Curiosidades de Angola[1]
Angola é um país lindo, forte, animado, grande, potente, rico. Tem diamantes, ouro, petróleo, riquezas minerais, uma costa rica em peixes, bons terrenos para cultivo e pastoreio. Nenhum angolano deveria passar fome.
Mas os dados apresentados no panorama mundial são tristes e preocupantes, levando a crer que, se este panorama não se alterar sensivelmente, a história de Angola a manterá na cauda da lista dos países do mundo, em termos de desenvolvimento efetivo e social, embora dirigentes [2]emanados do socialismo e do comunismo possam ficar cada vez mais ricos.
Com um analfabetismo beirando os 60%, e um IDH de 0,4 fica evidente que não pode ser compreendido o papel do Estado, e os votos dados em eleições não refletem uma preferência convicta com base no conhecimento, mas numa fé ou numa necessidade de votar em determinado candidato. Em suma, o voto não pode ser consciente com conhecimento de causa.
Com um PIB beirando os 115 bilhões de dólares, e uma população de cerca de 13 milhões, é como se cada angolano produzisse 8.846 dólares / ano, mas a maioria dos angolanos vive com pouco mais de dois dólares por dia ou 700 dólares por ano. É o problema da distribuição de renda, que pode ser melhorado através da educação e da elevação dos salários, mas nem as empresas nem os senhores do governo estão interessados nisso. José Eduardo dos Santos, que tal como Putin se perpetua no governo, é dono de uma bela fortuna de bem mais de 100 milhões de dólares, fortuna que construiu não com sua inteligência ou aplicação em negócios, porque quem governa não tem tempo para fazer negócios legais. Negócios ilegais podem fazê-los os que governam e até enriquecerem, mas não deveriam. Os milhões desviados por corrupção, matam angolanos por falta de saúde pública, segurança, instrução de como viver em condições saudáveis. Angola é conhecida internacionalmente como um dos países mais corruptos do mundo com um índice de percepção de corrupção[3] de 1,7.
Fruto destas políticas em que governo e povo são duas entidades separadas, Angola apresenta um índice alarmante de pobreza: cerca de 40% da população, aquela que produz 8.846 dólares por ano, mas em média só tem 500 dólares de renda per capita, é pobre. Vive na pobreza. É um claro sintoma do desinteresse do governo em corrigir a corrupção de forma a que não faltem recursos ao povo. O governo de Angola não é um governo credível, assim como também o não é a maioria dos governos do mundo, mas entre uns e outros, vai um abismo que se reflete nos índices aqui expostos. Parece que o maior problema dos governos a nível mundial não é exatamente a corrupção, mas “quanto” roubam em relação ao que o país produz. Há corrupção nos EUA, mas é tão baixa em relação ao que faturam, que praticamente não se nota e o povo recebe os benefícios, quase integralmente, do que produz. Se o exemplo americano não for do agrado para os leitores deste artigo, que vejam os países nórdicos, e até países onde se sabe que há corrupção endêmica como Itália, Espanha, Rússia... Lá também há corrupção mas proporcionalmente menor.
Talvez os movimentos internacionais que têm deposto corruptos como na Itália, na Grécia, em Portugal, dentre outros, e a primavera árabe, possam despertar movimentos em Angola para dar oportunidade a governos mais justos. Um em particular chama a atenção: O Resistência Autóctone Angolana para a Mudança (RAAM)[4] , mas sabe-se pouco a respeito permanecendo como uma grande incógnita.
José Eduardo dos Santos não quer o poder para “cuidar” do povo. Se fosse, Angola não seria o desastre que é como nação. Afinal ele governa Angola desde os primórdios de sua independência.
Angola precisa mudar, e a mudança não pode vir de um povo com índices de analfabetismo da ordem dos 60%. Tem que vir de uma classe intermediária que tenha instrução e saiba do potencial que Angola tem de ser tornar numa das maiores potências de África.
E José Eduardo dos Santos nunca foi comunista ou socialista. É um capitalista disfarçado.
Rui Rodrigues
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