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quinta-feira, 9 de maio de 2013

Caminhadas na natureza.






Caminhadas na natureza.

Em meio a uma plantação de vinhas sobranceiras sobre o rio lá embaixo, em Portugal, ouvindo o cantar das cotovias, surpreendendo-se com o repentino esvoaçar de uma perdiz, ali bem perto; caminhar num deserto de tons marrons, beges, amarelo-pálidos, e ser surpreendido por um camaleão do deserto ou pisar num enorme diamante bruto, na Namíbia; Ouvir o som dos Andes com suas rajadas de frio e neve em meio a um silêncio de uma natureza viva de uma lhama escondida, ou cruzar os pampas no Brasil, a pé, vendo as caturritas brincalhonas passarem voando, tudo isto faz parte da natureza. Mas caminhar nela, e na vida, é muito mais do que isso.

Sempre, sempre, olhamos o mundo sob nossos pontos de vista absolutamente pessoais. Uma prova? Peça-se a um conjunto heterogêneo de pessoas que escrevam uma redação sobre um tema, e nenhuma sairá igual às demais. Todas, absolutamente todas, serão diferentes.  Mas há algo ainda mais surpreendente. Peça-se a uma criança que escreva uma redação, por exemplo, sobre a água, aos 10 anos, depois aos vinte, aos trinta, e de dez em dez – também por exemplo – até os noventa anos, e nenhuma dessas redações serão iguais.Nenhuma delas.

Mas ainda mais surpreendente, é que a paisagem que vemos é igual para todos num determinado instante. A paisagem simplesmente é. Nós é que a vemos de forma diferente. Caminhadas na natureza são muito eficientes e prazerosas. Não só para admirar e conviver com a paisagem da natureza, como também para meditar. Os caminhos de Santiago são uma prova, não de fé, mas de que o convívio com a natureza nos permite meditar sobre as coisas deste mundo e imaginar, apenas imaginar, se haverá um outro mundo para além deste. Parece que devem existir muitos, mas é neste que vivemos e é com este que devemos conviver, no que pesem as nossas diferentes formas de entender o que nos cerca.

Cinco caminhadas marcam minha vida: A caminhada na própria vida, uma nas montanhas do norte de Portugal, outra nos campos da campanha do Rio Grande do Sul, outra no deserto da Namíbia, do lado angolano, e uma na cordilheira dos Andes, do lado chileno. E embora tenha feito caminhadas por muitas outras paisagens, nenhuma é igual à outra, e a do deserto da Guajira é inesquecível.

A pergunta que me fiz em todas essas caminhadas, é muito simples: Porque razão sendo todos nós diferentes, a paisagem diferente em cada ponto do mundo (mas no mesmo instante igual para todos) sempre existe quem queira convencer ou obrigar a que se pense da mesma forma numa família, numa sociedade, numa nação?  Por vezes chego a crer que as leis foram inventadas não por questões de moral ou ética, mas para punir quem pensasse de forma diferente.
 A ser verdade, isto poderia explicar a evolução da humanidade, a separação das nações por fronteiras das cartas geográficas e da fé, e até o surgimento do capitalismo, em que a lei defende quem a sustenta: O capital que compra bens, móveis ou imóveis, caráter, fé, verdades e mentiras. Compra tanto quanto os “favores”, que são o capital dos regimes comunistas e socialistas. Em nossas caminhadas pela vida, só encontramos ditadores, regimes, reis, presidentes, primeiro ministros, que tentam impor uma forma de “pensar e agir”, pré-destinada a atender os anseios de quem governa pelo capital ou pelos favores.
Voltemos às redações, e peçamos a cada um que saiba ler e escrever, que faça uma redação sobre o que deseja que um ditador, um regime, um rei ou rainha, um presidente homem ou mulher ou nenhum dos dois, primeiros ou primeiras ministras, lhes proporcione com o dinheiro dos impostos ou com os “favores”, e certamente veremos novamente que nenhuma redação será igual à outra. Porém, desta vez, todas terão algo em comum: O que esses ditadores, regimes, reis ou rainhas, presidentes homens ou mulheres ou nenhum dos dois, primeiros ou primeiras ministras nunca, nunca, proporcionaram. 
De acordo com as fronteiras da fé e da política, o que nunca é proporcionado varia, mas o lado social nunca atendido, será comum a todos, principalmente quando se comparam as economias das nações e se vê o que cada uma oferece em troca dos impostos que se pagam. Para que servem os impostos, afinal? Para distribuir por quem governa e por seus mentores, amigos ou protegidos? Claro que não. Mas é o que se vê, mormente no que se refere a verbas públicas para “socorrer” bancos e outras empresas, deixando os cidadãos cada vez mais endividados, sem serviços públicos decentes, sem segurança, num esvair de verbas que soa como orgia baquiana de predadores e depredadores da sociedade.  

Existem muitos tipos de caminhada na natureza. Experimente dar a sua pelos anais das estatísticas, das páginas dos jornais, ou saia de casa, sinta, cheire, veja, visite as ruas do crack, da pobreza, dos sem teto, sem segurança, sem serviços de saúde, sem redes de esgotos, sem energia elétrica, sem água potável.
Depois compare com os que lhe oferecem o céu em templos, com as propagandas de governos e de políticos, e veja onde está a beleza da paisagem, e como a estragam, exploram, a deturpam. Se não sentir que algo estraga, suja e polui a natureza, consulte-se, e se achar por bem, pare de seguir ou apoiar o que não nos presta nem serve para construir ou manter a natureza como ela deve ser.
Para completar o pensamento e, se desejar, consulte http://conscienciademocrata.no.comunidades.net/

Não... O  PT e os políticos brasileiros não são solução para a paisagem. Fazem parte do problema... 


Não... Os políticos portugueses não são solução: Fazem parte do problema. Há séculos não resolvem nada, e só fazem propaganda dizendo que são os melhores e quem têm as soluções... Estragam-nos as paisagens.





Rui Rodrigues.   


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