitem,
Torneiros inexperientes podem presidenciar,
Motoristas de caminhão também, e viúvas
Cocaleiros, bandidos, escroques e vilões,
Chamam-lhe de democracia, que burrice seria
Se não lhes faltasse o conhecimento,
Daquele que não se aprende nas escolas, 
Mas o da conformação pelas Igrejas e templos.
O fiel é sempre fiel, pode ajudar sempre
Enquanto não mostrar as costelas, depois, 
Por ai em qualquer lugar, por falta de lar
Se pode morrer como anjo decaído...
E ir para o céu.
Diga Amém, mas só se for de Ontário,
Que a culpa não é dos outros!
Os milagres não chegam dos céus.
Nos céus há nuvens, estrelas, aviões. As aves estão morrendo!
Carnaval, gente bonita, ruas porcas.  

Rui Rodrigues

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