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sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Como "cover" de Nelson Rodrigues

 

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Andei pelas ruas do Rio e do Brasil, e não vi dessa gente esgazeada, desesperada, bandeiras parecidas com a do América ali da Tijuca, que num país onde até ladrão se candidata a presidente, clamaria por democracia. Impossível ser mais democrático que isso. Depois mais atentamente é que vi que esse clamor do desespero, cujos sons nos atafulham as bigornas e os martelos auditvos, é visto apenas nas Tevês em propagandas pagas e pagãs muito mais diminutas e raquíticas que a do Fluminense que perdeu para o Flamengo por 3 x 0. Isso foi porque não jogaram em Laranjeiras.


Uma vergonha nacional essa roubalheira generalizada, que nem um estádio meritório de um clube como o Fluminense temos, um estádio grande onde se possa acenar uma bandeira sem naucatear o torcedor vizinho...

Se hoje houvesse comunismo, o símbolo teria que ser uma glote irritada com uma foice sobre um martelo e uma bigorna auditivas, porque é pura conversa que nem bêbado de porta de botequim quer ouvi.

Hoje tentei ser "cover literário" do Nelson Rodrigues, nos tempos em que até os mais ferrenhos idealistas têm vergonha de ter sido comunistas, porque os ldrões estudaram afincadamente os textos do vagabundo Marx, do serial killer Stalin, e do ladrão pé rapado Luiz Inácio, textos que usam para convenccer os torcedors iletrados que os papagaios são pinguins que militam com Bolsonaro, todos de verde e amarelo

Rui Rodrigues

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