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sábado, 25 de outubro de 2014

Onde fica Hollywood?


Onde fica Hollywood?



Ah que saudades dos velhos tempos, dos velhos filmes...
De vez em quando assisto a um dos antigos...

Nos tempos em que o Boxe e uma arma de fogo eram os símbolos de defesa pessoal para os quais deveríamos estar preparados, os roteiros de Hollywood incluíam sempre um herói que dava uns bons socos, meia dúzia de sopapos e tabefes bem aplicados, ninguém atirava pelas costas, o mocinho ficava com a mocinha, sempre uma linda artista, embora normalmente ficasse em recuperação física num hospital, em casa, um braço na tipóia por ação em defesa da vida ou da honra da namorada ou da família... Tempos de John Wayne, seu andar de canastrão...Depois os esportes evoluíram muito. O boxe viu desaparecerem John Dempsey, Mohamed Ali e um que mordia as orelhas dos adversários – que lutavam para valer - para darem lugar a “heróis” apenas e exclusivamente de ficção como 007, Steve Segal e meia dúzia de outros cujos nomes de artistas se confundem com os dos personagens, tudo falso...A diferença é que os filmes de “antigamente” assistidos no cinema – na época de seu lançamento - pareciam coisa real. E os beijos, o enredo amoroso? Eram deliciosos... Passávamos o tempo todo do filme para ver se a mocinha (a mulher desejada mesmo sendo do próximo) acabava nos braços do mocinho (no qual nos projetávamos como se fossemos nós mesmos)... Uma delícia ver as pernas da Audrey Hepburn embora as da Marlene Dietrich fossem muito mais bonitas e bem torneadas, com dois joelhos maravilhosos que pelo menos durante o decorrer da fita, eram “nossos”...



O Superman e o Homem Aranha vieram estragar tudo. Nenhum dos dois ficava com a mocinha e o Batman tinha um amiguinho que sempre achamos que era meio – se não totalmente – boiola, o que punha em cheque a masculinidade do Bruce, o homem morcego. Havia no fundo uma similaridade entre o Zorro e o Batman, e o “zorro” eram dois: Um meio espanhol da Califórnia que nunca casou com a namorada e usava uma máscara negra, e um outro zorro que nunca se guardou na memória de onde era, que tinha um amigo índio chamado tonto e usava máscara também.  Este nem namorada tinha, o coitado, que nos deixava com o sentimento de “coitados” nos filmes: Sem a mínima esperança da “conquista” da mocinha... Se ele teve alguma namorada, nem me lembro do nome dela, mas o cavalo se chamava Silver e atendia a um chamado por assobio... Sempre desconfiei que era uma égua que o Zorro “barranqueava” de vez em quando. Para verem como os diretores de cinema e os roteiristas nos gostavam de pregar partidas, fiquei sabendo um dia destes que a Chita do Tarzan, era um macaco macho! Nunca perdoei isto a Hollywood! Tremenda sacanagem... Lembram-se do “O Fantasma” que vivia numa caverna em África e tinha um cachorro porreta? Pois é... Esse também quase não via a namorada dele.



Parece que o cinema se foi adaptando aos tempos modernos, e hoje já não há heróis. Aliás,... Quem precisa de heróis nos dias de hoje? Nem crianças precisam. Vemos tanta violência nas ruas que vê-la também nos cinemas seria como chover no molhado. Nem o cinema parece conseguir ser tão violento quanto a vida real. Não conseguimos acabar com a violência no mundo. Talvez como compensação, pretendemos acabar com ela nos cinemas... Para um “Reino Encantado do Faz de Conta Que...” Funciona!... É assim como chamar cego de invisual, paralítico de cadeirante. O que é é, mas, com nome diferente parece ser mais aceitável e integrável, menos discriminatório. Não seria o caso de fazer rejuvenescer a indústria cinematográfica contando histórias de cow-boys e índios, porém contadas sob um angulo de visão misto de nossos irmãos índios e dos brancos agressores? Brancos e índios tiveram seus heróis... Mas... AH! Desculpem-me... O problema é a violência... Entendi! Ou não entendi? Não sei... Mas ir ao cinema e assistir a um filme contando histórias de amores gays para mim não dá. Não que tenha algo contra, mas é como preferir na minha mesa carne, ou peixe, ou ser vegetariano. Se eu ler a sinopse antes de ver o filme, já não vou ao cinema... Acabou-se a surpresa!



É incrível como temos a capacidade de nos adaptarmos, mesmo em idades mais avançadas, às modernidades da humanidade, mas a cada ano que passa, e por mais que nos esforcemos, nos é mais difícil até que se torna impossível qualquer mais mínima adaptação. Se aceita a moda e os fatos, mas o modelo é que já não nos serve. Suspeito que a industria cinematográfica esteja com os dias meio que contados. Já há quem nem por notícias se interesse, e quem não se interesse por nada, a não ser o teclar ou dedilhar de celulares e outros equipamentos semelhantes, evitando o contato pessoal. Parece ser melhor a comunicação sem a presença física. Não por causa das “tentações”, mas pela falta de tempo. Nossos alfabetos têm vinte e tantas letras e é preciso combiná-las para tecer o texto das comunicações pessoais. Isso leva um bocado de tempo. Antigamente falava-se mais. Um dia perderemos a nossa língua por total falta de uso. Em compensação, nossos dedos ficarão mais longos e finos porque as teclas ainda diminuirão mais de tamanho: Temos que nos adaptar às nossas adaptações desadaptadas.



Em breve nos cinemas um filme de 30 minutos – porque não há tempo maior que se possa dedicar para ver um filme – todo ele ambientado em dois laptops, dois celulares e dois Hi-Pads, entre uma mocinha e outra mocinha em seu relacionamento via NET morando as duas na mesma rua. Passaremos os 30 minutos tentando descobrir quem é a mais masculina e a mais feminina... O tema principal do filme será o desaparecimento de uma bateria de um dos celulares. Na mesma rua moram dois garotos na mesma situação e a vida dos quatro se entrelaça, sem a mínima esperança que uma das mocinhas fique com o garoto mocinho. Alguém sofrerá um acidente e o filme será um sucesso pela “saudade” que deixará. Muitos efeitos especiais e muito som urticante de arrombar ouvido e desmontar todas as pecinhas de que é constituído. Será que já vi este filme?



Hollywood fica em LA- Los Angeles – Califórnia – EUA. Já andei por lá... Sunset Strip, calçada da fama... As letras brancas “Hollywood” na montanha, sem a mínima arte, que a fama é mais importante. Vá lá... Ainda nos sobram o Spielberg e o Tarantino... Depois deles não vejo mais nada nem ninguém...


® Rui Rodrigues

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