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domingo, 19 de julho de 2015

A “Química” do Futebol e a química dos perfumes...





Futebol é negócio e emoção. Palmas incitam, sobem o moral... Vaias solapam a emoção, baixam o moral. Com moral baixo os times podem ganhar, com moral baixo é quase certo que perderão muitas partidas. O negócio do futebol é tetralionário, a emoção não tem preço.  



O que aconteceu com o Vasco da Gama que até já foi para a segundona e agora está na zona de rebaixamento? Com o Santos que de repente também está lá, com o flamengo dos altos e baixos, com o fluminense, com uma porção de clubes brasileiros e já aconteceu com a seleção brasileira naquele jogo contra a França em que o Ronaldo Fenômeno surtou de noite e perdemos o jogo contra a França? Um treinador sabia o outro não! O Flamengo contratou um ídolo nacional, o Ronaldinho, e de repente o persegue desestabilizando a torcida, o time, e o que aconteceu com a Portuguesa Santista? E os 7 a 1 da Alemanha?



O que se passa no futebol que não se percebe à vista desarmada, nossos ouvidos nada escutam, ninguém fala nada? Qual é a “química”?



Qualquer coisa seja o que for, que pareça aceitável, “bom”, agradável, quando atinge os píncaros do exagero, estraga-se não no conceito, mas nesse exagero que passa a prejudicar. É como perfume. Em exagero chega a enjoar, afasta as pessoas. Mas há quem ganhe muito dinheiro com os tais exageros. É a química, uma seqüência de eventos em que preparam e misturam ingredientes para se obter um ou mais produtos. Fórmulas químicas são complexas, o futebol também. Os resultados são sempre previsíveis. No caso da química utilizam-se matérias primas, matérias provenientes de varias combinações entre elas, aromas, bases, álcool para evaporar, fixadores para manter o perfume por mais tempo, água, e usam-se métodos testados e estabelecidos para a obtenção de cada composto químico do perfume.



No futebol há os interesses das firmas que patrocinam o clube. Elas financiam o clube, mas podem impor escalações, comprar jogadores, demitir jogadores, e pode ser que nesses patrocinadores haja alguém que aposta em concorrentes e em bolsas de apostas, e contribua para resultados negativos. De olho nos lucros, podem obrigar á venda de jogadores, a criar instabilidade para que o clube perca o jogo e eles ganhem na bolsa de apostas de Londres, ou comprem outros jogadores. Podem levar á venda de Estádios ou á venda de outros patrimônios do clube. Apenas os patrocinadores? Não... Qualquer pessoa ou instituição influente no clube pode fazer isso, incluindo a diretoria por conivência ou falta de percepção, de forma mancomunada ou por conta própria.

Por exemplo, se o objetivo é favorecer um outro clube não por paixão, como é a do torcedor, mas por dinheiro, uma diretoria mancomunada ou não com os patrocinadores pode perfeitamente ás vésperas de um jogo jogar umas gotas de produto químico num copo de café de com leite, de forma que o jogador tenha visões noturnas, pesadelos, sinta medo, e não se encontre em condições de jogar no dia seguinte. A equipe poderia ganhar o jogo sem ele, mas sendo líder, exemplo, o time perde o moral, desestabiliza-se, sente a perda e perde o jogo. Evidentemente que apenas uma ou duas pessoas na equipe técnica pode saber disso, e é possível que um trate as coisas com calma e o outro diga que foi uma surpresa, que não sabia que o jogador não poderia jogar aquela partida, por total falta de condições. Poderia ser por apostas na bolsa de apostas. Essas coisas são combinadas fora das câmaras, na beira da piscina, no campo de golfe, não há testemunhas, nem troca de e-mails.



O fato é que, afora o trabalho dos árbitros que pode ser melhor ou pior, de forma premeditada ou não, as leis do futebol também não permitem correção de erros constados durante a partida. Todos sabem que foi um erro, mas o erro é validado, o que vai contra a maré de justiça que se espalha pelo mundo. O mundo não suporta injustiças, nem comunistas nem socialistas extremados, nem extremados capitalistas, nada que ultrapasse os padrões de justiça pode ser considerado como aceitável nos dias de hoje. Ainda mais sem explicação alguma, ou mesmo com explicações que não convençam a ninguém. Engole-se, mas vomita-se... Torcidas vomitam seu fel. Situação previsível, a direção sai, mas sai bem sem prejuízos financeiros. Com um pouco de carisma e em ultima instância ainda pode vir a reeleger-se. O mundo perdoa mais do que certamente deveria, mas são as “regras” de eleição que enjaulam a vontade popular, dos adeptos, eleitores, sócios e torcedores. Grupos de apoio apresentam as chapas que concorrem á eleição e não há alternativas para além das que são apresentadas com muita propaganda financiada por quem tem interesses econômicos. Na política é a mesma coisa.



São tantos os fatores que influem na baixa de moral de um time, de um clube, de uma seleção, e tão tênues os laços que agregam a vontade de vencer, que, tal como na química dos perfumes fica difícil dizer que ingrediente é o responsável por um resultado tão “perfumado’ do produto, com características duradouras quando usado na roupa ou no corpo, sem manchar... Alguns ainda protegem contra os raios de sol, aqueles que atrapalham goleiros.



Que o futebol precisa mudar, não há dúvidas. Hoje pertence a uma “máfia” tal como se comprova nesta crise de legalidade e justiça no seio da FIFA. Imagine-se ao nível de confederações, de federações, de seleções nacionais. Como que um pênalti mal marcado, que pode ser verificado por câmaras pode definir um campeonato, arrasar uma torcida por um ano, uma seleção por quatro anos, acabar com um clube?



® Rui Rodrigues 

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