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segunda-feira, 1 de junho de 2015

A natureza, hoje, vista do meu posto de observação.





A natureza rege-se por leis. Não tem cérebro para escolher a quem matar com um raio, casas que inundará, aviões que cairão. Não. Não tem cérebro. Se tivesse poderíamos culpá-la, mas sabendo coexistir nela, como se fosse o ventre de uma mãe que jamais nos irá parir, passa a ser confortável, agradável.

Além dos contumazes e alegres papagaios que todos os dias passam ora a caminho de sua praça de alimentação na APA do Pau Brasil, ora a caminho da ilha que tem o seu nome e que fica a uns escassos três quilômetros da praia do Peró, passou um exército estranho de nuvens baixas. Pareciam cavalos, bois, pássaros, aves, dinossauros, carneiros de montão, adamastores, tão baixas que me parecia que lhes poderia tocar com as mãos.

Mas com mãe que não se pode dar conta que tem filhos no ventre, há que ter todo o cuidado. Tinha pensado em sair para a mata verde, caminhar até a praia, mas hoje também desisti. Raios vindos de nuvens baixas já enfrentei e quase fiquei surdo do meu ouvido esquerdo, lá no Rio Grande do Sul, terra de gente buena, de lindas prendas de saias rodadas, campos abertos entremeados de capões, ovelhas guachas, bom vinho, bom churrasco e bom mate, tchê.


E Deus deixou que a natureza se gerisse a si mesma, o que é de grande reconhecimento à Sua Obra. Depois descansou e como o Universo é infinito e não precisa gerir a natureza, não importa onde esteja. Temos que saber conviver no ventre da mãe natureza. É muito linda nossa mãe, cheirosa, florida, carinhosa. Basta estar atento. Ela não tem cérebro! Útero maltratado de mãe pode impedir o nascimento de filhos, pari-los com defeitos, matar a flora uterina. A vida ficaria quase impossível e certo dia de milhares de anos poderia parir vida completamente diferente. 

® Rui Rodrigues 

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