CHINA , presente e futuro -中国,现在和未来
CHINA , presente e futuro -中国,现在和未来
1 – Um pouco do passado
Em 1949, ao fim de uma longa guerra civil, a China transformou-se em um país Comunista. Era moda, a juventude mundial queria mudanças, não se conhecia a Democracia participativa, e em todo o mundo, desde 1917 quando o comunismo apareceu pela primeira vez na Rússia, o mundo começou a mostrar uma tendência no sentido de seguir o comunismo. Nos anos seguintes e até bem pouco tempo, existiam mais de 60 países comunistas em todo o mundo. Hoje existem apenas dois, que nem o são tanto assim: Coréia do Norte e Cuba, sendo que Cuba atravessa um momento de incipiente transição para o capitalismo, até agora o grande vencedor da contenda sem que para isso houvesse uma guerra ou revolução mundial para “instaurar” o capitalismo. No entanto sofre-se com o capitalismo porque não é acompanhado da verdadeira democracia, a participativa.[1] A China já não é um país comunista. Isso está patente em sua economia, na crescente liberdade dos cidadãos para montar negócios, exportar, e principalmente pelas diferenças sociais que estão totalmente contra qualquer filosofia comunista. São muitas as diferenças sociais e estão aumentando.
De 1949 até hoje, a China tem sido uma ditadura imposta pelo Partido Comunista Chinês que não pergunta o que o povo quer: Faz, ou mal ou bem, em nome do povo. O povo não depende de si mesmo e é refém dos atos de governo. Com mudanças muito lentas, a China não será democrática nem nos próximos 50 anos, a menos que apareça gente corajosa como o desconhecido de Tianamen.
2 – A China de hoje
A China é o segundo maior país do mundo em área e tem uma população à volta dos 1.4000.000.000 habitantes. É também a segunda economia do mundo. Possui cerca de 116 milhões de analfabetos[2], 150.000.000 de pobres[3] e é o primeiro do mundo em acidentes de trabalho, fortes sinais de que a preocupação maior do governo chinês não são os cidadãos, mas a produção industrial. Para ser comunista não poderia ter tamanhas diferenças sociais, tantos analfabetos e a mortalidade infantil não poderia beirar os 53 por mil habitantes. É um descaso pela cidadania, tal como em qualquer país falsamente democrático como são os que adotam a Democracia Representativa, que colocou nas mãos dos banqueiros o capital público gerando a crise de 2.008 e as suas conseqüências.
Os salários são relativamente baixos se comparados aos ocidentais de países de mesmo escalão. Uma diferença em dólares de cerca de 300% inferior[4]. Só como exemplo, enquanto um operário especializado ganha cerca de 1.500 dólares no ocidente, na China ganha meros 500 dólares. O ocidente não tem como competir com a China enquanto os salários dos chineses e outras medidas de política comercial não evoluírem na China.
No contexto mundial, é considerada como uma economia emergente, mas na verdade é uma potência mundial, com tecnologia de ponta, armas nucleares, forças armadas modernas e bem equipadas. É um grande país do presente. Se vier a ser um grande país do futuro, de forma constante, isso estará nas mãos do povo chinês, porque muitas mudanças serão necessárias e não se sabe até que ponto os cidadãos chineses gritarão por elas. A pressão do Estado chinês, uma ditadura, ainda é muito grande, e sem democracia as partes mais fracas não são ouvidas, perdendo-se assim o rumo do progresso que passa a ser propriedade dos que dirigem a nação. Sempre foi assim na humanidade e não será diferente na China. Nos paises democráticos o povo exige em massa e o governo é obrigado a atender. Na China, nos dias de hoje, isso não se consegue. O Estado é fechado a “sugestões” que vão contra os seus interesses. A vaidade de governar e de mandar ainda se faz muito presente na China, por medo de que a política tome “outros rumos”.
3- A China do futuro
Na década de 60 o mundo ocidental, em plena guerra fria, alertava para o perigo da “onda amarela”. Temia-se uma invasão de chineses, todos comunistas, obrigando à leitura recitada, sem raciocinar, do livro vermelho de Mao tse Tung. Mao Tse Tung morreu, o livro vermelho serve para calço de mesas velhas roídas pelos cupins, a China já não é comunista, e a onda amarela chegou ao mundo de forma absolutamente democrática e capitalista, como tsunami que derruba uma a uma as indústrias do ocidente. Nenhum estrategista militar conseguiria tal feito, nem que tivesse implante cerebral de Alexandre, o mancebo macedônio, Napoleão o ulcerado, ou de Ho Chi Min, o vietnamita destroçador de generais franceses e americanos que lutaram por políticos ditatoriais e não por interesses cidadãos do povo francês ou americano: Entram na guerra sem perguntar aos cidadãos se a desejavam.
A China do futuro é matemática.
Não se pode crescer indefinidamente a taxas altas. Elas decrescem na medida da demanda mundial e do crescimento econômico da nação. È como a velocidade de um objeto em relação à velocidade da luz: Na medida em que a velocidade do objeto aumenta, a massa aumenta e torna mais difícil aumentar a velocidade. Quanto mais, menos.
O povo chinês, ainda que a passos de tartaruga, vai tendo acesso ao conhecimento e às diversas culturas e evoluirá na democracia. Os futuros governos da China acompanharão o desenvolvimento democrático em sintonia com o povo, ou, alternativamente haverá mudanças por força de revolução. Não há outra opção.
Para o bem geral da humanidade espera-se que a China evolua em paz e tranqüilidade e que, ao atingir o topo, por aí fique de forma permanente, sem voltar às deficiências de ser governada pela cabeça de confrarias de uns poucos em detrimento das massas populacionais. Para isso, o Japão é um excelente exemplo. Começou sua escalada econômica produzindo bens de terceira ou quarta categoria, a preços baixos, e tornou-se uma potência econômica. Mas o Japão sofre do mal da falta de matéria prima. A China tem de sobra e suas fronteiras estão mais perto dessas matérias. Falta-lhe a Democracia Participativa para ficar por pelo menos uns 500 anos à frente do mundo. E para se ser líder mundial é necessário estar em sintonia com os povos do mundo.
Parabéns e meus abraços à China! Se puder, dê uns conselhos à Coréia do Norte e a Cuba e não deixe que Bahsar-Al_Assad continue a massacrar o povo sírio. É um pobre exemplo de política internacional.
Rui Rodrigues
P.S. - Deixo meu abraço em particular a Hong-Kong, Macau, Formosa e Xangai.
Nenhum comentário:
Postar um comentário