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terça-feira, 21 de abril de 2015

Quando fui o gerente do Paraíso




Quando um dia me chamaram para ser chefe do Paraíso, deram-me as chaves e as instruções. Musica clássica todos os dias durante o dia todo. Nunca houve problema até por volta de 1920, quando começaram a chegar os primeiros daquela década...

Um belo dia, entre uma música e outra, ouviu-se alguém elevar a voz e perguntar:

= E vai ser só musica clássica? Não vai ter Lindy Hop?

E outra voz se elevou, e como a cada década morre mais gente que na década anterior, já eram muitos os que queriam escutar lindy hop em vez de musica clássica. Resolvi então dividir o dia em duas partes: Lindy hop pela tarde, e clássica  pela manhã...

Mas depois chegaram os da década de 30, 40, e quando chegaram os de 50, foi um rebuliço, porque tínhamos que ouvir muitos tipos de música... E aquele rock era de matar!...

Até que chegou o chefão e mandou desligar a vitrola celestial. o Paraíso tinha virado um inferno. Mas não foi por causa dos gêneros de musica... Foi pela dissidência entre os condôminos, cada um querendo a sua, segundo o chefe, mas para mim foi porque o chefão já não aguentava tanto barulho e não podia continuar dormindo como parece estar desde o big-bang...

Por aqui a musica que vem de palácio é sempre a mesma coisa, que mais parece o roer de ratos, ratazanas, roedores de todos os tipos, incluindo uma anta gigantesca que é quem abre os pacotes de papel impresso, e notificado, devidamente pelo tesouro nacional.

® Rui Rodrigues 

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