O futuro vem tão rápido, a cada instante, que enquanto se dá um passo a perna de trás ficou no passado e a da frente já está no futuro. Seu corpo, sua "cabeça" é que está no presente. É como estarmos entrando numa massa transparente que infla em todas as direções, carregando o tempo.
Esse espaço-tempo, vamos chamá-lo assim tal como Albert Einstein, infla em todas as direções.
Usei relógio até minha primeira obra, na Morada do Sol, ali em Botafogo, Rio de Janeiro. Em poucos meses já não usava nem relógio nem anel nem cordão porque eram um perigo: ficar com dedo preso, pulso preso em alguma barra de aço, madeira, prego. Com o tempo deixei completamente de usar.
Um dia, no Maracanã, no final de um jogo entre Botafogo e Flamengo fui assaltado juntamente com meu filho, meu compadre, o filho dele e um amigo, por uma onda de pequenos ladrões mirins de 11 a 15 anos, onde despontavam uns mais espigados que podiam ter qualquer idade... Nesse dia usava um cordão que tirei do pescoço, rompi em pedaços e fui jogando para o ar para dispersar a onda... Deu certo.
Também foi a última vez que pisei no Maracanã, e já lá vão 33 anos. Muito espaço-tempo inflou desde então... Muito! Para se ter uma ideia, a taxa de expansão do Universo, ou "constante de Huble" é de aproximadamente 73,2 quilômetros por segundo por megaparsec. (Um megaparsec é igual a 3,26 milhões de anos-luz, ou cerca de 3×10^19 km.).
Podemos ser homens modernos sem estarmos olhando sempre para o relógio no pulso, ou consultando o relógio do bom Big e velho Ben, assim como podemos ser homens modernos sem andarmos de pescoço dobrado consultando "Ai Phodes", que são Ipods com phones de ouvido.
Pare... Sinta o inflar do espaço-tempo, e deixe tranquilamente que chegue aquele a partir do qual não haverá amanhã, tudo seu ficando no passado, nem a ponta de um dedo do pé no futuro.
Em nosso universo é assim. Não perca seu tempo.
Rui Rodrigues
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