Humanidade encurralada.
Quando se abrem os jornais ou se escutam notícias, e se verifica que há instabilidades, corrupção, crimes, crises econômicas, parecendo que o mundo está virando do avesso, que o mundo está descontrolado, desabando, podemos acreditar que está mesmo, de verdade. Notícias que são ruins para todos, normalmente são publicadas quer pela mídia “amiga” quer pela “inimiga”. É vala comum, e merecem crédito. São fatos. O problema é o que está por detrás disso, e é aí que nos perdemos sem sabermos exatamente o que é exagero e o que é descrença. Por vezes nos contemos em aprofundar os assuntos para não cairmos no fosso da “teoria da conspiração”. De certa forma nos sentimos encurralados, perdidos, sem sabermos o que fazer. Mas como sabermos o que fazer se não sabemos o que está por detrás do “momento” porque passamos, suas causas, origens?
Vejamos onde raciocinar sobre o assunto nos pode levar, mas parece que temos um grande problema para resolver, nós, que fazemos parte da humanidade! Pelos índices de ignorância que varrem o planeta, citar filosofias ou filósofos, não adianta muito. O que o povo, o cidadão comum entende, é se há trabalho, se a lei é justa, se tem segurança, ou se no caso de falhar (e muitas vezes por culpa do “mercado”) tem alguma ajuda da comunidade ou do estado. A esmagadora maioria nunca ouviu falar de Keynes, não sabe o que o tal do Karl Marx escreveu, e Napoleão era um cara famoso que tinha um cavalo branco. Acham que era frânces.
O socorro aos Bancos – eram apenas três no inicio – se deu para “evitar” uma crise. Se o mesmo conceito de ajuda se aplicasse a qualquer empresa, não haveria impostos suficientemente altos que pudessem gerar tanto dinheiro para ajudá-las. Em vez de deixar falir, como se faz com qualquer empresa, o dinheiro foi-lhes cedido, arrecadado, e encofrado: Agora os Bancos têm medo de emprestar dinheiro e não receberem. Além do rombo nas contas públicas gerando queda na qualidade dos serviços do Estado, podemos adivinhar que quando o governo vender os títulos dos Bancos, será quando valerem menos do que o valor pelo qual foram comprados. Governos não sabem lidar com dinheiros públicos porque os cargos são de confiança (de partidos, eleitos, etc, mas jamais dos cidadãos).
A febre da “ajuda aos Bancos” [4]atravessou os “oceanos da cidadania” e chegou à América do Sul, África, Ásia, Europa. Os cidadãos vêm agora uma vida tenebrosa. Quando a poeira assentar e se fizer o balanço, se verá quantas famílias foram desfeitas, quantos lares foram retomados por Bancos, quantos pobres mais se criaram no mundo, quantos suicídios, quantos cidadãos deixaram de nascer – e outros que morreram - por falta de atendimento na saúde pública, quantos assassinatos por falta de segurança, quanta miséria sob o olhar benevolente ou complacente do Estado. O mundo está em crise desde 2007/2008 e não há data prevista para sair dela.
“Quanto maior a nau, maior a tormenta”. È um ditado popular que tem muito sentido de propriedade. S. Paulo como a maior cidade brasileira deve ter naturalmente seus problemas em maior grau comparativamente com cidades menores. Entre Outubro e o inicio de novembro (dia 6), ascendia a cerca de 90 o total de policiais assassinados de forma covarde por indivíduos geralmente montados em motos em operações relâmpago. Dizem que tais assassinatos são comandados pelo tráfico de drogas, e em especial pelo PCC, uma facção do crime que atua em todo o Brasil. Já vimos coisa parecida na Colômbia, e talvez esteja acontecendo também no Brasil. Com tanto dinheiro gerado no tráfico de drogas e que “precisa” ser lavado, é bem possível que até vereadores, deputados, senadores, juízes, governadores, ministros, já tenham sido eleitos ou comprados pelo tráfico de drogas. Não deve ser o Brasil caso único no mundo, mas provavelmente um dos afetados por essa “onda” crescente que já virou tsunami mas que continua sendo empurrada para debaixo do tapete da consciência.
Além deste fator, é a falta de instrução que produz mais “cidadãos” que crescem em meio carente de tudo ou quase, e pela lei da reprodução animal fabrica mais “desinstruídos”, desinformados, sem trabalho normal num mercado que não consegue proporcionar postos de trabalho suficientes para todos, cercados de tráfico e drogas. Imagine-se que nos EUA, um dos candidatos, Romney, pretendia acabar com a ajuda do estado – incipiente nos EUA – em meio a uma crise que não gera empregos suficientes. Seria natural perder as eleições. Perdeu.
No que respeita ao Estado de S. Paulo, o mal deve ser combatido pela raiz, sem tréguas, sem concessões. É uma guerra e os bandidos devem ser julgados como determina a constituição brasileira para tempos de guerra: Pena máxima, inapelável. Não há bandidos deste tipo que sofram de doença mental.
Em meio a uma crise descomunal que a cada dia produz mais pobres, não há previsão para alívio desta situação de insegurança. A ação da polícia, por si só não será suficiente. Há que consertar, reparar, a nação como um todo e dar importância ao que é realmente importante. Sucessivas CPIS sem solução de retorno das verbas desviadas e sem efetivas sanções contra os corruptos, não há previsão de solução nem a curto nem em médio prazo. Política é coisa séria, não é cargo para se ficar rico e ser poderoso. Chegará o dia em que ninguém quererá ser político por falta de “espaço” para corromper e ser corrompido. Isso virá com a Democracia Participativa.
Correm na NET, nestes tempos de indignação mundial contra as “falhas” – premeditadas ou não – dos responsáveis pela administração dos Estados, e contra algumas entidades que se julga estarem por detrás dos acontecimentos ou contribuindo para a depressão econômica em quem nos encontramos. Uma dessas entidades ou organizações é o grupo Bilderberg. Aparentemente destina-se a debater as relações EUA x Europa. Como as reuniões são secretas – realizam-se desde maio de 1954 com eminentes representantes da economia e da política destas duas exclusivas regiões – existe a tendência de achar que, pelo “peso” dos participantes, se trate de uma eminência parda que dita os destinos do mundo. Pode ser que sim, pode ser que não. O possível vazamento de um ex-participante do grupo, um banqueiro suíço, pode ter apimentado a especulação sobre as reais intenções do grupo. No entanto, não podemos eliminar a possibilidade de grupos como este existirem com a clara intenção de ditar as regras na forma de governar, e, pelos resultados até agora, a ser verdade, com clara vantagem para esses grupos. Tenhamos em conta que já cedemos muitas verbas públicas necessárias para os Bancos se livrarem de uma crise que veio da mesma forma e que provavelmente nem existiria se os tais três primeiros bancos tivessem ido à falência.
Algo para vermos no futuro e ficarmos atentos, entretanto já sabemos de antemão que reuniões “secretas” se podem fazer em qualquer gabinete de qualquer ministro de estado, governador ou até mesmo um simples vereador, ou, de forma mais garantida e isolada, durante um jogo inocente de golfe ou até mesmo em qualquer lugar. E isto pode acontecer com os donos do tráfico que nem se conhecem.
A maçonaria[9] a nível mundial
A verdade é que não se sabe quando começou o movimento maçônico que uns atribuem á época do Templo de Salomão, outros à época da idade media quando pedreiros se associaram sob a benção de alguns participantes do clero católico, aos “iluminatti [10]” que promulgariam a “Nova Ordem Mundial” dentre outras origens, e que têm por base a humanidade, a igualdade, a fraternidade, a liberdade e a democracia. Embora os números não sejam muito confiáveis, existem no mundo aproximadamente 6 milhões de integrantes espalhados pelos 5 continentes. Destes 3,2 milhões (58%) nos Estados Unidos, 1,2 milhão - (22%) – no Reino Unido e 1,0 milhão (20%) no resto do mundo. No Brasil são aproximadamente 150 mil maçons regulares (2,7 %) e 4 700 Lojas. As lojas são os lugares onde secretamente se reúnem. Existem vultos históricos, muito famosos, incluindo D. Pedro I que eram maçônicos. Impressiona como, ao longo de tantos séculos, os adeptos não sejam em número infinitamente maior.
Porém, até se afirmar que fazem parte de um grupo que possa ser o único responsável pela crise mundial e pela desorganização dos governos, seria um passo muito longo, uma temeridade. Quando muito, poderiam fazer parte dos que contribuíram para a crise e o desgoverno, mas não há como provar, e desconfiar, apenas, é insuficiente para construir uma consciência sobre o assunto.
Há muitos mais banqueiros, donos de empresas, políticos corruptos querendo que a humanidade trabalhe de graça e pague altíssimos impostos do que pequenos grupos secretos que podem até desejar o mesmo. Será isto uma simbiose entre os cidadãos e o poder, ou trata-se de uma usurpação de poder que deve ser tratado com altas doses de democracia participativa[11]? Até lá, somos uma humanidade encurralada pelo poder que faz o que quer e não nos consulta para absolutamente nada. Vivemos num engodo político.
Rui Rodrigues
[1] Ver artigo do IG de 2011 - http://economia.ig.com.br/criseeconomica/entenda-a-crise-economica-mundial/n1597248705930.html
[2] Veja país por país com fontes dos Jornais Gazeta Mercantil e O Estado de S. Paulo emhttp://www.passeiweb.com/saiba_mais/atualidades/1230920795
[4] Ver sobre a eficiência da administração bancária e o inicio da crise emhttp://www.comunicacaoecrise.com/new/index.php?option=com_content&view=article&id=510:crise-de-reputacao-bate-nos-bancos-internacionais&catid=35:blog&Itemid=54
[7] Site aparentemente oficial com participantes, conferências, etc.http://www.bilderbergmeetings.org/index.php
[11] Democracia real, verdadeira, participativa em http://conscienciademocrata.no.comunidades.net/
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