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sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

2015- Já vimos este filme antes?

 2015- Já vimos este filme antes?


Peço uns minutos de vossa atenção para alguns aspectos da geopolítica os quais, por dispersos ao redor do globo podem nos fazer incorrer no erro de pensar que não estejam inter-relacionados, e mesmo sem estarem, que não tenham alguns elementos em comum. Não deixa de ser notável como na história os fatos se sucedem no tempo e a cada fato a história que será fato futuro e não probabilidade, ora vá para um lado pra para outro, na imensa probabilidade de opções. Não é como uma árvore onde existem ramos, mas apenas um, o do tronco principal, se encaminhe sempre para cima, para o topo. Não... Na história, ramos podem crescer para os lados e tornar-se o tronco principal. Se este se inclina muito para um lado, e cresce bastante, a árvore não se sustenta e cai.



Imagine então que nesta conjuntura mundial, seja você o chefe supremo, por exemplo, da ONU, da OTAN, ou de algum outro organismo que realmente trabalhe para a manutenção de um estado contínuo de paz no mundo, a OTAN como uma força bélica de equilíbrio de forças, a ONU como uma força moral desse pretenso equilíbrio. Teria que se defrontar com alguns problemas fundamentais:

1.    A Síria e os rebeldes – O rei um ditador, os rebeldes um misto de terroristas e patriotas democráticos.
2.    Boko Haram – Um grupo bem armado que impõe o terror em terras africanas e que atua em diversos países, raptando pessoas, estudantes, matando, impondo o terror. De onde lhes vem o dinheiro?
3.    ISIS – Bandos armados de terroristas que degolam pessoas inocentes, queimam pessoas presas em gaiolas, avançam pelo Norte de África, mas recrutam inocentes crianças e adolescentes para se juntarem à sua causa que não causa: Dizem atuar em nome de Alá. Recrutam na Europa adolescentes sem um futuro promissor de trabalho nem de moralidade, ou simplesmente ávidos de emoção e aventura. De onde lhes vem o dinheiro?
4.    A pretexto de defender o povo “russo” na península da Criméia, que pertence de fato á Ucrânia, Putín, que já foi chefe da KGB nos tempos da URSS, anexou a península por decreto. Foi uma usurpação, um atentado aos direitos internacionais. Não satisfeito, ajuda “russos” na fronteira entre a Ucrânia e a Rússia a recuperar as terras ucranianas que se separaram da ex-URSS e da própria Rússia. Aviões russos de guerra já invadiram espaço aéreo de Portugal, submarinos russos já invadiram águas nacionais da Suécia. Sanções impostas à Rússia e uma visita de Merkel e Hollande para discutir a paz, não deram em nada. Putín é renitente apesar das sanções.
5.    Na fronteira entre Paquistão e Índia a tensão continua após décadas de conflitos pela posse de Cachemira. O render da guarda na fronteira é sempre um pavoneamento de provocações. Volta e meia há conflitos e gente morre.
6.    Há décadas que José Eduardo dos Santos se faz eleger em Angola, com eleições supervisionadas pela ONU. Não se nota que as populações angolanas tenham melhorado de vida. É uma democracia com capa de cordeiro e corpo de lobo. Parece-se mais com uma síndrome de Estocolmo. A ONU sucedeu a uma instituição internacional que foi “demolida” do dia para a noite. Chamava-se “Sociedade das Nações”. Acabou por falta de credibilidade.
7.    Na Colômbia as FARC, associadas ao tráfico de drogas, atuam no país há décadas impondo o terror. Entra governo, sai governo, e mesmo com a ajuda dos EUA, continuam impondo o terror, como se os governos não se interessassem devidamente pelo assunto.
8.    No Brasil, Argentina e Venezuela (Bolívia só tem expressão internacional pelo tráfico de drogas), governos mentem descaradamente e dão desculpas esfarrapadas para o declínio de suas economias que em muito breve não proporcionará o recolhimento mínimo de impostos para que façam os seus “programas”. Nenhum destes povos melhorou sua condição de vida, teve melhorias em serviços públicos, educação, segurança, transportes. O que fizeram foi alterar os índices com que se mede o progresso destas condições. Os povos sofrem, mas as forças bélicas políticas mantêm a ordem com a ajuda de alguns canais de mídia escrita ou televisionada. A realidade salta aos olhos através das redes sociais, às quais a maioria ignorante que apóia estes governos não tem acesso, ou tem medo de ir para as ruas e reclamar. O maior numero de mortos pelo regime de governo é atualmente da Venezuela seguida do Brasil. Governos subtraem verbas dos fundos públicos que, aparentemente, se destinam exclusivamente à compra de votos para que se mantenham no poder.  Nem a recente associação entre Cuba e EUA os faz demover de seu “bolivarianismo”, tendo sido Cuba a mentora deste movimento estranho e sem sentido a não ser o da manutenção do poder e a partilha dos cofres públicos do Brasil em favor do movimento comum.
9.    O Oriente Médio é sempre um problema bélico desde 1948 quando o povo de Israel teve acesso à terra da qual tinha sido expulso pelo Império Romano, tantos séculos se passaram até que se fizesse justiça histórica. O problema continua...
10.                A Coréia do Norte – único país do mundo que ainda se diz comunista – é uma séria ameaça á paz mundial. Já ameaçou com bombas nucleares. Não se sabe até que ponto teria o apoio da Rússia e da China. Pode ser o menino mau que, a exemplo do que aconteceu em 1914, dispare sobre o “arquiduque Carlos” e deflagre uma nova guerra mundial.
11.                Conflitos tribais em vários países africanos com perseguição a etnias mais fracas geram instabilidade no continente.
12.                Podemos juntar a tudo isto, a Al-Qaeda, a situação no Iraque, no Afeganistão onde a presença dos aliados não diminui o tráfico de heroína, conflitos no Iêmen, e muitos outros... 

Então, se fosse você que pudesse fazer algo em algum lugar do mundo (outros conflitos surgiriam) ou pudesse resolver todos de uma vez só, o que poderia fazer se, para resolvê-los necessitasse de dinheiro? Onde consegui-lo? Como conseguir a boa vontade das autoridades mundiais?

A crise de 2008 deixou as nações sem dinheiro, produção de bens em baixa, inflação em países com governos corruptos e deflação em países com políticos mais honestos de princípios.



Foi assim em 1914 e em 1939, datas de inicio da primeira e da segunda guerras mundiais. Não tenho uma palavra de conforto, e se acreditasse que Deus se mete em assuntos de guerra, teria que desconfiar olhando a história da humanidade. Não só Deus não joga dados, como também não se mete em certos assuntos da humanidade, e me pergunto se terá vontade de interceder em algum deles. A minha palavra de conforto é:



Lute enquanto pode para mudar o mundo. Mas lute pela coisa certa. A coisa certa é garantir a paz, mas não a qualquer custo. Terá que ser ao custo dos que não entendem economia e querem dar ordens na economia; dos que se dizem socialistas e desperdiçam verbas em benefício próprio; dos que não têm senso de humanidade; dos que ganham com as guerras... Esses que têm pagar! E parece estarmos caminhando a passos largos para novos conflitos internacionais a nivel mundial. 


®  Rui Rodrigues 

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