Imagine o cenário como num
filme: Uma sala, uma janela, um homem – ou uma mulher – uma cadeira, uma porta.
Num dos universos paralelos
(existe uma infinidade deles), o homem sai de perto da janela, olha para a cadeira,
senta-se. Num dos universos paralelos, o homem sai de perto da janela, olha
para a cadeira, passa por ela, chega até à porta, abre-a e sai batendo a porta
atrás de si. Num outro ainda, o homem sai de perto da janela, olha para a
cadeira, passa por ela, chega até a porta e cai fulminado por um ataque
cardíaco.
No conceito comum, universos
paralelos seriam exatamente como películas de filme passadas lado a lado, mas
com os mesmos personagens: você, eu, qualquer um de nós, o mundo em que
vivemos. No entanto, enquanto a física quântica nos pode dar algumas esperanças
de que os universos paralelos existam, a mecânica newtoniana e a própria
mecânica quântica já nos tiraram definitivamente essas esperanças: Deve existir
uma infinidade de universos que vêm nascendo, inflando ou estagnando, colapsando,
desde um tempo infinito no passado até um tempo infinito no futuro. O tempo,
desde que nasceu, não pára! Universos nascem, inflam ou não, equilibram-se ou
colapsam, mas são tudo menos paralelos. Isso a que chamamos de “universos
paralelos” deveria ter um outro nome mais adequado, como por exemplo, “espaços-tempo
paralelos” de forma a retirar do termo a opção de serem universos de fato. Como
as possibilidades de opções do “formato” do homem, da posição da janela, da
posição dimensões e forma da cadeira e da porta são infinitas, haveria um
número infinito de universos paralelos, e isto, em termos de mecânica
newtoniana ou quântica, seria um desastre completo: todos implodiriam
inevitavelmente devido à atração gravitacional. Universos paralelos não seriam
universos se não tivessem massa, energia.
A esperança da física
quântica aplicada às partículas nos daria uma pequena esperança, pelo fenômeno
do “entrelaçamento quântico” segundo o qual, depois de se aproximarem, uma
partícula girará em sentido contrário da outra, e mesmo que a afastemos, ela
continuará girando da mesma forma. Se pudéssemos, lá longe, bem longe, mesmo a
parsecs de distância, inverter o sentido de rotação de uma, a que ficasse aqui
inverteria imediatamente o sentido de seu “spin” ou rotação. A esperança é a de
que os universos pudessem existir sob esta forma, de modo que a ação tomada
pelo homem da sala com a cadeira, ao tomar uma atitude, anulasse a mesma
possibilidade em outros universos paralelos, mas não de forma total. Isto é, em
muitos universos se sentaria na cadeira, mas num deles cruzaria as pernas, em
outro ficaria com as pernas dobradas, em outros assumiria posturas diferentes,
e num deles a cadeira quebraria.
O conceito de “universos paralelos”
vem do lapso de quem inventou o termo: esqueceu-se – ou não sabia - dos efeitos
da gravidade dentro da Física Newtoniana ou Quântica, de ambas ou de qualquer
das duas.
Vivemos imersos em dúvidas
sobre de onde viemos, porque estamos aqui, conscientes neste mundo, o que se
espera de todos nós, para onde vamos após a morte. Quem não pode raciocinar
sobre estes assuntos, e não tem opinião própria, acredita piamente, sem
questionar, o que nos dizem outros iguais a nós que já formaram suas opiniões –
certas ou erradas ou equivocadas – e as seguem como atos para a salvação
eterna. No entanto, se temos certeza de algo é a de que existimos, e mesmo
assim, segundo Stephen Hawking, existe a possibilidade de sermos formas
holográficas de um ser idêntico situado em algum lugar que desconhecemos (ler “O
universo numa casca de noz”). Quem busca explicações e medita sobre o assunto
tem o pensamento livre para uma infinidade de opções, possivelmente todas
carentes de comprovação. Mas há algo que não necessitamos comprovar: Seres
holográficos ou de espaços-tempo paralelos, temos a “sensação” de existir e
temos a opção de fazer o que desejamos, assim esteja na possibilidade de nossas
forças, o que nos torna reais para todos os efeitos. Se conseguimos pensar,
decidir, fazer algo, mover objetos, somos reais. E como seres reais, podemos pensar neste
planeta como parte de um ser ainda maior a que chamamos de humanidade.
O que acontecerá conosco,
como humanidade, se não podemos fugir deste planeta quando vivos e ainda menos
como mortos? Isto nos remete para a construção de um mundo auto-sustentável de
perfeita convivência entre as sociedades e nações, como fato real, sob pena de
perecermos e vivermos uma vida deplorável de incertezas, guerras, destruição.
Os mundos imaginários são
imaginários, e por mais que acreditemos neles, a preferência para determinar as
nossas ações, é para o real, tudo o que sentimos conhecer naquele em que
vivemos. Precisamos urgentemente aprender a lidar com as nossas diversidades,
descobrir as nossas possibilidades, construir um mundo novo mais inteligente,
mais dedicado à nossa causa: A humanidade como um todo. E nos sentiremos como
se estivéssemos no céu, no paraíso... Porque não trabalharemos nem
construiremos para os ambiciosos, mas para nós mesmos. Os ambiciosos são poucos
e covardes e a força que têm nós lha estamos dando.
Como tirar-lhes essa força,
veja em http://conscienciademocrata.no.comunidades.net/
Rui Rodrigues.
Gostei!!!!! É como a Utopia ou seja uma ideia de civilização ideal, imaginária, fantástica. Que podemos nos referir a nossa Humanidade, sendo possível tanto no futuro, quanto no presente, porém em um paralelo.
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