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quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Carta aberta a Angela Merkel





Sra Angela Merkel: Leia a história sobre a invasão do Rhur[1] (1923-1924)


Prezada senhora, (ignorante como todo e qualquer político “representativo”)


Não sabemos nós, europeus embasbacados, a quem ou a quais representará V.Exa. Sereníssima, mas certamente não será ao povo alemão, e por tradição, muito menos aos povos da Europa dos “não sei quantos” que se uniram para resolver os seus problemas e progredir. Como estou temporariamente num estado latente de abstemia de riso, não rirei, mas jogaram todo o progresso no lixo. Dirá que não tem culpa nenhuma e que a defenestração do progresso europeu se deve a maus governantes, governantes corruptos, e terá até muita razão, mas não toda. Não me diga que todos os governos incluindo o da França, da Inglaterra, dos EUA, de Portugal, da Espanha, da Itália, da Grécia, e de tantos países do mundo em crise de arrebentar com os miolos, com o fígado e os rins, o sistema erétil, o próprio esqueleto que de muitos não consegue ficar em pé por falta de alimentação, eram ou foram ou continuam sendo corruptos.

Ninguém acreditaria, a menos que fosse tão ignorante como V. Exa Sereníssima.

Deve V. Exa Sereníssima, em sua ignorância serena, representar a banqueiros que querem, a qualquer custo – eles banqueiros não são políticos e os políticos não entendem nada de capital – receber o que em risco, investiram. Mas como, em época de crise, se pode pagar o que em tempo de vacas gordas (nenhuma referência ao estado físico de V. Exa Sereníssima) parecia esmola de pobre, vintém sobrante de rico, pataca furada com defeito de fabricação? Não se falava tanto em “Europa a duas velocidades?”.

Então, lembro a V. Exa Sereníssima os tempos das vacas magras da Alemanha em 1923, sofrendo uma inflação desmedida, quando com tantas dificuldades para pagar uma pesada dívida de guerra, praticamente impagável... Quê? ... Há! Sim... Aquela guerra de 1914-1918 que a Alemanha também perdeu sem saber ainda que perderia também a de 1939-1945. Por essa época, a Alemanha era devedora de uma pesada – e na minha opinião, também exagerada dívida de guerra – impagável até para uma potência como a Alemanha, da qual, nós cidadãos regidos por políticos corruptos até nos orgulhamos de sermos “sócios”.
Sua colega, Sereníssima, a França, agia na época como V. Sra Sereníssima está agindo agora. Cega, embrutecida, ignorante, com o maior exército do mundo – É isso mesmo, em 1923 a França tinha o maior exército do mundo – invade a zona do Rhur. A França exigia ainda mais do que foi estipulado em Versailles.

A comunidade internacional começou a olhar a Alemanha com simpatia por causa da truculência francesa. Em 1925, a França que também tinha problemas econômicos retirou-se do Rhur.

Adolf Hitler, esse nojento e aleijão humano que a pátria alemã pariu desgraçadamente, não esqueceria esse ato ásnico francês e certamente foi até o Panthéon em Paris e deve ter urinado no tricórnio ( o chapéu) do Napoleão. 

Negociar, ao longo da história, reconhecendo cada um a sua parte dos erros, costuma ser de bom tom e revela sempre progressos. Mas querer impor impossíveis, a mando de banqueiros que mal administram porque  estados corruptos lhes dão as bênçãos, costuma ter efeitos devastadores.

Aconselho V. Exa Sereníssima a ler história e aprender um pouco de economia. Quanto aos banqueiros, aconselho a não aprenderem política com V. Exa. Seria um desastre. O mundo já não agüenta pessoas como a senhora. E definitivamente, fazer inimigos em política não é nada bom, a menos que se deseje iniciar uma terceira guerra mundial a “fundo perdido”.

Rui Rodrigues


Fotos: Sua Exa Sereníssima e soldado francês em 1923 face a um impávido e despreocupado cidadão alemão do Rhur. (despreocupado por que a desgraça era tanta que ser invadido pelos franceses era apenas mais um detalhe sem a mínima importância) 

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