Dos tempos em que meu pai ainda andava por este mundo e uma vez ou outra íamos pescar em águas limpas da ponte Rio Niterói (e já se reclamava da poluição), das pedras da Prainha, do forte S. João... Havia emprego pra todos, todo mundo usava paletó, comia-se churrasco e fartas feijoadas nos morros, mulheres arrumadas e cheirosas nos bondes e ônibus, conversava-se com gente desconhecida e os sorrisos eram francos e grátis, confiança no próximo, em dia de jogo do Flamengo logo no primeiro gol abraçava-se até desconhecido... Nem maluco se atrevia a ejacular em mulher na condução... A lei era igual para todos, mesmo para malucos reais e malucos disfarçados de juízes, políticos ou artistas de TV daqueles que cospem.
Havia peixe. Havia vagas em colégios e universidades, excelentes hospitais públicos... Não havia gente abusada como hoje, temiam a policia, os juízes...Naqueles tempos era assim. Pra bandidos e baderneiros o Rio era de um jeito horrível, que agora ficou muito melhor.
Meu pai já se foi... Parece que o Rio está indo... Eu fico mais um pouco...
Rui Rodrigues
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