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quarta-feira, 6 de julho de 2016

Besteirol acidocrático e acidocritico politico-religioso


Hoje resolvi dar-me um tempo e escutar o que dizem aqui nas mesas do Bar do Chopp Grátis, para me distrair. Apanhado assim, de mesa em mesa, o que se ouve não faz o menor sentido, porque se perde o "propósito", a razão das frases e tudo parece besteirol. Tivesse-se acompanhado a conversa desde o inicio, sem desperdícios, talvez o sentido fosse diferente. Que se pense o que se quiser.

(Na mesa numero 13, um casal lia "falas" de uns cadernos, como se estivessem estudando alguma peça de teatro "pós-neo-moderno-futurístico"). Na foto, o Papa Leão X, o Papa da Ostentação, pintado por Botero. Devia ostentar umas coisas e esconder outras. Era "normal". A Igreja mandava no mundo, era sustentada sem trabalhar, assim como os socialistas e comunistas sempre quiseram. 

- Que papais, Papa?
- Papo papas! E vós?
- Empipo pipas, pois!
- E que papais então?
- Pupas aplastadas de papaias.
- Poxa!
- Papa... Dizei-me da história da Chapeuzinho vermelho...
- Naã... Naã.. A História é da "Chapeleta rosada"...
- Chapeuzinho vermelho...
Naã... Naã.. Chapeleta e rosada... Os Lobos são os sacerdotes, a chapeuzinho representa as criancinhas que têm que ir vê-los desde pequenininhos mesmo que não entendam nada, a vovozinha foi a primeira a dar pros lobos, a mãe inocente mandou a chapeuzinho para o templo levando os óbolos numa cestinha, o lobo estava na sacristia com a avó que já tinha chegado antes. O lobo, isto é, o sacerdote, já tinha comido a avó, e a salvação foram os caçadores que não trabalhavam para os templos porque trabalhavam para o Rei. O conto deve ter sido escrito na Inglaterra depois que a Igreja evoluiu para Anglicana, onde quem manda é o Rei ou a Rainha e não o papa.
-Porque nunca nos disseram isso, Papa? 
-Porque iriam para a fogueira. Seriam queimados vivos. Tempos de Inquisição.
- E agora, Papa, que papais vós? De onde vos vem essa vontade de não ter vontade, mas ter outras vontades?
- Há muitos subterfúgios e disfarces, e para quem tem paciência, e controla a fome, a espera pode ser um prazer ainda maior.
- Dizei-me Papa... Quem por ora também mais papais, Papa?
- Papo papas, como a Pepa! E vós! E vós?
- Empipo pipas, pois!
- E que papais então?
- Popas de papaias atrás das pipas e papas de milho rei.
- Poxa!

(Essa peça não faria grande bilheteria. Na mesa ao lado, a numero 23, um casal...) 


-... E de repente, eu vi-o. Era um espírito porque eu conseguia ver do outro lado dele. Era transparente. Olhava para tudo com curiosidade como se nunca tivesse visto aquelas coisas que eu tenho lá em casa... Você sabe, o celular, a TV, geladeira, fogão, as luzes dos equipamentos e da casa... 
- Era homem ou mulher? Que roupa usava?
- Não sei como era a moda do antigo Egito, nem se usavam todos as mesmas roupas, mas pela voz parecia ser mulher. Fiquei ali um tempão vendo o que fazia. Parecia que ele não me via. 
- Então falou contigo? 
- Tentou... Quer dizer, tentamos, mas nem ele falava português nem eu falava a língua dele. No paraíso ou no limbo ou inferno para onde Osíris lhe tenha mandado o espirito, não deveria haver aulas por lá. Falar inglês então, impossível, porque naquele tempo a língua inglesa ainda não tinha surgido. Mas nós nos entendemos por gestos... 
- Como assim? 
- Ele fez sinal com a mão abanando-a perto da boca pra cima e pra baixo e entendi que estava perguntando por comida.
- Espíritos comem?
- Devem comer, numa outra dimensão, acho...E abri a porta da geladeira para ele ver o  que tinha dentro. Achou interessante uma batata. Assei uma no microondas, passei requeijão cremoso, abri uma cerveja. Ele não usou garfo nem colher. Bebeu do copo. Fez uma cara muito boa da cerveja. Gostou muito.
- Que marca?
- Uma dessas de promoção.
- No dia em que tiver promoção de cachaça, o mundo vem abaixo, todo mundo falido. Fez gestos de mais alguma coisa para se comunicar?
- Entendi que queria escrever alguma mensagem pelos gestos. Dei-lhe papel e lápis. Ele apanhou um prato, sentou-se no chão como os antigos escribas egípcios e hieroglifou uma mensagem. Peguei meu computador e pesquisei os alfabetos no Google. Traduzi. 
- E o que dizia a mensagem?
- "Eu sou a tua primeira encarnação". 
- Então... Se és o meu espirito, como podes estar aí e aqui no meu corpo ao mesmo tempo? Eu me passei para a tua dimensão, viajei no tempo, ou tu viajaste no tempo, como funciona isso?
- E o que ele disse?
- Melhor tu acordares agora!

Parei de ouvir o sujeito falar e dei uma olhada por debaixo da mesa.  Vi perfeitamente a mão da moça segurar o prepúcio do rapaz por debaixo da mesa do bar. Estava todo de fora. Ela não desgrudava os olhos languidos dos dele. Percebi que as mãos dela eram suaves, leves, e seus movimentos com ritmo lento, determinada a dar-lhe prazer. Na outra mão, segurava dois guardanapos, acaso um não fosse suficiente. Por isso que mantenho as luzes do bar sempre em ambiente de luz de velas. Não esperei para ver. Passei para a mesa ao lado, a 03.


- ... E seria tão mais fácil agradar ao povo do que a dois mil políticos da câmara, do senado e do Tabernáculo - bebidas grátis, pastéizinhos de lagosta, etc - onde se guardam os livros das leis... Como sabemos, aprende-se tanta coisa nova, todos os juízes plantavam vinhas... E por herança, (seria mesmo herança?) não se pode imaginar a santa missa regada a água benta... Alguém chegou e disse: - "E faça-se o povo idiota, ignorante e cordato, para podermos governar"... E Logo se fizeram duas coisas: O povo e o PT... Mas esta história tem que ser recontada... No momento dá azia...
- Os livros sagrados precisam ser reescritos...Quando pela primeira vez foram reunidos os primitivos escritos, a "inspiração" divina não era ainda tao perfeita como agora... Naqueles Tempos os deuses eram guerreiros, faziam-se escravos, havia haréns, bebia-se muito e os sacerdotes usavam substancias que hoje são proibidas. Nem se sabia que a Terra era redonda. Os muçulmanos já começaram com Kader Abdolah, um iraquiano emigrado, impressionado com o 11 de setembro...Ele acha que muito do que foi escrito tem que ser revisto quer para refletir as verdades já comprovadas pela ciência, quer para não provocar certos tipos de violência por falta de clareza nas suras. Se Maomé vivesse nos dias de hoje, escreveria as suras de modo diferente.

- Nossas religiões são muito primitivas. 
(E em outra mesa, um casal falava sobre a noticia do dia)



- Hoje foi deflagrada a operação Abismo... Sinistra!!!!
Prenderam mais um "contador-caixa" do PT... No "hoje" destes tempos, a coisa anda abismal, lúgubre, profunda, assustadora... Os que agem nas trevas nos contemplam, sem saberem o que faremos com eles, e nós,... E nós .... Caracas !!!! Nós também não... O que será feito com eles?  Devolverão todo o dinheiro? Serão presos? serão substituídos por outros  que roubarão mais ou menos, menos ou mais?  Quem são os chefes da quadrilha dos políticos? Serão os juízes? Porque não prendem Lula e Dilma? E porque soltam todo o mundo?  


(Finalmente passei pela ultima mesa, a 03, e fui anotar do que me lembrava mais  ou menos. Pode ser que tenha confundido alguma coisa e não tenham dito o que disseram como vos disse.)

- Visto assim, também o Islamismo nos parece uma religião como as outras, voltada para o "bem"... Todas querem paz, tranquilidade, bem estar, todo mundo igual sem pobres, muito pão, amor, saúde, e dizem que dinheiro não é importante...

Os muçulmanos também... São gente como a gente, em que não há ninguém igual a ninguém porque somos todos diferentes a começar pela genética, passando pela genitália e acabando na dialética!

Depois das festas, procissões e comemorações, voltamos a ser todos iguais e voltamos a pegar em paus, pedras, facas, bombas e armas de todos os tipos para nos "amarmos" uns aos outros, como deus nos ama...

Onde andam os "Deus", meu Deus, os das promessas, que inspiram livros e somem?


® Rui Rodrigues

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