O Egito é uma fonte de referência histórica, de hábitos, de cultura. Uma das primeiras civilizações da história que estendeu sua influência a toda a África, ao Oriente Médio e à Europa. Seu povo é de respeitar, tanto ou mais do que qualquer outro. Não se entende, sem ferirmos aspectos religiosos que nos últimos mil anos sua população tenha sido submetida a ditaduras constantes em nome de Alah. O povo Egípcio, por mais nacionalista e tradicional que seja, não merecia isso. Assim o entendem por lá, desde que se iniciou a primavera árabe.
É muito difícil tirar ditadores do governo, como temos a oportunidade de ver agora no Brasil, quando os “líderes” do Brasil, arrebanhados à mão pequena entre antigos militantes da guerrilha, comprou senadores para que votassem em seus projetos destinados a prolongar o seu poder, a torná-lo de exemplo – infeliz - para toda a América Latina. Apesar dos movimentos de rua em nossa terra, os políticos se fazem de desentendidos e estão preparados para assassinar de vez a nossa constituição, aprovando os termos de um plebiscito fadado a ser negado pela população alerta.
A primavera árabe não queria ditadores. Como os ditadores dificilmente largam os seus cargos – basta olhar para Cuba e para a Coréia do Norte – as forças armadas egípcias destituíram Mubarak. Promoveram rapidamente novas eleições e Morsie foi eleito. Promoveu como prometido uma nova constituição egípcia, mas a preparou de tal modo que se tornou um novo Pachá, um novo ditador. Não era isso que o povo egípcio desejava e voltou às ruas...
No dia de hoje, 03 de julho de 2013, o exército tirou mais este ditador do poder. Morsie, o valentão, fugiu. Ainda existem muitos ditadores à solta na comunidade internacional, ainda impunes. Urge retirá-los do poder, porque a primavera não é apenas árabe. É uma primavera da humanidade, como o demonstram as manifestações de rua da Turquia, da Espanha, por toda a Europa... é o mundo que está mudando, e as velhas forças do poder, encasteladas em Partidos políticos que nada fazem pelas populações de cidadãos não desejam entender e nunca irão entender... O conforto de cargos e liberdade de poderem governar como querem, não a desejam ver em perigo. Cidadãos ao redor do mundo estão mudando e hão de mudar esta forma de encarar a cidadania. Uns dirão que as forças armadas egípcias esperam que a população eleja alguém que lhes seja simpático... Não... Não creio... Creio mais em que depois de mil anos de ditaduras, o Egito esteja ainda engatinhando nos rumos da Democracia.
Parabéns, Egito!
© Rui Rodrigues
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