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quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

O auto da "Indicada"




Companhia Teatral de sucesso há mais de 13 anos leva a publico uma peça revolucionaria e polemica pelo inusitado da situação (e da oposição) cujo tema, irritante, se baseia na disputa pelo metro quadrado mais caro do mundo: Os terrenos da Praça dos Quatro Poderes de Brasilia.

Antigamente a Praça se denominava "Dos três poderes", mas para que fosse possível a realização da peça foi necessário criar o poder dos Juízes para legalizar - e tornar "muito legal" - os outros três.

A peça se intitula " O Auto da Indicada", e é de autoria de um dos autodidatas mais famosos dos últimos 30 anos, que, curiosamente, mal sabe ler e escrever, mas aprendeu cedo a criticar sem se importar com a verdade, baseando suas criticas em atividades comunistas e socialistas pre-queda do muro de Berlim. Todo o texto foi ditado, porque a caligrafia do Autor é praticamente ilegível e inelegível. O New York Times chegou a pensar contrata-lo como colunista, mas o Autor não fala "Ingreiz".

A montagem foi idealizada por uma trupe de excelentes atores que foram arrebanhados, por assim dizer, por companhias de teatro particulares que os indicaram para que fossem escolhidos através de voto entre o publico. Uma vez escolhidos os atores, eles mesmos nomearam seus substitutos. Entre eles há escroques de ficha suja e alguns com ficha ainda limpa, conhecidos do publico por evasão de divisas e desvio de verbas em cuecas, sutiãs, meias, baus, malas, malinhas e maletas, financiamentos ilegais, e outros crimes de menor valia. A grande maioria desses atores têm outros amigos presos, o que é legal, e também legal, mas o publico sai do teatro se perguntando porque uns estão presos e outros não. Segundo assessores da direção isso se deve á falta de educação, mas o publico não quer entender porque razão o quarto poder, constituído de juízes nomeados pela Indicada por indicação do Autor, tem mais poder que os outros três que, mesmo comprados por votação vendida, era prerrogativa unica exclusiva do publico.

O financiamento do espetáculo somente foi possível graças a grandes empresas privadas que no passado escolheram o autor. Na atualidade, dirigida por uma indicada pelo autor da peça, a companhia de teatro se auto-financia através de varias formas: Ou por rombos nas contas publicas, ou por desvios de empresas publicas, ou mistas com entidades privadas, e pela cobrança de ingressos que são os mais caros do mundo. Para manter a companhia, em cada grão de areia de bens que se compra, o publico paga impostos que beiram os 50%, e no inicio do ano seguinte cerca de 40% num imposto único a que chamam de "Me ensina a fazer Renda que eu te ensino a Roubar".


O clímax da peça é atingido quando a maioria dos atores em palco decide substituir a Indicada por ter arrebentado com o caixa da companhia, tendo contra si até o quarto poder que é o dos juízes que ela mesma tinha nomeado. A indicada não sabe falar em publico, é tatibitate mandona, escuta mal, e tem titulo acadêmico altamente duvidoso.

Exaurido pelos impostos e desvios de verbas e financeiros, o publico prefere assistir á peça do lado de fora cercando a Praça dos Quatro Poderes em grande manifestação verde e amarela, porque, com toda a falta de razão e por todos os motivos, nada se opõe ao que chamam de cambada de ladrões. Não adianta chamar a policia ou as forças armadas. Elas adoram teatro.


A peça deveria ficar em cartaz até que um juiz substitua a Indicada, como fica obvio pela legislação, mas o publico de saco cheio espera, dia 13 de dezembro, ás vésperas do Natal,que substituam a Indicada pelo Autor por uma Indicada pelo próprio publico, e exigir que nunca mais as forças democráticas lhe empurrem merdas para votar. Motivo maior ainda, que, alem de serem obrigados a assistir a este tipo de teatro, o publico ja enfurecido ainda paga oa impostos mais altos do mundo, os juros mais altos do mundo e os salários da trupe mais altos do mundo. Membros da trupe negam tudo e dizem não saber de nada.

O palco esta montado na sede de todos os quatro poderes.

Rui Rodrigues

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