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sábado, 27 de janeiro de 2018

Preocupação com as recordações.


Estou muito preocupado com as minhas recordações.
Tenho uma porção delas, todas em bom estado, semi-novas, mas não quero vender para não as perder, nem emprestar para não correr o risco de não me devolverem as benditas, e não dar, porque entre dar e vender melhor vender, que pelo menos ficamos com um lucro pra cobrir inflação, manter os bens...
... Assim nesta indecisão, fico sem saber o que fazer com elas.
Pensei em deixar minhas recordações na "Nuvem", mas nuvens Leva-as o vento, assim como os tempos levaram o Betamax, o super-8 e as fitas cassete. Pensei em botá-las num livro, mas quando fui na biblioteca reparei que "Marimbondos de Fogo" ninguém leu nos últimos 30 anos. a gente fica sem saber como que o homem pode ser da Academia de Letras se ninguém o lê e é muito mais conhecido como político corrupto.

Mal comparadas, as lembranças dele e as minhas não têm público e quando se lembrarem dele será sempre pelo aspecto de fora da lei acobertado pela lei apenas por que é político.
Dirão que as recordações hão-de ficar com os descendentes, mas os descendentes nem sempre se lembrarão, assim como não me lembro de avós e avôs que nem sequer conheci... Parece que minhas recordações vão todas para o vinagre, azedar no tempo...

Então pensei em Deus. ele poderia guardar as minhas lembranças, mas logo me perguntei por que raios elas lhe interessariam, com tantos bilhões , trilhões de gentes deste planeta contando com os que já morreram, ainda vivem e ainda hão de vir, sem nem falar em outros panetas deste universo... que tamanho deveria ter Deus para catalogar todas as recordações... Onde as guardaria... E para mostrar a quem ? Com que finalidade ?

Então conclui que Deus não poderia existir apenas para guardar nossas recordações. não serviriam para nada. também nos podemos perguntar para que serve deus, com um mundo destes que chegou a este ponto, mas seria uma blasfêmia, e por isso pensei na Praça XV no Rio de Janeiro, ai de onde saem e onde chegam as barcas Rio-Niterói e Niterói Rio e Charitas Rio e Rio Charitas... Lá montam uma feira de velharias a que chamam de antiguidades, que me parece ser aos sábados-feira. Essas antiguidades também são lembranças, mas pensando bem, elas não nos contam grande coisa. Não vêm com manual descritivo de fabricação, proprietários, e algumas são famosas porque ninguém queria e ficaram raras. No seu tempo não valiam nada.
A gente, nós e as gentes, não deveríamos nos preocupar com as lembranças. Elas só valem e nos são valiosas quando certificadas pelo tempo de nossa existência, como biblioteca para fatos semelhantes do quotidiano com os quais as podemos comparar e assim tirar alguma vantagem. Chamamos a isso de experiência. Por isso não reclame de sua vida "difícil"... Suas lembranças servem para todos, enquanto nos lembrarmos ou tivermos alguém que se lembre e possa dizer:

- Os egípcios acreditavam que se fossem embalsamados poderiam ser julgados no tribunal de Osíris e ir para o céu, mas quem era pobre o embalsamamento era ruim e nem chegava na fase do tribunal. Até cães, gatos, ibis e crocodilos embalsamaram. Mataram empregados para os servirem no além.
E ouvir:
- Besteira. Isso são lembranças de alguém que pensou alguma coisa e escreveu deixando as lembranças, assim como quem . escreve histórias. É besteira acreditar em lembranças dos outros sem nada para comprovar... Ainda hoje há notícias "fake", propagandas de marqueteiros.
E concluir:
- Nada que não se possa verificar, testar e comprovar a qualquer tempo, é credível. Por exemplo, dizer a uma pedra pra pular e ela pular. Se disseres: - Pula pedra, e a pedra pular, podemos ter certeza que és Deus, mas vai ter que mostrar isso para toda a humanidade o tempo todo, porque não podes privilegiar uns com tuas demonstrações e outros não... Porque se acreditaria na palavra dos outros se dos outros nem todos falam a verdade 
???... E verdade que não se pode comprovar,  como 2+2=4, não é verdade.

Rui Rodrigues

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