Minha netinha adorada me pediu para lhe contar uma historinha antes de dormir. Talvez pelo acaso, ou por sua idade de 8 anos, descobri que as histórias que eu conhecia mais ou menos, já não se adaptavam aos tempos modernos, a ponto de perderem o sentido. Como imaginar uma história motivada por um Rei que quer que o filho case com uma nobre e que ele se apaixona por uma plebeia que uma fada mandou a um baile numa carruagem feita a partir de uma abóbora, com animais transformados em belos cavalos, tudo contra a vontade da madrasta e de suas duas filhas que lhe roubaram a fortuna do pai?... Já não há mais bailes da corte, nem corte, nem reis, nem nobreza, os casamentos se fazem sob contrato nupcial pra ninguém roubar ninguém, dá-se o golpe da barriga e a cantada apenas para transar de forma inconsequente... Na historinha da gata borralheira o príncipe a reconhece pelo sapatinho de cristal que cabe no pé da Gata Borralheira, o que parece incrível: Ela tinha o pezinho mais pequenino do Reino. Só cabia nela. Que idade tinha então a menina? Ou era menor de idade ou uma anãzinha paraguaia. E esse príncipe vou te contar... Com o vestido recosturado pela fada, e toda pintada, não a reconheceu nem pelo corpo nem pelo rosto... Hummm...
Como que eu iria responder às perguntas de minha netinha muito esperta? Usei da maior franqueza e transparência possível. Perguntei-lhe que tipo de histórias gostava mais. Disse-me que era das histórias de terror, muito terror.
Então contei-lhe as histórias de Lula, Dilma e Temer, desde o berço em que nasceram até serem denunciados por corrupção, e toda a destruição que causaram no cenário nacional, arrasando irremediavelmente o Brasil. Minha netinha ficou apavorada com a previsão de seu futuro. Ela me perguntou se tinha como ir embora pra outro país, outro reino, qual seria melhor pra ir...
Rui Rodrigues
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