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domingo, 20 de dezembro de 2015

Enterrem meu coração numa curva do rio de janeiro




Olhei o céu e vi um Sol empinado, bem a pino, muito maior que a Lua, irradiante de branco resplandecente, vibrante e quente... Poucas e temerárias nuvens brancas, vaporizantes, encavalitadas umas sobre as outras sem o minimo respeito...Lembrei-me das verdes pradarias americanas, rios passando cheios sob a admiração de índios, aldeias de tendas, cachimbos da paz, e de um rio especial onde um deles queria enterrar seu coração, numa curva muito particular...

Sai porta fora e comecei a rodar em círculos, batendo os pés, agachando e levantando as pernas com um espanador na cabeça, vestindo uma zorba, pitoco de guimba nos lábios... Chamei por Manitu... - Onde ta tu , Manitu? Manda chuva, Manitu... Faz chover...

Depois, invocado, invoquei todos os deuses vivos, xingando-os, mas nenhum me respondeu... Nem a bem nem a mal...

Lavradores, crentes, operadores de mananciais de água potável, gente carente de água, rogando a bem ou a mal, perderam para os engarrafadores de água, fabricantes de filtros solares e curtidores de dias ensolarados de praia...

Deuses injustos, que nunca ouvem os carentes!!!!!!

Enterrem meu coração na curva do rio de janeiro, onde não hajam balas perdidas, nem políticos de plantão...

Rui Rodrigues

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