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quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Tudo bem, senhores do governo[1], roubem à vontade! Mas...



Tudo bem, senhores do governo[1], roubem à vontade! Mas...

Políticos eleitos, em grande parte, senão maioria ou totalidade – como saber? -  tiram vantagens dos cargos que ocupam. Isso não é justo, porque nós[2] não temos como vos roubar, há visto que as forças armadas e de segurança estão sujeitas às vossas ordens, não às nossas. Ah.“Nós”, somos os 200.000.000 de cidadãos deste Brasil varonil, cansados de tanto edil[3].

Mas em compensação - porque tudo tem que ter compensação - dêem-nos educação decente e não impeçam nenhum de nós de estudar por falta de dinheiro, porque afinal vocês nos roubam.

E, sobretudo, não nos deixem viver em meio a esgotos a céu aberto transmitindo doenças, matando as nossas crianças. Não nos deixe, sem água potável, disponível com fartura neste país, e que mesmo assim temos que a comprar em galões caros com água ainda mais cara, e quem de nós não tem dinheiro para comprá-la, bebe água suja.

Sabemos que pelos corredores de Brasília vos pedem que construam estradas rodoviárias porque querem vender gasolina, cobrar pedágios, vender caminhões e automóveis, mas precisamos mesmo é de estradas de ferro para os alimentos ficarem mais baratos, de educação, segurança, saúde pública decente e eficiente. Estais gastando mal o nosso dinheiro dos impostos e depois direis que a culpa foi do governo anterior.

Não nos deixeis cair mortos pelos corredores dos hospitais porque os médicos têm suas clínicas particulares e só batem o ponto nos hospitais públicos para faturar uma grana extra, nem deixeis faltar remédios, equipamentos hospitalares. Há crianças brasileiras, índias, negras, brancas, orientais, de todas as raças, morrendo por falta de atendimento. Não acreditamos que  não vejam isso. Acreditamos mais que não vos interessais em resolver estes problemas devido a vossos afazeres diários, mas saibam que com vos elegemos, a intenção era de que nos representásseis. Se não podeis com o cargo, declinai do convite e caí fora da política, que assim pode parecer tratar-se de um negócio.

Iluminai as ruas públicas. Os ladrões, como sabeis, gostam muito de ruas escuras e sem policiamento. Sabemos já, de antemão, que depois da Copa do Mundo e das Olimpíadas que se realizarão de 2014 em diante, tudo voltará à normalidade, isto é, salve-se quem puder, porque a bandidagem voltará para o morro do alemão – e achamos até que nunca saiu de lá – e de onde foi tirada de outros lugares. Até nos arcos da Lapa do Rio de Janeiro se vende droga nas barbas da polícia que diz ser muita gente para fiscalizar. Ficamos na dúvida até, se já existem traficantes eleitos como vereadores, deputados ou senadores, ministros ou de cargos de confiança, e se não, por representantes deles, o que nos parece, porque a nação parece a casa da “mãe Joana” ou a antiga zona do canal do Mangue.

Baixem os juros bancários, as taxas de serviços, os impostos, porque pagamos muito por serviços que não temos. Há tanto dinheiro que serve para financiar as empresas que vos pagam as eleições, mas nós, que vos damos os votos, não somos financiados, e pelo contrário, somos explorados. Não é justo isso, e vos elegemos porque pensamos que éreis justos.

As ruas estão esburacadas, e mães com carrinhos de criança não podem transitar por lá. Cadeirantes nem pensar em sair à rua, porque estas atentam contra a sua saúde e seu direito de ir e vir. Há imenso número de ruas sem pavimentação, os correios só entregam correspondência onde lhes dá lucro – porque foram terceirizados – e os vereadores não dão um passo para dar um CEP a quem precisa, embora as prefeituras aceitem os projetos, os aprovem, cobrem impostos e dêem o habite-se.

E se não acabam com as drogas porque lhes parece impossível, que as legalizem para que se lhe cobre impostos que podem reverter para o tratamento, ou teremos alguns falsos representantes no governo que estejam interessados em manter o tráfico porque assim cobram mais caro?

Roubem, senhores do governo, roubem. Não me incomodo com isso, mas roubem menos, um pouquinho menos,  porque já está dando muito nas vistas e nos dêem a contrapartida de nossos impostos. E sobretudo, sobretudo, acabem com essa vergonha de aumentar os próprios salários.. Isso é demais para a nossa boa vontade e a nossa inteligência. Somos cidadãos pobres, mas não somos burros.  

Rui Rodrigues



[1] Governo é o conjunto dos que governam, não importa de que partido político.
[2] Nós, somos os 200.000.000 de brasileiros que se viram como podem nesta linda e amada nação.

[3]  Significado de Edil - s.m. Título concedido aos membros de uma junta de magistrados eleitos anualmente na antiga Roma. A junta era responsável pela manutenção da ordem pública. Além disso, supervisionava o comércio, o mercado e as provisões de água e alimentos, ocupando-se também de vários encargos públicos. Até 367 a.C., a junta era formada por dois plebeus. Depois, a ela foram acrescentados dois patrícios. Vereador municipal.

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