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domingo, 1 de fevereiro de 2015

Dilma e o celular na reunião.

Dilma e o celular na reunião.
(Os nomes são nomes, os atos são atos, tudo ficção no estilo inigualável de Charlie Hebdo)



Foi numa reunião a portas fechadas com os ministros ligados à área econômica, ou seja, os 38 ministros porque todos cuidam preferencialmente das verbas. Ela segurava seu inseparável celular, com o egoísta (aquele OB sonoro que coloca no ouvido e não deixa os outros ouvirem os sons do celular). Caminhava de um lado para o outro da sala. Os ministros olhavam-na apreensivos. Parecia uma barata tonta acossada por invisível chinelo. Jurariam todos a pé juntos, que ela bufava e espumava pela boca.

Dilma-  Quero verbas... Verbas... Verbas... Preciso de verbas para desenvolver este país e já não dá mais para tirar da Petrobrás. Qual a solução?

(Dilma fala no telefone – Ouviste eu perguntar?)

1º Ministro – Tem que continuar tirando da Petrobrás, “Enta” (abreviatura carinhosa de presidenta), senão as ações não caem mais e ninguém aqui no Brasil poderia se apoderar das ações e tomar posse da Empresa, ao velho estilo EIKE e Lula... E mesmo assim terá que ceder pelo menos uns dois por cento a alguém que compre e revenda daqui a três anos ao comprador da parte que não é do PT, isto é, desculpe, do Governo...

Dilma – Não gostei desse seu comentário, 1º Ministro... Estamos aqui 38 ministros e mais eu, e não tenho certeza da fidelidade de todos. Isto deveria ser segredo. Quando todos saírem fique na sala, que temos muito a conversar. Deixe de ser moleque!

(Dilma fala no telefone – Ouviste? Vês como estamos cercados de gente incompetente? Tenho saudades da minha célula terrorista. Lá ninguém falava nada, e se falasse era queimado)


2º Ministro - Podemos aumentar os impostos, Enta....

Dilma – Não podemos... Isso não estava nos planos sua cavalgadura... Mas peraí...

(Dilma afasta-se até o canto da sala e fala no telefone em surdina: - Ouviste? Querem aumentar os impostos... O que faço? Do outro lado, Dilma escuta a resposta: - Deixa aumentar tudo. O povo é burro, vai chiar, mas fica por isso mesmo...Não tem sido assim sempre?)

Dilma – Pensando bem, o povo logo esquece... Cumpanhero 2º Ministro, podes  aumentar os impostos!

2º Ministro – Mas Enta, então... Temos que aumentar também a Selic que é para o Banco que eu represento ter uma compensação pelo aumento dos impostos. Não podemos perder. E como sabe, meu Banco sempre tem umas verbas de representação que podem servir até para eleições e sobras de campanha...
(Dilma pega o telefone- Ouviste isto? Temos verbas de representação também. Vou falar aquela coisa. Posso? – Do outro lado deve ter havido um consentimento, porque caminhou célere para a mesa e falou)

Dilma – A propósito de campanha vamos combinar de uma vez por todas... Todos os desvios, os superfaturamentos, as notas fiscais falsas para acoxambrar os balanços, as propinas;.. Tudo, tudo é para o cumpanhero mala que vocês já conhecem e que tivemos que substituir porque prenderam o outro. Ele fará as distribuições. Não quero mais aqueles ministros babacas desviando dinheiro do dinheiro que nós ministros desviamos... Isso é roubo! Estamos combinados? Não sejam imbecis que não vos indiquei para serem imbecis.

3º Ministro – Mas Enta... Cadê o Ministro do Supremo Tribunal que não o vemos aqui na reunião? Precisamos dele para garantir as nossas costas, como as do Palocci, e de tantos ministros que saíram com o partido até batendo palmas... Não queremos correr o risco dos outros do Mensalão e da Petrobrás que foram presos...

(Dilma pega o celular, sempre ligado, e vai para o canto da sala – Ouviste? E agora o que digo. Nem convidei o Ministro da Justiça para não causar problemas... Diz aí, porra! – E ouviu a resposta do outro lado. Então voltou para a mesa e falou)

Dilma – Têm todas as garantias se não fizerem besteiras. Estamos tratando do convencimento dos juizes do Tribunal. Os outros ministro erraram muito,  não no que fizeram que foi para o bem de muitos cumpanheiros, mas porque não cuidaram e foram descobertos. Mas mesmo que sejam apanhados não perdem as gordas aposentadorias, benefícios e essas coisas boas todas.  

4º Ministro-  Enta...Um aparte... E a falta de água e energia? O que fazemos?

Dilma – Essa é fácil... Vocês deveriam ser mais inteligentes... Façam o que eu fiz com o trem bala, com as Obras da Copa, com a transposição do São Francisco, com os milhares de creches, com o minha casa minha vida que as casas foram parar nas mãos dos bandido... NADA!... Suas mulas... O que importa são os projetos: Pagamos uma parte gorda, assim como a metade sem construir nada e as empreiteiras nos devolvem quase tudo. Embolsamos a grana para as ajudas a Cuba, aos baderneiros internacionais, à Venezuela, a Cuba, aos cacete!... O povo fica indiguinado mas como já disse um filósofo que não lembro o nome, isso não importa que são burro caraio... Depois chove e resolve tudo travéiz...

(Dilma no telefone – Ouviste essa? Agora falei bonito, né não? Do outro lado o interlocutor disse bem claro que ela ouviu: Ah... Essa é a minha menina... enquadra eles... )

5º Ministro – E se o povo vier para as ruas ?
Dilma -  Prendam, soltem depois, mas baixem o sarrafo! Pau nesses desagradecidos que não entendem o que fazemos por eles. E multem-nos por desacato à ordem e depravação das coisa publicas. Agora vamos fazer um cofibrêique com champanhota e umas lascas de lagosta com caviar e rosquinha de roqueforte molhada no abacaxi.

Nota da redação: Não assistimos ao final da reunião de ministros, mas recebemos informação que do outro lado do celular, ao final, José Dirceu disse para José Genoíno... A Menina está bem preparada... É a minha menina...Lembra, Genoíno, daquelas noites na célula revolucionária? Cê acredita que até hoje ainda há cumpanhero que diz não saber de quem é a filha...

® Rui Rodrigues

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