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domingo, 24 de abril de 2016

Se Dilma falasse a verdade - Entrevista a prazo.

Se  ela falasse a verdade, nesta entrevista que ela não deu, poderia ser mais ou menos assim, como em confessionário, mas sem pedir perdão, considerando-se que há verdades que nunca se dizem. Ou não poderia ser assim? Afinal, no mundo da imaginação, tudo pode ser possível. O sigilo e o segredo, acompanhados de mentiras, são os fertilizantes da imaginação. A foto é de Dilma espampanante, insinuante, toda sexy, radiante, na entrevista com o Jô Soares. (Aqui entre nós, em conversas pelas mesas do Bar do Chopp Grátis, muitos clientes pensaram, pelo figurino, olhar, pintura, que estivesse disfarçada de mulher fácil, de rodar bolsinha em saguões de hotel de luxo. Muito velhinho babou, outros sentiram saudades). 



Repórter:- Dizem que a senhora foi uma terrorista terrível, mas a ditadura lhe deu liberdade. Como foi esse processo?


Dilma : - Eu era e sou uma contestadora sem me preocupar se estou certa ou errada. Aprendi a contestar de nascença. Sabe aquela frase "Hay gobierno? Soy contra!"...Se todo mundo gosta de coca-cola, eu tomo cachaça. Se todo mundo defende a policia, eu defendo o ladrão. Se todo mundo guarda dinheiro, eu distribuo dinheiro. Se todo mundo dá aos pobres, eu dou aos ricos... Era assim na casa de meus pais, foi assim no colégio. As pessoas ficam impressionadas, caladas, quando você contesta de forma inusitada, e isso me dá a sensação de poder sobre os outros. Confundo-os. Entrei para a guerrilha mas nunca dei um tiro. Eles queriam. Mas sou do contra. Quando fui presa, por culpa deles, tinha sido instruída para não falar nada. Falei e me libertaram. Sai ilesa e fui estudar. A ditadura não era dura para quem falasse e por outro lado os companheiros me perdoaram porque fiz parte dos que os libertaram. Digo perdoaram, porque nunca souberam de minha delação premiada.


Repórter:- Como foram suas relações com Lula desde o começo? 


Dilma: - Lula sempre contou comigo como o seu braço armado se um dia viesse a necessitar. Eu queria a porrada no sistema, mas ele fazia o gênero "devagar e sempre". Dei muito dinheiro ao Lula que recebia dos chineses e soviéticos, cubanos e de outros países comunistas. Depois que o muro de Berlim caiu, vi que o comunismo estava com os dias contados. Depois a URSS se tornou capitalista, a China também, mas Lula resolveu aproveitar os ecos do socialismo e do comunismo na América Latina para convencer o eleitorado. Lula era a esperança, e eu estava desiludida: Na porrada eu não conseguiria nada, e nunca fui muito valente, para dizer a verdade. Nem eu estava mais interessada no comunismo ou no socialismo. Minha meta era fazer com que a classe média pagasse, o povo pagasse por não nos terem entendido quando precisávamos, durante a ditadura. Sempre estivemos juntos, Lula e eu. Um dia me disseram que eu precisava de um diploma, formar-me. Frequentei a universidade, e me arranjaram um diploma de economia. Economia nunca foi o meu forte, nem as matemáticas. Se fosse de direito, tudo bem, mas eles erraram ao me empurrar para a economia. Com diploma não me poriam em cela comum. Não sou de violência, mas como contestadora, desacato autoridades por hábito e necessidade. Dai a me  indicar para presidente foi um longo caminho. Lula sabe que faço o que me mandam, porque nasci assim. Como sou contestadora e sei que não posso estar sempre certa e os outros ficam contra mim, prefiro que os companheiros decidam. Não fui eu quem idealizou os ataques a bancos, os raptos, no tempo da ditadura. Eu fazia número com eles. Era mais uma e de vez em quando nos divertíamos muito.         


Repórter:-E nas eleições em que se reelegeu, como acha que ganhou tendo tão pouca aprovação popular, e tudo indicava que Eduardo Campos, ou Aécio Neves, um dos dois, iria ser eleito?  

Dilma: - Sobre a queda do avião que matou o Eduardo, lamento muito. Nem eu mesma sei o que realmente aconteceu. Sei que falam coisas e aquele assunto do Celso Daniel, mas deixa pra lá... O Aécio era muito fraco. As urnas eram eletrônicas, pagamos muito bem a cabos eleitorais, usamos o poder de contestar sempre os adversários, estando certos ou não. Na politica mente-se e nunca se fala a verdade mesmo com provas. Negamos sempre, temos que dissimular. Sempre contratamos os melhores marqueteiros que sabem como iludir o povo ignorante. O povo é ignorante. Quando tem fé, confiança, acredita até no diabo se este lhe fizer promessas. As eleições foram ganhas realmente por dois motivos. O primeiro porque injetamos muito dinheiro nas empresas que fazem previsões, aquela coisa de "pesquisa de opinião". Começaram informando que eu ganharia com larga margem. Era mentira. Fizeram a opinião popular e o povo foi atrás. Mas logo comecei a cair porque não sou muito boa de falar, e de vez em quando me atrapalho e não sigo o script. Segundo, foi a sala em que o Toffoli ficou sozinho trancado. Ninguém mais poderia ver o "clique" em que, de perdedora, num segundo eu passaria a ganhar por três por cento. A oposição se calou porque pretendia usar o mesmo truque nas próximas eleições. A empresa das urnas já deu problemas em outros países e elegeu o Maduro da Venezuela e outros presidentes. Os americanos não querem nem ouvir falar nesse tipo de urnas.  


Repórter:- Dizem que a senhora é marxista e tem idéias próprias. Afinal, quem decidia pela senhora o que fazer em seu primeiro e segundo mandatos?           


Dilma: - Não tenho idéias próprias propriamente dito. Sou uma contestadora de tudo, como já disse. Achei bacana o marxismo do Stálin que arrasou com os políticos inimigos na porrada, e se a comida não dava pra todos, resolveu diminuir a população sem que nada vazasse no alto comando. Mandou matar milhões de russos principalmente ucranianos. Aqui isso é impossível. Quando conheci o Lula, achei que ele poderia ser aquele homem forte que botasse ordem no pais e obrigasse todo mundo a seguir a mesma cartilha. Também gostava do Mao Tse Tung da China. Como nunca fui a primeira da turma, nem a miss simpatia, todos me rejeitavam no dia a dia, uma forma de lhes poder mostrar que o menos pode ser mais e se impor, era seguir a carreira politica, impondo-me nem que fosse no berro como os generais, e o pessoal que mandava em mim nas células terroristas. Queríamos o comunismo como forma de ninguém nos poder tirar o poder. Mas como disse, depois que o comunismo foi pro brejo, o que restou foi o dinheiro e o poder. Segui Lula. Lula sempre foi o meu comandante. Ele que me dizia a palavra final sobre nomeações de ministros, medidas provisorias a assinar, a compra de Passadena, a gestão da Petrobras, BNDES, BB, CAIXA,e ministérios. Quando não era ele, me dizia pra atender fulano ou sicrano. O problema é que a ambição nossa foi tanta que não deixamos nada para a oposição. Faltou pouco para acabarmos com toda a oposição e instaurarmos uma ditadura de esquerda, daquelas vingativas, como a do Maduro e do Fidel. Mas só encontramos uma meia duzia de gatos pingados pra indiciar desvios de verbas e roubos em geral. Nossa turma do PT roubava tudo para comprar votos no senado, na Câmara, no STF. A oposição queria poder, mas nós só dávamos uma pequena parte de dinheiro. O resto serviria para o luxo e para comprar votos nas eleições. O Vaccari arrecadava. Quem mandava distribuir era o Lula no governo e o Falcão no partido.


Repórter:- Dizem que a senhora é honesta...Mais honesta até que o Lula...        

Dilma: - Sou mais honesta que o Mujica, mas Lula, coitado... Disse isso da boca pra fora. Lula é rico, tem gado, sítios, fazendas, apartamentos, os filhos estão ricos. Mujica, um tapado bronco não sabia  governar e tirou onda deixando abertamente que outros governassem. Foi um terrorista também. Eu tenho para os gastos sem precisar trabalhar para o resto da vida mesmo  que o Estado não me dê aposentadoria. Veja só... A maioria do pessoal abre contas no estrangeiro, em paraísos fiscais, abrem offshores, usam laranjas... Depois descobrem e são apanhados. Eu sou mais esperta. Tenho umas caixinhas com quilos de diamantes em lugares seguros onde não assaltam ninguém. Sempre alguém registrado na  conta pode dar um pulinho nesses bancos, abrir uma das caixas, e me trazer uns pacotinhos numerados e selados de diamantes. Vendem-se no mercado e pronto: O dinheiro aparece sem ser declarado. Meus herdeiros herdarão mais do que herdei de meus pais, mais que a rainha da Inglaterra, aquela velha coroca. A esquerda no poder podem até vencer, mas levamos nossa parte. Eles vão rir porque nos venceram, e nós vamos rir muito mais porque ficamos com a grana toda. Nossos opositores são uma grande piada. Pode fazer as contas, que os rombos foram de trilhões de reais ao longo de todos esses anos. Vocês não têm ideia... 

Repórter:- E se abrirem o sigilo de suas contas? O que verão?  

Dilma: - Nossa... Verão muita coisa. Nem imaginam como distribui aquele dinheiro, mas não se atreverão a abrir, porque tem muita gente boa no esquema de doações sigilosas. Financiamos até eleições em países vizinhos. Mas imaginemos que abram o sigilo. Lembra do Ronald Biggs, o do assalto ao trem pagador da Inglaterra? Nem foi preso. Viu quanto tempo os presos do mensalão e do petrolão ficaram presos? Se for presa, esse tempo eu aguento na prisão em cela especial por ter diploma. Em dois anos estou fora sem ter que devolver nada. Nossas leis protegem sempre o capital, quando se divide o que se tem com eles. Collor está crivado de delações e provas e continua no senado. Porque acha que isso acontece? E o Maluff? Esse é um assunto da lei e como esses políticos sempre se reelegem, têm foro privilegiado. Mas quem indicou os juízes foram eles mesmos... Isso sempre faz com que se pense que os governantes são honestos. Compram-se pessoas do alto escalão no Brasil há séculos. Você não perguntou mas vou dizer. Sabe a lei Rouanet? Ela foi liberada para beneficiar os artistas que saíram nas ruas no tempo da ditadura, e que tão boa propaganda fizeram dos movimentos revolucionários: José Abreu, Chico Buarque, Jô Soares, e outros. Quem não se pronunciou naquela época não se beneficia da lei. Espero que não derrubem esta e outras leis e doações, e não façam uma limpeza geral desfazendo tudo o que aprovamos. Eles sustentam a ilusão.  

Repórter:- Bem... Chegamos ao fim desta entrevista que não deverá ser a ultima. Tem algo mais que gostasse de dizer? 

Dilma:- Gostaria de dizer que como contestadora, não gostei do PT apesar de todo o bem que me fez. Minha carreira politica acabou-se, irei presa por pouco tempo, se for, vou arrastar muita gente também se forem covardes e não me defenderem, porque eles também levaram. Ou acha que aquelas verbas milionárias, de fim  de ano que eu dei para projetos de senadores e deputados, vão ser usadas mesmo em projetos? Por outro lado também gostaria de dizer que aquilo dos médicos cubanos foi outro engodo, e que tudo o que falam contra mim é quase tudo verdade. Fizemos o diabo mesmo. Somos muito bons em fazer o diabo. Quando quero me faço de otária como me fiz naqueles interrogatórios da DOPS, do DOI-CODI. Eles nunca apostaram no meu QI. QI, como você sabe, significa "Quem indique" e quem sempre me indicou quando precisei foram os companheiros. Mas eles não souberam esconder as falcatruas e caíram pelo caminho. Sou como Stálin: Quem cai fica no campo de batalha. Não se pode carregar ninguém, senão não alcançamos as metas que nos propusemos e caímos também.

Repórter:-Mas a senhora disse que poderia ser presa...

Dilma: -  Disse... Mas também disse que seria por pouco tempo e que quem ri por ultimo ri cheia de diamantes. O caso do Lula é bem pior, coitado...Comeu com a boca cheia, e como é meio ignorante não conhece as manhas de quem já foi terrorista. Se não fosse derrubado pelo lava-jato, eu o derrubaria, mas a situação me forçou a ficar do lado dele. Jose Dirceu era um perigo. Ele queria ser presidente.  

Rui Rodrigues  

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