A civilização "ocidental" é fruto de uma influência religiosa com forte prevalência da cristã que, por contraditória, permitiu o desenvolvimento da ciência limitada algures entre o liberalismo do judaísmo e a limitação da muçulmana. Mas para entendermos como a "fé" moveu a "nossa" civilização, vamos voltar mais de 2.000 anos no tempo.
Jesus era judeu. Os discípulos eram judeus. Após sua morte resolveram escrever sobre seus ensinamentos. Escreveram em sua língua, o hebraico mas nem Jesus nem os apóstolos queriam uma nova religião. Longe disso, queriam moral e ética nos templos, e não escreveram nada sobre quererem uma nova religião, em nenhum lugar, e para se entender os ensinamentos de Jesus é obrigatório que se entenda a Torah, ou o "Antigo Testamento". Por isso no Concílio de Niceia em 325 DC, juntaram o Velho Testamento aos evangelhos, desprezando os Apócrifos.
Aí que entra a palavra "fé" que colocou a civilização ocidental ou cristã entre o liberalismo judaico e a "imobilização" muçulmana que chega a restringir o desenho e a arte da escultura: A palavra que os apóstolos judeus usaram para fé , e os autores dos Evangelhos escreveram, foi a hebraica "emounah" que quer dizer "certeza da verdade", mas que foi interpretada como "crer sem precisar constatar" nas traduções para o grego, etc...
Transpiram nos textos bíblicos as situações inexplicáveis em que se é obrigado a crer, acreditar, "ter fé", mesmo "desconfiando", (muitas vezes sob a sombra da fogueira e da perseguição) que pode ser que seja verdade ou possa ser mentira ou simplesmente uma alucinação ou exagero. Essa dúvida permitiu a dedicação ás ciências, a questionar-mo-nos "e se não fosse assim?"
Por minha Emounah, o que os autores dos evangelhos escreveram foi emounah e não fé. Os elos entre o passado e o presente não podem ser completamente apagados. Sempre ficam as digitais.
Rui Rodrigues
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