A Esbórnia fica mais para Norte não exatamente, e o pessoal é diverso. A Badérnia fica mais pra sul e vem quase toda de Minas e da Zona Norte do Rio. Se finura fosse finesse, diria que o pessoal da Esbórnia se esbalda mais magra que a gorducha turma da Badérnia que também se esbalda, mas come mais e mais barato. A turma da Esbórnia come menos por ser mais caro.
Tudo já foi terra índia, ou melhor, areias e praias índias, porque em mares eles não se atreveram nunca. Era muita água pra pouca canoa. Um dia chegaram do mar uns panos inflados amarrados a umas pirogas de madeira dura, cheia de branquelos e branquelas, primeiro, e depois de neguinhos e neguinhas, que depois de muita conversa, samba e lero-lero, transformaram as gentes e nunca mais as transas foram as mesmas...
... Chegara a pura puta sacanagem, misturaram-se os santos, as igrejas, e foi aí que surgiram os reinos da Esbórnia e da Badérnia... Apenas parecidos, cheios de gente branquela, negra e sem índios. Vistos do mar se parecem: Ilhas, areias, água, ondas, turistas, banhistas, restaurantes, bares, e muita alegria menos na hora de pagar a conta. E todos deixam uma lixarada dos diabos, seringas de drogas, guimbas de cigarro ou de um “tapa na pantera”. Os tiroteios ainda andam pelo Rio e por Angra dos Reis que são outros reinos, parecidos, mas diferentes. Não muito, mas o suficiente para não haver balas perdidas por aqui, que encontram cada uma seu corpo para matar. Normalmente uma criança, pequena, indefesa, de tenra idade. Nenhuma filha ou filho de traficante...
Há muitas histórias para contar por aqui... Esta é apenas uma introdução. Lançamento no “bar do chopp grátis”...
Rui Rodrigues
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