Os neoescravos do século XXI
“Neo” significa novo! Novo deveria entender-se por “diferente”, sem perder a essência. Podemos entender muito bem o significado e o entendimento de “neo” à luz do termo “neoliberalismo econômico”, que significa literalmente o “novo liberalismo econômico”, mas dadas as evidências e as circunstâncias sou levado a concluir que neste caso o termo correto deveria ser algo diferente porque não se trata de “economia”, mas de aparente legalização do desperdício que se traduz por democracias na divisão das verbas públicas e numa ditadura na aplicação dos impostos. Por isso governos como o da França, Itália, Portugal, Espanha, Grécia caíram, e outros cairão ainda como produto da verificação do desperdício de verbas públicas e deficientes políticas econômicas. Pior do que isso, por cooperação com a ambição dos que detêm e manejam o capital. Se o leitor pensou que este texto é socialista, comunista, ou tem qualquer ideologia implícita, peço antecipado perdão, mas deve ter-se equivocado. É pura constatação.
Muito semelhante é o termo neoescravos do século XXI, relacionado com o esclavagismo, um assunto que nos vem desde os primórdios da civilização quando se agrilhoavam seres semelhantes mas que falavam língua diferente em outros locais do globo, em outras tribos, outros povos, para fazer escravos que fizessem o trabalho de graça a troco de um conforto mínimo duvidoso e local seguro para viver[1]. E muitas vezes dentro da própria tribo, grupo ou nação. Os neoescravos do século XXI não fazem “trabalhos” forçados. Mas continuam existindo a título de “cidadania democrática”, “fazer a sua parte” como cidadão, cidadã. A maioria da população não se preocupa com as contas públicas, pede a deuses que lhes dêem bons governantes: O governo lá em cima, intermediário entre deuses e humanos, os cidadãos cá em baixo como azeite sobre a água. Um bom exemplo do passado é o Império Romano onde somente patrícios, isto é, autóctones descendentes dos fundadores de Roma faziam parte do governo. Os plebeus eram descendentes de gentios, isto é, forasteiros, e além destas duas classes, havia os escravos e os clientes. Os patrícios, que faziam as leis e eram o próprio governo, eram o azeite sobre a água de todas as outras classes das quais se beneficiavam para recolher impostos, aproveitar-se do trabalho. Em troca dava muito pouca qualidade de vida, porque o dinheiro era gasto em corrupção e campanhas bélicas para engrandecer o Estado. Mas que estado engrandecia? Evidentemente que o “Estado neopatrício”.
Nos dias de hoje muitos governos do mundo, senão todos, ou com raras exceções como nos países nórdicos, Islândia e Suíça, já não são os patrícios que governam e constituem o poder, mas um grupo chamado governo, que decide em nome dos cidadãos e escravos, coleta impostos, aplica como quer, corrompe como acredita ser necessário, sem a mínima hipótese de que os cidadãos os tirem do poder enquanto não terminar o mandato. Quem chega a ser eleito, normalmente com falsas promessas, e ganha seu posto no poder, contribui para a perpetuação do sistema. Governos hoje são como confrarias de amigos onde tudo se acerta sem o conhecimento público. Governo de "neopatrícios"
A impressão que se tem é que se trabalha para os patrões e para o Estado na condição de neoescravos, onde a democracia se resume a eleger “patrícios”. Neste aspecto, a “democracia” limitou-se a tornar iguais os plebeus, os escravos e os clientes, os explorados pelo grupo de “patrícios” a que chamamos governo democrático. Passar milhares de anos desenvolvendo a democracia e chegarmos a este ponto no século XXI é decepcionante.
Todos estes governos “neopatrícios” apelam para o nosso sacrifício alegando a causa pátria, o seu engrandecimento, o seu progresso. Pode entender-se sempre e quando isto represente o bem estar dos neoescravos do século XXI, mas não é o que se vê, face à quantidade destes que não têm acesso ao conhecimento nas universidades, nas escolas de segundo grau, a água tratada, a rede de esgotos, a rede de águas pluviais, a trabalho devidamente remunerado, a comida, a roupas, a serviços sociais, a saúde pública, a segurança no ir e vir diário. Paremos para penar, porque 60% da população mundial não tem nada disto. Algo deu errado em nosso caminho para a democracia. A nova classe emergente da "neolata" aumenta em número a cada dia.
Talvez seja o brilho do ouro recolhido dos impostos com base em taxas fixas de impostos que enchem os cofres públicos todos os dias de todos os anos, e não um orçamento prévio de gastos, mostrado e demonstrado aos neoescravos do século XXI e sobre os quais se definam as taxas prévias de impostos de ano para ano. Para fazer cobram-se impostos. Para não fazer, os neopatrícios nem precisam cobrar. Talvez assim os neoescravos possam passar um ou outro ano afastados do sufoco dos impostos, ou pelo menos com uma pequena folga que seja para respirar.
Mas não se esqueça... Se for para fazer nada ou muito pouco, o Estado não necessita de impostos tão altos.... Basta polícia, juizes e um alfarrábio com leis, e isto não custa tanto assim.
Mas não se esqueça... Se for para fazer nada ou muito pouco, o Estado não necessita de impostos tão altos.... Basta polícia, juizes e um alfarrábio com leis, e isto não custa tanto assim.
Mas se você, leitor, tiver dúvidas, porque está confortável em sua cadeira, sua casa, leia, por favor, no link a seguir para saber se é pobre, rico ou nada disso. O amigo leitor decide! http://conscienciademocrata.no.comunidades.net/index.php?pagina=1290857238
Rui Rodrigues
Para leitura sobre o tema, pode também consultar:
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/artigos/o-que-e-cidadania.php
[1] Efésios 6:9 Vocês, senhores, tratem seus escravos da mesma forma. Não os ameacem, uma vez que vocês sabem que o Senhor deles e de vocês está nos céus, e ele não faz diferença entre as pessoas.
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