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terça-feira, 18 de junho de 2013

História Infantil – Maya em Londres

História Infantil – Maya em Londres
Maya já sabe fazer uma porção de coisas. Ela sabe cozinhar, dançar, e já aprendeu a escrever o nome dela. Fala algumas palavras em inglês. Adora brincar e gota muito de seus amiguinhos e amiguinhas da creche. Uma das coisas que gosta muito é de visitar o avô Rui, e também já andou de avião. Gosta de aprender e de aventuras. Um dia foi com a mãe e o vôvô Rui ao jardim zoológico do Rio de Janeiro. Era um lugar muito bonito, cheio de animais todos diferentes.  Sentiu pena que alguns deles estivessem numa jaula, sem poderem sair, sempre presos, o dia inteiro. A melhor coisa do mundo era a liberdade de poder fazer alguma coisa sem ficar preso dentro de gaiolas com grades. Ela gostaria de viajar um dia para o lugar de onde aqueles animais vieram e ver como eles viviam. Os únicos animais que conhecia mesmo eram umas vacas, uns cavalos, algumas ovelhas e porcos lá do Rio Grande do Sul, e uma gata do vôvô e dois galos e duas galinhas que o vôvô tinha lá no galinheiro e que punham ovos gostosos. Pássaros sempre via. Mas os outros animais do zoológico, não via nenhum pelas ruas. Um dia chegou cansada da escola. Ainda pegou seu patinete, colocou o capacete e as joelheiras pensando que iria descer um pouco para brincar, mas não agüentou e foi para a cama. Antes de dormir sempre conversa com a mãe. Então perguntou:
- Mãe... Podemos sonhar com o que queremos?
- Algumas pessoas podem. Mas tem que treinar, porque durante o sono a nossa cabeça arruma todas as informações que recolhemos durante o dia, e nessa arrumação as informações se misturam de maneira maluca que não entendemos e isso é que faz o tal do sonho. Sonhamos com coisas absurdas ou não.
- Hoje eu queria sonhar com Londres.
A mãe sorriu e perguntou:
- Você conhece Londres?
-É uma cidade muito grande, mãe. Tem uns guardas com uns capacetes pretos e uma farda vermelha cheia de botões dourados tem uma ponte, um rio e um enorme relógio que chamam de Big-Ben. Há... E ônibus de dois andares. Vi no filme da Mary Poppins aqui em casa.
- Então já sabes muito sobre Londres. Mas agora tem também uma enorme roda gigante de onde se vê toda a cidade. Quem sabe podes sonhar com Londres... Tenta pensar na cidade. Quem sabe...
E Maya adormeceu depois que desistiu de pensar em sonhar com Londres.

Quando acordou, estava no aeroporto de Heathrow na Inglaterra, na cidade de Londres. Estava com uma roupa de frio, mas estava sozinha. Não gostou disso. Gostava de estar com a sua mãe que sempre cuidava dela. Mas também aprendera a resolver os problemas quando estava sozinha. Um sujeito simpático, com farda de policial perguntou em inglês, a língua que ela já conhecia, para onde ela ia. A primeira coisa que lhe ocorreu foi ver os animais de Londres. Disse ao sujeito que ia ao Zoológico, depois que ia comer doces e que depois ia a uma festa de aniversário no palácio de Buckingham porque ela também era uma princesa.
O guarda sorriu...
- Minha querida princesa... – disse o guarda - Não vou duvidar que consiga, mas a Rainha está no palácio de Buckingham e não vai receber ninguém porque está com uma grande dor de cabeça.
Maya parou para pensar. Será que queria tanto sonhar com Londres e aquilo era apenas um sonho?... Se fosse um sonho, não estava bom, porque estava sozinha em Londres. Então pensou: Se eu olhar para os lados e vir meus amiguinhos da creche, eu não estarei sonhando. Acho... E olhou... Ficou surpresa. Lá estavam suas amigas Gigi e Maria, e seus amigos João Faraco e João Pedro. Como poderiam estar ali? Então não estava sonhando? Ou estaria... E que importava se estava ou não? Estava era muito bom o sonho.
-Olha... Disse Maya para o guarda. Estou com meus amigos. Pode nos levar ao palácio... Duvido que a rainha não nos receba.
O guarda assentiu. Iria levar o grupo ao palácio só para eles verem que não podiam entrar. A rainha era simpática, mas estava sempre indisponível para visitas.
A Rainha soube que havia um grupo de crianças do Brasil que queria visitá-la. Como gostava muito do Brasil e das crianças brasileiras, agradeceu ao guarda e disse:
- Muito obrigado senhor guarda. Parece que adivinhou que hoje o melhor que eu poderia fazer era conversar com crianças do Brasil. Olhe... Tome lá um algodão doce do palácio, e um chupa-chupa para alegrar o seu dia.
E lá foi o guarda comendo o algodão doce. O chupa-chupa ele guardou para quando chegasse em casa, para os seus filhos.

- Senhora Rainha...- Disse Maya. Eu e meus amigos estamos aqui para conhecer Londres. Como a senhora é a rainha, pode nos ajudar? O que podemos ver?
- Bem... Eu não mando nada na Inglaterra nem em Londres. Quem manda são uns senhores que o povo elege e que se chama de Parlamento. Eu sou uma figura decorativa que o povo ama e adora. Mas posso colocar a minha carruagem à vossa disposição para que conheçam a cidade. Esperem um pouco.
A rainha então olhou para um senhor de casaca que esperava muito calado, em pé, com o nariz empinado para cima, olhando para o teto. Maya não sabe como, mas o senhor, o mordomo, não olhava só o teto, e saiu da sala. Ele já sabia o que fazer, e em cinco minutos em que Maya, seus amigos e a rainha tomaram um chá com biscoitos, saíram todos para uma carruagem linda que estava esperando na porta do palácio. A rainha disse:
- O que preferem? Visitar a cidade na minha carruagem, ou irem de guarda chuva junto com a Mary Poppins? – As crianças gritaram todas ao mesmo tempo.
- Com a Mary Poppins... E de guarda-chuva!
- Então eu levo vocês até a roda gigante e lá vocês se encontram com a Mary Poppins.
Chegaram à Roda Gigante, despediram-se da agradável rainha, entraram nas cadeirinhas, amarraram os cintos de segurança e a roda começou a rodar. Cada vez subia mais. Parecia um helicóptero subindo muito lentamente, os prédios ficando cada vez menores. Quando chegaram lá no topo, a roda parou com um tranco. As crianças se assustaram com o tranco. Todo mundo lá embaixo olhou para cima, quem estava lá em cima olhou para baixo. Então se ouviu um OH... Enorme, de uma multidão lá embaixo. Maya e seus amigos pensaram que a roda ia cair. Agora Maya pensou que era melhor que fosse só um sonho. Mas logo se arrependeu quando ouviu uma voz cantando que dizia:

- Olá crianças, vamos passear, ioreléri, ioreléri, ioreleritiiiiiiii...

Era a Mary Poppins em pessoa, com uma mala na mão e um guarda-chuva. E lá foram todos, puxados pela Mary Poppins, voando sobre Londres.
- Mary Poppins... Disse Gigi... O que tem na mala?
- São docinhos chamados Petit-Maibi. Tem uma porção deles. São os mais gostosos da cidade, fofinhos... Doces... Quentes ou frios. Estes estão frios. Vou levar vocês até a ponte. Lá vão se encontrar com um grande amigo meu: Peter Pan e Sininho. Vamos passear no barco pirata do capitão Gancho e de seu imediato o Barrica num passeio pelo rio Thames.
Deram um lindo passeio por Londres. Depois entraram numa estação de Metrô, e viajaram mais uma meia hora, comendo os docinhos Petit-Maibi com leite de chocolate. Chegaram ao cais da cidade e lá estavam Peter Pan, o capitão Gancho, Sininho e o capitão Barrica. Então apareceu um enorme tubarão que queria engolir o barco pirata. O Capitão Gancho com medo de perder outro braço – já tinha perdido um com um tubarão enorme no passado – fugiu para o seu quarto. Sininho voou e ficou tremendo, batendo as asas lá em cima, perto do mastro maior do barco. O capitão barrica encolheu-se no convés do barco, junto à amurada. Peter Pan não sabia o que fazer, voando de um lado para o outro do barco. As crianças pareciam estar perdidas. Então Maya falou...

- Bobinhos todos... Isto é um sonho. Agora sei que é um sonho, porque o rio Thames não tem tubarões... Tubarões não nadam em rios.

E acordou rindo, às seis horas da manhã, para se aprontar para ir para a creche. Era segunda feira e o domingo tinha sido muito bom. Sonhar era muito bom. Ia pensar em que sonhar nos próximos dias, mas tinha que aprender muitas coisas, para não ficar com medo como A Mary Poppins que tinha desaparecido quando viu o tubarão, todos os outros ficando cheios de medo, porque não sabiam que em rios não há tubarões...



© By Rui Rodrigues. 

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