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segunda-feira, 21 de abril de 2014

O que podemos mudar no mundo para ser mais justo?

O que podemos mudar no mundo para ser mais justo?

A humanidade busca um mundo melhor, assim se entendendo como um mundo mais justo. Vimos tentando isto há milhões de anos. Primeiro pensávamos que ensinávamos muito bem a nossos filhos e que eles se desviavam do bom comportamento porque não nos “ouviam”, embora só raramente fossem surdos.  Por isso lhes batíamos. Agora já entendemos que não adianta bater neles, e que, pelo contrário, o efeito desejado é exatamente o contrário como se tem comprovado. Mudar a essência de cada um de nós é bastante difícil, porque nosso tempo e nossa dedicação aos filhos são precários: O trabalho do dia a dia nos assoberba e nos exige quase toda a atenção que lhes possamos dedicar. Nossos filhos passam mais tempo com “estranhos” do que em família desde que passam a freqüentar a primeira aula do primeiro ano do primeiro colégio. A influência do meio é sempre maior e mais diversa. E uma grande verdade é que a humanidade se rege pelo coletivo e muito raramente por um indivíduo. Neste caso, temos sempre uma figura de um “populista” que, se guindado ao poder, se transformará num ditador. Está no perfil humano: Ninguém gosta de perder o que já conseguiu, e quanto mais se tem mais se quer, com temor de se perder substancial parte do que se tem num mau passo, ou num imprevisto do que chamamos política, economia, ou negócio. Então vamos desistir de um mundo melhor? Não! Vamos, pelo contrário, avaliar em poucas linhas, que caminhos poderíamos trilhar para obtermos um mundo duradouramente mais justo.

À primeira vista há vários caminhos que aparentemente nos levariam até ele. Vejamos quais e que probabilidades têm de êxito.

1.      Um mundo governado por mulheres.

Criou-se um mito de que homens são diferentes de mulheres. Não é propriamente um mito, os homens são fisicamente diferentes das mulheres, mas o meio que rodeia homens é o mesmo que rodeia as mulheres. A inteligência para se adaptar e sobreviver nele é idêntica a ambos os sexos. As reações são similares. Quando os homens saíram para os campos de batalha nas duas grandes guerras mundiais, faltaram nas cidades para efetuar o serviço pesado que não poderia ser realizado por idosos e crianças. As mulheres enfrentaram o batente com todo o mérito. Algumas ferramentas foram adaptadas para elas, é certo, mas o trabalho foi realizado. O patriarcado está sendo abolido exatamente pela evolução de um conceito mais do que justo: A igualdade dos sexos. É lamentável que a humanidade não tenha enfrentado a necessidade da igualdade há muitos séculos atrás, mesmo durante o começo da humanidade, mas por aqueles tempos, a inteligência era pouca, a evolução muito lenta, a força predominava, e quem a tinha era o homem. Os livros a que chamamos de sagrados expressam isto exatamente. É hora de adaptar os livros “sagrados” escritos por inspiração divina e se conseguirmos enxergar que Deus não poderia ter sido tão injusto. Ou falhamos na inspiração divina ou nosso Deus não é tão justo assim. Precisamos urgentemente decidir entre estas duas hipóteses urgentemente para que não continuemos caminhando no mesmo erro a estrada da evolução humana. Chegaremos mal e atrasados ao destino justo.

Homens e mulheres podem hoje avaliar em conjunto – porque passam pelas mesmas alegrias, situações e percalços, com a mesma intensidade - as dificuldades na política, na economia, em todas as manifestações humanas. As dificuldades são as mesmas. Homens ou mulheres no poder têm que enfrentar os mesmos problemas, e de tão iguais – somos todos humanos, da mesma espécie - não haverá mudanças substanciais neste mundo a caminho da justiça geral e irrestrita. Todas as qualidades e defeitos são comuns de gênero. Ambição, por exemplo, como dizer que mulheres não são ambiciosas de poder? Que não querem riqueza seja de bens ou de favores? Que não trairão ou trairão menos? Que usarão menos das forças disponíveis?

Nada mudará de essencial com as mulheres no poder.

2.      A volta de um sistema de governo comunista




Certamente que o medo do comunismo freou um pouco a ambição do capitalismo. Os sindicatos se desenvolveram á sombra do medo da ambição do capitalismo e da ditadura do comunismo: Os sindicalistas sabiam que a ambição do capitalismo lhe diminuía os salários, mas tinham trabalho embora não suficientes para as suas necessidades. Sabiam também que no comunismo nem poderiam reclamar ou fazer greves. Foram-se sustentando fortes até que um por um dos países que se diziam comunistas começaram a falir. O comunismo precisa de dinheiro, e o dinheiro somente se consegue no capitalismo. Por isso, Cuba e a Coréia do Norte, os dois únicos países comunistas que ainda restam, dependem da ajuda de terceiros países. Estas perdas do comunismo enfraqueceram os sindicatos, o capitalismo ambicioso recrudesceu á sombra do socialismo, um meio caminho paralelo entre o comunismo e o capitalismo, um meio termo. Mas quem resiste ao dinheiro, á compra de uma casa, de automóvel, de umas férias na Europa, EUA ou no Caribe, ou em qualquer lugar? Nem comunistas, nem socialistas e muito menos os capitalistas. No capitalismo troca-se qualquer coisa por dinheiro, inclusive influência e favores. No comunismo trocam-se as mesmas coisas sob o controle do estado. No socialismo troca-se tudo por qualquer coisa com a permissão do estado. No socialismo e no capitalismo, troca-se tudo o que se produz interna e externamente. No comunismo troca-se o quase nada que se produz internamente depois que os melhores e mais importantes produtos foram exportados. A balança comercial nunca fecha positivamente porque falta estímulo à produção e ao trabalho.

A volta do comunismo poderia diminuir um pouco da ambição capitalista, mas não mudaria nada. Já foi tentado e deu errado em menos de um século [1]. Foi um sistema político de curtíssima duração. Divide o nada entre toda a população e precisa de capital de ajuda externo. Não é solução. É mais um problema. Além do mais, somente com um governo ditatorial o comunismo consegue sobreviver por um tempo razoável em qualquer república: O que um ser humano dá de livre vontade não é suficiente para manter um programa comunista como, por exemplo, casa para todos os cidadãos. Nem todos os cidadãos de uma nação doando. É preciso que seja obrigado a doar para que o montante necessário seja levantado para o programa, e mesmo assim, depende da economia dessa nação. O mesmo se aplica a manter respirando uma nação com grande índice de pobreza. Mas à força, a ditadura não subsiste por muito tempo.


3.      Socializar o planeta.

O socialismo é um sistema de governo representativo como outro qualquer, a meio caminho entre o comunismo e o capitalismo. Para cumprir com metas sociais baseadas na doação de insumos e concessões às classes menos privilegiadas, usando dinheiros públicos, é necessário que o partido no poder entre em acordo com os demais partidos e a classe produtiva da nação, os capitalistas, para poder doar sem reclamações que levem o povo para as ruas, e que evite a fuga de capitais. Quanto mais abrangente for o governo, mais aumenta a necessidade de verbas para cumprir as metas e diminuem as aplicações em obras públicas. As concessões são uma porta aberta para a corrupção. Quanto mais ambicioso os planos gerais de socialização, maiores os gastos nos planos e maior o rombo na balança comercial, no equilíbrio financeiro, maior o desvario no equilíbrio entre a aplicação de recursos nas necessidades básicas de investimento e os planos sociais. Seria necessária uma fonte de fabricar dinheiro – sem gerar inflação – para manter o equilíbrio econômico. Os países com governos socialistas na grave crise econômica de 2008 estão em más condições, com exceção da Alemanha ainda: Não conseguem manter os planos de investimento produtivos, de infra-estrutura e sociais em mesmo nível e aumenta a corrupção. Não há dinheiro suficiente para manter os “padrões”. A Alemanha é como um “Tio Patinhas” Irlandês, altamente produtivo, inventivo, com uma população dentro dos limites permitidos pelo bom senso de forma a que as classes trabalhadora e improdutiva estejam equilibradas a ponto de não gerar pobreza. O povo alemão economiza e sabe aplicar, sua educação é estrita, gerando determinação e responsabilidade. O povo alemão sempre foi assim, e a pesar do alto nível de vida não se vêm praticando turismo com gastos exagerados nos locais de veraneio. Não fazem alarde, como por exemplo, os brasileiros esbanjando e alardeando dólares em Miami, portugueses nos bons tempos em praias do Caribe, japoneses pelo mundo todo nos tempos de ouro do pós-guerra até pouco antes da crise de 2008. Quem viaja agora pelo mundo todo continuam sendo americanos e nórdicos, russos e chineses [2]. Cubanos e norte-coreanos sempre foram impedidos de sair do país desde que lhes foi imposto o regime comunista.
Ainda que com mulheres no governo, o socialismo não tem apresentado resultados convincentes e práticos de ser o caminho certo para um mundo - ou nação - mais justo.  Não, de forma suportável. É um sistema altamente instável sob qualquer ponto de vista, principalmente econômico pelas razões já expostas.

4.      Dar mais poder ao Estado








É tempo perdido, dinheiro jogado fora. Num sistema com alto poder do Estado, os políticos acabam por fundar uma oligarquia de poder e se transformam numa ditadura. Ditaduras sempre foram derrubadas, os ditadores têm tempo pré-determinado no poder até que sejam depostos e suas estátuas derrubadas. Basta ler os livros de História de qualquer nação.

5.      Dar mais liberdade ao “neoliberalismo”






É tempo perdido, dinheiro jogado fora. A ambição e a ganância humanas, se não controladas, empobrecem as populações na competição na redução de custos e aumento de lucros. A arrecadação de impostos se dirige exclusivamente para a produção decaindo os investimentos no setor social.


6.      Adotar a democracia participativa.



Há muitas formas de “democracia participativa”, a maioria esmagadora sendo não democrática, porque colocam entre o povo e o “governo”, ou mesmo no governo, intermediários que mantêm certos poderes e acabam por encaminhar ou conduzir os cidadãos, acabando finalmente numa ditadura. Só há uma Democracia Participativa, real verdadeira [3].

Uma democracia sem intermediários em que tudo é votado pelos cidadãos através de rede social fiscalizada pelos próprios cidadãos, de forma absolutamente transparente, e na qual os “políticos” são meros servidores públicos sem qualquer tipo de poder. Fazem apenas cumprir as leis aprovadas pelos cidadãos. O “presidente” expressa a voz da maioria dos cidadãos e não tem poder de declarar guerra, não decide por si só. Os votos podem ser retirados on-line, pode perder o cargo em menos de 24 horas, assim como qualquer eleito para cargo público. Não há imunidade política para nenhum cidadão. A distribuição de verbas recolhidas de impostos é feita de acordo com as votações populares. Para maiores detalhes, verificar em http://conscienciademocrata.no.comunidades.net/
Neste sistema de governo, não importa se os “políticos” são homens ou mulheres, nem qual a “filosofia” política. São homens e mulheres quem vota nos projetos de governo segundo sua própria solicitação para que sejam votados.

É impossível a compra de votos ou votos de cabresto. A Constituição é aprovada pelos cidadãos mediante votação item por item.

7.      Resumo

Todos os regimes políticos que a humanidade teve a oportunidade de conhecer e pôr em prática faliram exceto os que reconhecidamente se entendem como democráticos, embora não o sejam realmente: Há sempre interesses em jogo, nem sempre em prol da população ou de sua maioria, muitos acordos escusos pelos corredores, e muitos políticos ambiciosos estão no poder. Neles se pode declarar guerra e explicar-se depois. As verbas são distribuídas de tal forma que não provocam revoltas em populações que sabem que podiam ser mais bem distribuídas, mas cujas deficiências não são tão graves que levem a uma sublevação. Quando a ambição ou vaidade se sobrepõe aos interesses nacionais, e quase sempre em nome desses interesses, surgem as ditaduras. Normalmente, de quatro em quatro ou de cinco em cinco anos, os políticos eleitos são tão protegidos que é extremamente difícil retirá-los do poder. Nesse ínterim desempenham seu trabalho para os partidos e votam normalmente mesmo sob pressão da oposição.

São governos Representativos, que representam não necessariamente os cidadãos em todos os seus atos.

A Democracia Participativa é o governo do povo, pelo povo e para o povo obedecendo a vontade da maioria. Dizem que para isso é necessário ter bom nível de instrução ou que o País não pode ter muita extensão territorial nem população muito numerosa. Não é verdade. Quem não entende do assunto se sentirá “inadequado” a votar. Cada cidadão vota no que entende ou nos servidores públicos que mais lhe agradam para fazer cumprir as leis que os próprios cidadãos pediram para ser votadas e que tenham sido aprovadas, quer a nível nacional, quer a nível estadual.

O mundo da "representatividade" já está velho, decrépito, por demais conhecido e desmascarado. 

® Rui Rodrigues



[1] A revolução proletária de 1917 pôs fim ao Império Russo e estabeleceu o comunismo como sistema de governo. Quase cem países se lhe seguiram incluindo a China. Estamos em 2014 e só persistem dois países comunistas: Cuba e Coréia do Norte, falidos, tal como todos os demais antes de o deixaram de ser. Passaram-se 97 curtíssimos anos de existência deste "novo" sistema de governo que "imporia a justiça social no mundo inteiro". Fracasso total.  Foi o mais curto período de existência de um sistema político de que se tem notícia

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