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domingo, 8 de setembro de 2013

O casamento e o presidente.

O casamento e o presidente.




Sou dos que acreditam que o sofrimento nos vem, ou da dor física, ou da dor de não entendermos as razões dos fatos, os porquês da vida. Tanto as dores físicas quantos as “morais” são provenientes do desconhecimento. As primeiras, quanto mais avançam os conhecimentos da medicina, menos dores nos provocam as doenças, e menos são as doenças que nos podem causar dores. No Egito antigo, por exemplo, faraós morriam por infecção nas gengivas, de dores de dente. Hoje são raríssimos os casos. As segundas dores, as do desconhecimento das razões de nosso sofrimento, aquelas que doem no coração e nos fazem ter ataques cardíacos, curam-se também com o conhecimento. Nós, humanos, estamos há milhares de anos, melhor, há milhões de anos trabalhando nesse sentido: Eliminar o sofrimento tanto quanto possível, e podermos dizer um dia, todos nós, homens, mulheres, de todos os gêneros: Sou feliz!

Não raciocinar não é doença física. É falta de hábito e disposição para beber do conhecimento que está disponível em conversas, em publicações, em programas de televisão, e principalmente na Internet, tudo disponível por relativamente baixo preço, e sempre será possível disponibilizar alguns momentos por dia para nos dedicarmos ao conhecimento. Presidentes apedeutas, se é que isso existe em algum lugar do mundo inteligente, é gente preguiçosa que não quer progredir no trabalho, que quer viver às custas do alheio. Se algum dia aparecer alguém querendo ser presidente da república sendo apedeuta, não vote nele nem em quem ele indicar. Não é gente capaz de nos impor ordens nem de serem seguidas em seus devaneios de promoção pessoal.

Para governar a própria vida - quanto mais uma nação - é necessário sabermos o que queremos, e se o que queremos é viável, sustentável, enfim, possível ao longo de nossas vidas, como o casamento, para não falarmos de política, se bem que de certa forma, o casamento é um assunto também político, uma instituição destinada a constatar publicamente, através de uma aliança no dedo e uma cerimônia religiosa que “esta mulher é minha, somente minha, apenas minha, exclusivamente minha”. Claro que não precisamos contar para ninguém, e talvez jamais contaríamos, mas cada um de nós, casados ou amantes, sabemos até que ponto isto não corresponde exatamente à verdade.  Mas lá está o que ainda não aprendemos muito bem: Continuamos incentivando o espírito do casamento em nossas crianças e contando a mesma história triste da gata borralheira e do príncipe encantado, um sapo com quem a princesa casa, uma delas, a outra usava sapatinho de vidro que quebra fácil e nem dobra para caminhar. Somos apenas um pouco tontos, acreditando que alguns momentos de felicidade em que sonhamos com abóboras encantadas que se transformam em diligências resplandecentes de ouro, possam ser prelúdio de esperança para dias melhores que os nossos, para nossos filhos e netos. Claro que as verdades doem, mas é só por instantes, no máximo um par de dias, uma semana, mas a ilusão dói todos os dias. Por exemplo, a ilusão de nos pavonearmos ao agradar às moças casamenteiras para que nos escolham como maridos, ou de se pavonearem como aves de paraíso, mostrando seus melhores coloridos de maquilagem, os melhores vestidos, os mais belos gestos para nos convencerem de que são as mulheres perfeitas, as princesas de nossas vidas que transformaremos em rainhas de uma família. Mas calma. Isto não é falta de moral, de ética, ou algo reprovável. Faz parte da natureza, do fazer “a corte” a quem pensamos que nos acompanhará por toda a vida, e quem segue apenas a beleza, o que todos vêm, arrisca-se à competição: De beleza todos entendemos sem ser necessário raciocinar, sem frequentar bancos de escola. Ter capacidade para apreciar a beleza é talvez o único “almoço grátis” da natureza, e ser aquele marido ou mulher que quando sai na rua com o companheiro ou companheira provoca torceres de pescoço em sua direção, pode ser uma fonte de problemas, a menos que não se importe, e na maioria dos casos nem importa se o casal discute ou não: A fila lá fora é grande e a tentação ainda maior. Quem resiste?

Então se inventam “receitas” para a felicidade no casamento, como, por exemplo, discutir sempre a relação, dar-se e entregar-se, não fazer da vida uma rotina, agradar sempre, e outras estratégias, como se isso resolvesse. Resolver até resolve, mas infalivelmente a relação chega às vias de fato em que não se quer mais discutir a relação porque virou rotina, já não nos queremos dar nem receber porque a exaustão do relacionamento nos tira a energia e a disposição. Dos dez mandamentos para uma vida feliz, um deles fala sobre o casamento, afirmando que não se deve ambicionar a mulher do próximo – e deveria dizer também que não se deve ambicionar o marido da próxima – mas podemos imaginar um sujeito que peca em todos os outros nove, e o que pensaria a mulher dele sobre a relação entre os dois. Mas que digo eu? Nada que não se saiba. Basta admitir que sabemos o que de fato sabemos, e logo chegamos à conclusão que não basta raciocinar e então saber: É também imprescindível que possamos admitir para nós mesmos o que de fato sabemos.

Podemos ir mais longe... Quantas “facetas” do comportamento humano conhecemos nós, cada um de nós? Uma centena? Milhares? Milhões? Pois vos digo que são milhões vezes milhões, porque dependendo das circunstâncias podemos mudar nosso comportamento, dependendo do momento, se estamos de bom humor, se estamos num momento feliz, se temos dinheiro, se estamos em casa ou na rua, se temos ou não um bom emprego, se temos carro ou não, se somos ou não multados, se temos filhos e são felizes, se não são... Então, como conhecer alguém por um par de dias, de meses, ou até de anos, e dizer: É meu par para toda a vida? Se a vida muda a todo o instante? Então, presos na palavra da aliança de casamento, vamos fazendo concessões ao longo da vida, deixando de sermos nós mesmos, e logo aceitaremos grandes concessões.

Felizmente a humanidade tem o condão de perceber – mesmo que de forma inconsciente – os atoleiros em que se mete e com maior ou menor demora, consegue livrar-se deles. As mulheres já se livraram do “paternalismo” do pater-família, são independentes, e não precisam casar para terem sua independência. Pelo contrário, são agora independentes sem precisar casar, com a certeza de que Deus abençoa o “não casamento” para a vida e para além dela, da mesma forma que abençoa o não casamento de todo o reino vegetal e animal deste planeta e não temos razão alguma para achar que por não sermos “animais” Deus nos trataria de forma diferente. Somos como somos, e colhemos os frutos do que somos ao longo da vida. E assim como os seres humanos deste planeta são independentes e não precisam de paternalismos, nós que raciocinamos, preferimos sempre um presidente inteligente e instruído que nos representa lá fora, enquanto nos governamos aqui dentro, mas sempre nos perguntando o que queremos. Também somos independentes. A moda é apenas adereço dos corpos que têm uma mente. É uma ilusão que desvia as atenções da mente e nos faz perder a vontade de raciocinar, de tão fascinados que ficamos com a beleza. O construtor deste universo fez a natureza tão bela, que nos perdemos a apreciá-la pela imagem que nos transmite, sem nos darmos ao trabalho de a analisar e entender nos pequenos detalhes que sempre nos passam desapercebidos. Sou mais um analista de detalhes do que de paisagens.

© Rui Rodrigues

domingo, 18 de agosto de 2013

O “deus tutelar”



O “deus tutelar”
(e seus efeitos sociais nos povos e no relacionamento entre nações)


Hominídeos e “Homo”, na escala de evolução humana, sempre foram seres sociais. Não se sentem bem vivendo isolados de suas sociedades que acabaram por construir com base em hábitos passados de geração em geração, identificação visual genética, sentimos de proteção coletiva, dentre outros fatores. Flores encontradas em túmulos pré-históricos dão-nos uma leve noção de que em algum momento, por essa época, se acreditava numa vida pelo menos “diferente” no pós-morte, senão, porque razões enterrariam o morto com flores? Tumbas posteriores já possuíam, além de flores, objetos de uso quotidiano do falecido. Quando mais tarde se fez definitiva a noção de um Deus senão criador, pelo menos protetor, surgiram religiões por todo o planeta habitado. As primeiras noções de divindade eram proporcionais ao desenvolvimento mental de nossos ancestrais, e por não entenderem ainda pelo menos razoavelmente o mundo em que viviam, eles imaginaram um panteão de deuses, um para cada “preocupação” que tinham, e surgiram os deuses da guerra, da saúde, das colheitas, da caça, e outros.

É natural pensar-se que deuses protetores de feridos e doentes não tivessem tanta força como os que, por exemplo, cuidavam da agricultura ou da guerra. Os deuses que aparentemente provocavam mais estragos eram os deuses da guerra, num período histórico em que as lutas pela posse das terras era fundamental para que sociedades de indivíduos pudessem ter mais território e portanto comportar maior numero de indivíduos. Estas lutas eram terríveis, com alto numero de baixas e podiam aniquilar civilizações. Por isso mesmo, o deus tutelar, isto é, o deus que presidia o panteão de deuses era sempre um deus guerreiro, dono e guia dos exércitos [1].  Havia um orgulho de cada nação em seu deus tutelar, e nem por sombras esse deus era dividido entre elas. Cada uma tinha o seu, o que julgavam mais forte, mais poderoso, o céu era o limite, mas o conhecimento do céu (universo) era limitado. Assim como havia guerras no planeta, julgavam haver guerras também nos céus. Seus deuses tutelares justificavam e apoiavam as atitudes terrenas de seus líderes, mesmo que contra a vontade popular. Era como se os deuses fossem imaginados não como entidades próprias, mas como “fetiches” – sempre à disposição - para atender as necessidades humanas de cada povo, ou melhor, de seus líderes[2].

As lutas por territórios no sentido de angariar mais espaço para crescimento populacional, parece ter terminado em 1945 quando Hitler foi derrotado, mas de certa forma continuamos a conquistar “territórios”, agora com características comerciais.  A luta é a mesma, mata igualmente por seus efeitos indiretos, mas tem uma aparência mais “humana”, seja o que for que o termo humano queira significar, porque na medida em que a economia de qualquer país diminui sua eficiência, aumenta o numero de pobres, os serviços sociais perdem a eficiência, doenças tornam-se mais poderosas e se disseminam mais rapidamente, muita gente morre em conseqüência sem sequer fazer parte dos noticiários dos jornais. São mortes surdas. Para sobreviverem internamente às nações como governo, e, portanto com as regalias inerentes, os que governam costumam mentir e esquivar-se de perguntas inconvenientes.
 Deusa Abutre - egípcia - notar semelhança da arca
Deuses tutelares eram eminentemente deuses guerreiros. Não seria de admirar se a “belicosidade” dos deuses estivesse intimamente ligada à necessidade de transmitir genes à descendência. A expulsão de judeus de suas terras de Judá para a Babilônia por Nabucodonosor II é um indicador desta tese: expulsou para suas terras o povo judeu que se misturaria com sua gente, misturando suas características de gente inventiva trabalhadora e produtiva, às de seu próprio povo, embora, duvido, tivesse consciência disso. De qualquer forma, não se costuma chamar os inimigos para dentro de suas próprias fronteiras se isso não for interessante. O entrave maior foi a religião. O povo judeu tinha um deus tutelar em mutação: Seu panteão de deuses estava sendo eliminado e apenas o deus tutelar, Yawé, acabaria por prevalecer, quando o profeta Jeremias exortou o povo judeu à união. O Talmude data desses tempos. Porém, há um detalhe muito importante em termos de deuses tutelares: Yawé ou Jeová é o único que em vez de apoiar sempre o seu povo, o castiga toda vez que erra, para que aprenda. A partir do cativeiro da Babilônia, o povo judeu passou a conviver com um “deus sozinho”, ou seja, o monoteísmo centrado em Yawé[3].
 Idealização da Arca da Aliança
Deuses tutelares sobreviviam enquanto em terra seus adoradores obtivessem vitórias militares. Perdidas as batalhas finais, os deuses eram abandonados, jazendo no pó. Não admira, pois que, numa humanidade devastada por guerras de conquista e ocupação, Iawé surgisse como um deus a ser copiado: Um deus que punia seu próprio povo e o incitava a não errar, a percorrer caminho ético, moral, voltado para a paz, porém sempre preparado para a guerra de defesa, e surgiram duas religiões a partir desta de culto a Iawé: A cristã e a maometana, adaptadas cada uma à idiossincrasia dos povos que as adotaram. Mais tarde, Martinho Lutero em meio a uma nação de princípios morais mais consolidados na época, a Alemanha do Sacro Império Romano Germânico, criou a primeira dissidência no cristianismo, coisa que não se viu até hoje nos paises muçulmanos, e criou o protestantismo. A partir de Iawé, a árvore genealógica das religiões, abre seus ramos, fruto de um deus não bem definido, ou não bem entendido. Certamente não bem entendido, porque sendo Deus a fonte, não deveria ter sabores diferentes de acordo com quem o prove. E desta falta de entendimento, muitas guerras e muitos seres humanos foram mortos no interior de fronteiras por seus semelhantes, no exterior em guerras que apenas e somente os fatores econômicos e territoriais de sobrevivência poderiam justificar. Em vez disso, usaram a “infidelidade” religiosa para justificá-las. A falta de instrução, educação e conhecimento dos povos, foi pasto destas distorções de motivação por parte dos poderosos que governavam as nações, todos eles sob influência religiosa.

Governantes, aqueles que usurpam o poder ou os que elegemos para nos “representarem”, precisam de desculpas para seus erros, e de motivos para a consecução de suas idealizações. A religião é uma fonte quase inesgotável para estes efeitos, porque congrega populações e as pode manobrar para o lado que mais interesse no momento político ou econômico. Nos tempos de hoje, as batalhas no terreno já não necessitam de um deus “tutelar”, nem se grita em campo de batalha, porque o confronto físico de exércitos diminui não só pelo tipo de armas desenvolvidas, como também por efeitos psicológicos: As armas matam a maior distância, corpos mortos enterrados em cerimônias fúnebres desmotivam a população. Os deuses já não são guerreiros, e essa função é exercida pelos que elegemos para nos representar, este um erro que será corrigido a futuro, porque com deuses tutelares ou sem deuses tutelares, as guerras inconvenientes continuam pelo mundo afora, algumas e muitas fratricidas mesmo que todos tenham a mesma religião, e nisto se incluem as guerras por verbas dentro de um mesmo estado dividido em pequenos estados por questões de administração.

Após breve análise se pode constatar que os deuses se separam paulatinamente dos seus “representantes” no planeta, e o povo de seus “representantes” no governo. Há uma crise aparente de tutela que pode significar o rompimento com estilos de governar, das características dos eleitos à representação, e mesmo a representação pode ter seus dias contados com a participação da cidadania nos destinos do mundo.

Num mundo que evolui socialmente sempre em pequenos bolsões isolados de progresso social de acordo com a melhor ou menor performance de administração econômica, não há como desprezar o sentimento de que um mundo mais equânime, mais homogêneo, seria um mundo mais habitável, sustentável, canalizando as riquezas não para a guerra, mas para o progresso e o desenvolvimento em todos os campos da humanidade.

A humanidade terá encontrado o seu caminho para um deus único, ou, a exemplo de cada nação que tem o seu deus, cada individuo também pode ter o seu – ou não ter - de acordo com a sua própria forma de encarar o mundo?

É o que veremos em tempo relativamente curto, talvez dentro de algumas décadas.  O mundo está mudando para uma participação cidadã cada vez mais efetiva.

© Rui Rodrigues



[1] Ainda hoje, e, por exemplo, embora Espanha, Inglaterra e Portugal tenham o mesmo “deus” comum, para diferenciar no campo de batalha escolheram “santos” como padroeiros de suas forças armadas: Inglaterra e Portugal escolheram S. Jorge, a Espanha, São Tiago, ou Santiago. Nestas religiões, o panteão de deuses foi substituído por um Panteão de santos que priorizam em busca de milagres.
[2] Efeito agravado em épocas históricas de Teocracias que ainda hoje existem, como no Irã, em que o líder religioso é também o chefe máximo da nação. 
[3] Deve ter sido por esta época, quando o Talmude foi compilado, que se deve ter definido que não se fariam imagens de Iawé (D’Us), e que somente um deus seria adorado. 

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Carta aberta ao ministro Lewandovsky

Carta aberta ao ministro Lewandovsky


Há dois aspectos em sua vida, ministro... O particular e o público. Os dois devem expressar o mesmo tipo de conduta, o que para um juiz se deve basear, obrigatoriamente na ética e na moral. Então meta a mão na consciência e leia as seguintes leigas linhas:

1. Apóia V. Exa., não declaradamente, criminosos condenados em julgamento que, sem a sua intervenção e de Tofolli, poderia ter sido igual ao de qualquer réu comum, desses tantos que penam por justiça nos corredores dos tribunais. Seus passos no julgamento estão sendo julgados também pela população do Brasil, com mais ou menos instrução, vendo uns com agrado sua defesa dos réus, por cumplicidade ou simpatia indireta pelos réus, outros com cautela por não poderem saber o que realmente se passa, outros ainda indignados porque percebem o que V. Exa claramente deixa perceber: Defende uma quadrilha de lesa-pátria que envolve principalmente o Partido dos Trabalhadores. Este Partido é chefiado realmente por Luiz Inácio da Silva Lula, cuja vida pregressa e enriquecimento deveriam estar no rolo do processo. Este mesmo partido tem modificado de tal forma a nossa constituição que já nos parece estarmos em outro estado de democracia: A democracia modificada com que Hitler alcançou o poder a partir de Weimar na Alemanha de 1919, tal como Lula, chefiando uma quadrilha com o enganador nome de Partido dos Trabalhadores. Foi do nome deste Partido que surgiu o nome NAZI, o nazismo. V. Exa nos envergonha, a toda a população do Brasil.

2. Em sua vida particular, parece V. Exa., tal como Hitler, esquecer as suas origens, apoiando uma quadrilha que tenta o poder a qualquer custo usando a corrupção para conseguir votos, e o poder para corromper a constituição brasileira. Muita gente honesta morreu em campos de concentração, como os de Treblinka , Sobibór e tantas outras espalhadas pela Ucrânia, Estônia, Lituânia, Alemanha, França, Itália, Polônia, República Tcheca, Países Baixos (aqui nasceu e morreu Ann Frank). Um holocausto europeu. Não queremos um holocausto na América do Sul, como também não queremos um regime totalitário como o Cubano. O senhor envergonha a América Latina, o mundo.




3. Se de todo V. Exa não souber como Hitler chegou ao poder, ou não se lembrar porque não terá ouvido a história de sua família, pode refrescar a memória no link abaixo
http://conscienciademocrata.no.comunidades.net/index.php?pagina=1292548503



© Rui Rodrigues

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

O ciclo do comunismo – ascensão e queda.

O ciclo do comunismo – ascensão e queda.
(similar ao do nazismo [1])

Este mundo nunca foi justo, justamente por causa de ambiciosos e oportunistas.

O comunismo parecia a solução para que todas as riquezas fossem distribuídas entre todos de forma mais justa, mas das cerca de 90 nações do mundo que já foram comunistas, restam apenas duas: Cuba e Coréia do Norte. O que deu errado? Parece haver um “ciclo” para este tipo de ideologia.

  1. O surgimento

líder comunista na praça vermelha
Surge em épocas de crise, quando o equilíbrio da pirâmide social sofre modificações importantes ou violentas, normalmente em função de crises econômicas, guerras ou regimes de governo. Por mais que as pirâmides sociais sejam achatadas ou verticalizadas, há um equilíbrio nas camadas sociais que mantém a ordem, o progresso e a paz nas nações. Nesses momentos de crise, a indignação popular cresce e fica preparada para qualquer coisa “diferente” na forma de ser governada, que lhes melhore a vida. A propaganda é importante, a criação de “símbolos” de unificação de vontades, adquire uma importância fundamental nem que para isso se use a mentira, porque a verdade começa a ser oculta pelo impedimento de liberdade de expressão dos meios de comunicação. É o momento oportuno para o surgimento de “líderes” que lhes indiquem o caminho. Os cofres públicos e as riquezas particulares confiscadas são o baú inicial para a “distribuição” social das riquezas. Até aqui não há diferença entre nazismo e comunismo.
 Quadro revolucionário de propaganda comunista
  1. O estabelecimento e o auge


Praça Vermelha no auge do comunismo
Quando se fala em dinheiro raramente se associa este termo a “elemento de troca”, mas dinheiro ou moeda pode ser qualquer coisa, desde conchas a moedas, desde moedas a cupons de racionamento e distribuição de bens pela “coletividade”. Porém, e de forma geral, comunistas principalmente são avessos à moeda, ao dinheiro, porque o vêm como um símbolo “capitalista”. Uma vez imposto o comunismo como forma de governo, mantêm uma moeda fictícia, fora da realidade para as trocas internacionais, e internamente a mantêm, tirando-lhe a importância pela redução do uso: Distribuem cupons de racionamento que distribuem de forma desigual pelos lideres, militantes, simpatizantes e povo. As prisões começam a esvaziar-se de ladrões, traficantes e bandidos e começam a encher-se de “inimigos do regime”. Forma-se uma bolha “nacional” na qual só entra a informação que interessa ao regime e da qual nenhuma informação saia sem que seja previamente submetida a censura. Sem governo totalitário, o comunismo não germina, não progride, mesmo que o totalitarismo seja obtido através de alterações à constituição. O auge do comunismo, e o inicio de seu declínio acontece quando uma enorme porcentagem da população recebe uma educação mínima, porque universidade só serve para quem tem capacidade e não há venda de diplomas, e todos têm pelo menos garantido um quarto para viver e comida no prato. As artes são desenvolvidas como forma de amenizar a vida. Nem todos têm TV, computador ou celular, automóvel é para poucos, geladeiras, ares condicionados, e bens de primeira linha, somente para lideres e protegidos do regime.

 Propaganda de culto à personalidade

  1. O declínio e o fim
 Queda do muro de Berlim sem um único tiro
Após o auge, vem sempre o declínio de qualquer coisa neste mundo. O melhor exemplo somos nós mesmos que já começamos a morrer desde o dia em que nascemos. Passamos por um auge e declinamos porque não conseguimos manter sempre o mesmo fator de produção e distribuição de energia. Os órgãos começam a falhar. No comunismo é assim também. Logo após a implantação do sistema, os hábitos são alterados, a ambição reduzida e controlada, a vontade de querer alguma coisa diferente se esvai como que por encanto, mas não morre. Apenas fica adormecida, porque é uma condição natural da humanidade. Os líderes do comunismo têm ambição e nesse sistema continuam a tê-la, e á vontade, porque a censura não permite reclamações. A necessidade de controlar é tão grande, principalmente em países de grandes populações, que qualquer iniciativa passa obrigatoriamente por uma estafa de perguntas, respostas e verificações – a que chamamos de burocracia – que dificulta a sua consecução e provoca perda de vontade de fazer alguma coisa. Numa sociedade sem incentivos de produção ou de melhoria de salários, o esforço pessoal se iguala ao do parceiro de trabalho, porque trabalhar demasiado sem compensação à altura não é motivação. A produção começa a decair, a qualidade se deteriora, e só os programas tecnológicos do governo seguem adiante com mais ou menos demora. As trocas comerciais com o exterior começam a diminuir a capacidade de comprar o que é necessário para a nação, incluindo alimentos, artigos importados, itens tecnológicos que permitam acompanhar o desenvolvimento nacional. Logo os cupons comprarão menos do que no ano anterior até se chegar a um grau de insatisfação popular que atinge pouco a pouco os altos escalões do governo, tal e qual como nos períodos anteriores à implantação do comunismo. É então chegada a hora de abandonar o comunismo e buscar outra forma de governo que possa dar “mais certo”.
 Nova revolução russa para acabar com o comunismo. Sem tiros
O Brasil está na primeira fase através de “sonhos de criança” de um grupo de ex-terroristas assaltantes de bancos quando faltou o apoio financeiro de países então comunistas como a China e a URSS, e precisaram de dinheiro...

Gorbachev (Perestroika) e Yeltsin, a nova Russia. 
Comunista precisa de dinheiro e muito, porque normalmente não sabe lidar com esse símbolo e prova disso temos aqui em casa com os governos Lula e Dilma. Como em todo o planeta há uma crise mundial geralmente criada por um excesso de “poder”, talvez seja a hora certa para tentarmos um novo tipo de democracia que foi descoberta há cerca de 3.500 anos por Sócrates, um grego filósofo, e que agora tem “pernas para andar” através de redes sociais: A Democracia Total, Verdadeira, Participativa[2] .

© Rui Rodrigues


segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Brasil em impasse político



Pátria Amada Brasil
Brasil em impasse político

Uma breve passagem pela história do Brasil pode constatar a improbidade no trato da “res pública”, ou coisa pública, desde os tempos das capitanias, passando pelo Império, chegando à república desde Marechal Floriano até os dias de hoje.

Já houve rebeliões de todos os tipos, movimentos de secessão, e Vargas já amarrou o cavalo no Obelisco do Rio de Janeiro quando esta cidade era a capital da República. Nem houve tiros na revolução de 1964, quando o Brasil estava caminhando para a esquerda política. Depois de décadas sob governo liderado por militares, a esquerda e os terroristas do passado tomaram o poder, não por mérito, mas por esperança de uma igualdade que não existe em lugar nenhum do mundo. Difícil dizer se foi Lula que usou a esquerda ou a esquerda que usou Lula para a consecução desta tomada de poder, mas sabe-se e é patente que foram os amigos empresários de Lula que mais se aproveitaram e ainda se aproveitam. Os escândalos bradam aos céus, ainda mais quando se sabe que com a economia controlada, obras que custavam milhões passaram a custar bilhões, algumas levadas a concorrência com projetos feitos às pressas e equivocados. Obras paradas custam dinheiro porque os juros altos correm. Sucessivos escândalos e perdões de dívidas, com serviços de saúde decadentes, ensino sufocado, transportes públicos deficientes e em estado de sucata, segurança deficiente com dezenas de mortes todos os dias sem solução, aliados a uma inflação na casa dos dois dígitos porque a Petrobrás resolveu aumentar os combustíveis para cobrir furos de administração, levaram o povo para as ruas.

A Constituição foi sistematicamente alterada por Medidas Provisórias, verbas públicas foram colocadas à disposição de amigos da presidência como Eike Batista que se tornou bilionário e agora está à beira da falência, e uma verba gorda foi colocada à disposição da presidência sem que tenha de fazer comprovação dos gastos. Parlamentares aumentaram por várias vezes os seus salários e estabeleceram que somente trabalhariam de terça a sexta, recebendo horas extras para resolver os problemas da nação, exatamente o trabalho que são obrigados a fazer em tempo hábil devido à preferência dos que os elegeram. São esses mesmos que usam a força aérea brasileira para fazer as suas viagens, porque resolveram não se mudar para Brasília, onde fica a sede do governo.

Uma política de juros altos, os mais altos do mundo, como são os da Selic, provocaram juros de até nove por cento ao mês em empréstimos bancários e com um povo com um IDH tão baixo, um dos menores da América Latina, clientes de banco não sabem fazer contas de juros nem de juros compostos, devendo até a alma, sem diabo para quem a vender. Boa parte ainda paga dízimos a Igrejas. Cartões corporativos são um poço sem fundo para pagar despesas evitáveis e até particulares e os amigos do regime que se beneficiam regozijam diariamente e desfilam por shoppings e aeroportos o seu “status” de comunistas de rolex.

Com os cofres do Estado abertos, e uma das maiores taxas de impostos do mundo, o dinheiro desaparecia como que por um só canal. Ainda havia oposição, até o dia em que resolveram se associar. Os partidos políticos se associaram, deixou de haver oposição, o fluxo de esvaziamento de caixa público aumentou. Quantidades maciças de dinheiro público injetadas na Caixa Econômica Federal e no BNDES foram usadas a pretexto de obras de transposição do Rio São Francisco, em estádios e obras para a Copa do Mundo e Jogos Olímpicos, para “tapa buracos” de estradas e para financiamento de empresários com o pretexto de gerar empregos. As obras atrasaram, algumas nem saíram do papel, as estradas estão ainda mais esburacadas do que nunca, um monumento de mais de um milhão de reais em homenagem a um ET em Varginha nunca foi acabado. As verbas se perdem e jorram mais que água canalizada para o Rio S. Francisco. Numa viagem para a posse do Papa, a presidente do Brasil, ex-terrorista, agora com rolex, carregou amigos em magote gastando milhões em hotéis de luxo, uma rica comitiva de um país sem educação, sem saúde, sem segurança, sem estradas, sem transportes dignos e compatíveis com a sétima colocação no ranking das nações mais ricas.

Ufanando-se de ter tirado da miséria cerca de 50.000.000 de cidadãos, verifica-se que na verdade isso não aconteceu. O que aconteceu é que com uma bolsa-família dividida por família de cerca de 4,2 pessoas em média, ninguém saiu da miséria e continuam vivendo nas mesmas casas, tendo os mesmos problemas, o dinheiro recebido gasto em qualquer coisa, até em drogas. Não se investiu em praticamente nada do setor produtivo. O PIB decresceu enquanto os demais países cresciam – os BRICS - o capital estrangeiro começou a tomar outros rumos. É notória a incompetência do ministro Mantega, mas continua sendo mantido no governo porque atende os interesses dos que governam a nação, o que inclui os políticos eleitos, os substitutos não eleitos, os que andam pelos corredores de Brasília, do tipo dos que escondem dinheiro no sutiã, nas meias, nas cuecas.

No senado, condenados não perderam seus cargos, o que colocou em oposição o povo indignado, cada vez mais, contra o Senado que os acolheu e alguns juizes do Supremo que defenderam tão ansiosamente os réus como se fossem advogados de defesa de baixo calão em defesa da honra de marido violento, jogando sobre a esposa traída a pecha da indecência.

Com o movimento das ruas, laivos perdidos de moral e de ética passaram a ser comentados mais por medo de perderem eleições do que pela própria moral e ética. A oposição pareceu renascer, mas de forma tímida até que foi atacada com a questão do metrô de S. Paulo, para contrabalançar os efeitos do Mensalão. Posição e oposição mentem, os demais partidos são fracos exatamente por isso: Em vez de serem oposição saudável, denunciando os podres a que certamente assistem e se calam, além de ter um bom e inovador programa de governo, tentam tirar partido da disputa partidária dos dois maiores partidos, no intuito de dividir o poder.

Assistimos assim a um Brasil dividido entre a posição da OAB, do Ministério Público, dos partidos políticos, do Senado, forças armadas da reserva dividem-se entre direita e esquerda, o povo observando o resultado de seu movimento nas ruas. Todos uns contra os outros. Se a moral e a ética forem muitas, não importa o quanto ainda há no caixa, nos cofres. Se a moral e a ética não forem suficientes, o caixa se arrombará por completo como caixas 24 horas de Bancos assaltados pela madrugada, como costumavam fazer os vereadores, os deputados e os senadores quando votavam coisas de seu próprio interesse.

Ó Pátria amada, salve, salve...
Se salve, Pátria Amada!

Até que todo o povo vá para as ruas, com uma só bandeira:
A do Brasil, verde, amarela, cor de anil,
Com o universo de estrelas de todos os Estados da Nação,
E onde esteja escrito “ordem e Progresso” em que se possa acreditar.

© Rui Rodrigues

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Após a morte das ideologias, zangam-se comadres, descobrem-se verdades.



Direita e esquerda se unem na divisão das verbas
Após a morte das ideologias, zangam-se comadres, descobrem-se verdades.

Não há nada pior do que a oposição se unir ao governo. A partir desse momento, não há críticas, aprovam-se todos os projetos por mais absurdos que sejam, emitem-se e fazem-se aprovar emendas constitucionais por mais absurdas que sejam, cava-se um fosso intransponível entre governo e os cidadãos. Pior ainda, todos se calam a respeito dos atos de corrupção, uma atitude prudente para não serem também denunciados.

Foi assim, a partir do governo de Lula que o Brasil não só não saiu das primeiras posições em corrupção, como também se manteve nas ultimas posições do IDH mundial. Tudo vai mal de A a Z em nossa nação. Estão aí os movimentos de rua para mostrar que há um fosso enorme entre governo e cidadãos.

Quando, através das redes sociais – esta maravilha técnica de progresso e desenvolvimento social – se começaram a conhecer as opiniões dos cidadãos e os protestos começaram com postagens importantes, mas que não eram notícia de primeira página dos jornais, logo perceberam no governo que haveria que romper com os acordos entre posição (que antes era oposição) e a oposição (que antes era posição). O que o povo queria afinal? E chamada esquerda unida à direita ou a direita unida à esquerda? Para surpresa geral, como se não soubessem, o que os cidadãos querem é JUSTIÇA. Apenas justiça, uma coisa tão simples que obriga à moral e á Ética. E logo um espertalhão se propõe eliminar dos anais do senado federal a palavra ética alegando sua visão ainda corrupta de do que entende por uma justiça corrompida.

Em função da necessidade de romper o acordo entre Esquerda e Direita (que na verdade perde todo o sentido pelo acordo tácito), apareceu o processo do Mensalão. Políticos foram condenados e para mostrar força, os políticos senadores se impuseram ao Ministério público mantendo-os em pleno trabalho normal na santa casa diabólica do senado federal. Responderam com outro processo para “equilibrar” o descrédito político e o povo conheceu então o processo do “Cachoeira”. Mais políticos foram condenados. Veio então o caso do Metrô de S. Paulo de onde se esperam sair novas condenações.

Uma das “soluções” para manter a credibilidade dos nossos políticos seria acabar com as denúncias de parte a parte, mas isto já é impossível. A população honesta, de princípios, politicamente moral e ética, não quer saber de esquerdas nem de direitas, nem de ideologias (todas elas mortas) depois de acometidas de doença fatal após a queda do muro de Berlim e a crise econômica de 2008. Na primeira o comunismo começou a falecer, na segunda, o capitalismo selvagem está numa UTI sem muitas esperanças de vida tal como era até então.

Há um vácuo político e econômico – o fosso - que precisa ser preenchido para que se faça a ponte entre governos e povos que deveriam apoiar e não explorar. Voltar a falar em comunismo, socialismo, capitalismo, já não comove nem move ninguém que tenha um mínimo de conhecimento do mundo que o rodeia. A ponte pode ser a Democracia participativa, sem intermediários, aquela em que os políticos são meros servidores públicos, em que vota quem quiser pelas redes sociais, a qualquer momento em tudo que atualmente se vota nos senados, câmaras, prefeituras, retirando o poder que os políticos têm. Com as redes sócias há opinião, mas não a necessidade de “líderes” e muito menos os populistas que prometem o que não podem dar. Votos que podem ser retirados a qualquer momento – porque são dados em confiança e por perda de confiança podem ser retirados.

Fica a idéia de um filósofo político da antiguidade, Sócrates, que descobriu um dia que um povo pode viver em paz, em progresso e com tranqüilidade se cada cidadão participar ativamente das decisões de governo em todas elas. Sempre sem intermediários. Se desejar saber como veja artigos a respeito no site deste 

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Escolha o cenário do crime. O caso dos Pesseghini.

Escolha o cenário do crime. O caso dos Pesseghini.


Leio autores de livros de ficção desde os meus dez anos de idade. Meus autores favoritos eram S. S. Van Dine, Ellery Queen, Agatha Christie, Conan Doyle, Maurice Leblanc... Desde garoto que leio até no banheiro. Aprendi que para desvendar um crime é necessária muita isenção de julgamento, mente aberta para todas as possibilidades mesmo que pareçam absurdas, tempo disponível e uma boa conta bancária que permita o tempo necessário para se dedicar á causa de descobrir o “móbil” do crime que quase invariavelmente nos levará ao suspeito – ou suspeitos - mais plausíveis. Disponibilizar de uns trocados extras para comprar informações costuma ser muito útil. Quando, porém, os crimes ocorrem com políticos, policiais, gente importante, é necessária ainda mais atenção, porque as forças políticas podem tentar omitir provas, dificultar as investigações ou ainda simplificar a explicação do crime dando-lhe uma plausibilidade que de fato não tem, e acabar por conduzir a algum inocente como autor do crime.




Cenário conhecido


Em meio a uma onda de assassinatos que assolam a cidade de S. Paulo, há já vários meses, quase meio ano, movimentos de rua, assaltos e assassinatos perpetrados por narcotraficantes e bandidos em geral, ocorre um caso inusitado: Dois policiais, marido e mulher são encontrados em casa, assassinados, e na mesma cena do crime, o filho, de apenas 13 anos, sua tia e sua avó, também mortos. Segundo fotos de uma reconstituição, a mãe morreu de joelhos encostada ao lado esquerdo da cama, o torso tombado sobre o leito. Do outro lado da cama, o pai, de bruços. Em outros aposentos, a tia e a avó estavam deitadas em seus leitos. O corpo de Marcelo, o filho, estava caído sobre a arma, em decúbito dorsal, segurando-a com a mão esquerda. Um familiar de Marcelo afirmou que ele era destro. Posteriormente a polícia assumiu que ele era canhoto. Os corpos foram encontrados numa tarde de segunda-feira e segundo a polícia, foram assassinados durante a noite. O filho Marcelo foi à escola, com os pais já mortos, e voltou para casa onde morreu. Um amigo dele disse que ele pretendia ser um policial como o pai, e ultimamente tinha apresentado um “comportamento estranho”. O mesmo garoto disse que Marcelo tinha planos de matar os pais e depois fugir no carro da família. O mesmo colega afirmou também que Marcelo pretendia ser “matador de aluguel”. Os tiros não foram ouvidos pelos vizinhos. Não havia sinais de resistência das vítimas nos aposentos. Em sua mochila foi encontrada outra arma de fogo (do avô) e uma faca.  

Além do depoimento do amigo de Marcelo, familiares afirmam que Marcelo era um bom garoto, tranqüilo e que não acreditam que Marcelo pudesse ter efetuado os disparos. Uma professora afirmou que Marcelo lhe havia perguntado se já fizera mal aos pais e se tinha dirigido automóvel. Disse-lhe Marcelo que já tinha dirigido um “buggy”. Em vídeos de câmaras o carro aparece em frente à escola.
Presume-se que o cenário do crime tenha sido perfeitamente preservado, e que foram retiradas amostras do estômago das vítimas para se certificar que tenham ou não sido dopadas.  As vítimas foram enterradas na terça-feira.      

Marcelo teria sido o autor e depois se suicidou.


Para que esta hipótese seja verdadeira – e pode ser – vários fatos teriam que ter ocorrido.

Marcelo teria que se assegurar que todos estariam dormindo e que o primeiro tiro não despertasse ninguém em casa. Seus pais eram policiais treinados. Depois do primeiro tiro, os demais acordariam. O que teriam comido todos, ou que tipo de veneno ou tranqüilizante se teria valido Marcelo para que todos estivessem dormindo no mesmo instante de forma a não acordarem com o barulho dos tiros? Teria ele pensado que teria que abater primeiro os pais – por serem policiais – e depois a tia e a avó mais indefesas? Realmente é difícil aceitar isto de ânimo leve para uma criança de 13 anos. E ainda mais aceitar que tivesse interrompido o seu plano para ir à escola tranqüilamente no dia seguinte, sem aproveitar o momento para fugir como seriam os seus planos, se é que o amigo não está mentindo. Depois de matar a família, seria fácil sair de casa e consumar o plano, mas contrariamente, vai para a escola, volta a casa e se mata. Que nível de confiança tinha Marcelo com seu amigo a ponto de confidenciar seus desejos de matar os pais, e que confiança tinha de que seu amigo não o trairia, contando para os demais?

Um tiro de “.40” faz um bom estrago no cérebro, impulsionando-o para o lado do sentido de movimento da bala. Se ele o efetuasse sentado ou em pé, certamente seu corpo, mesmo em decúbito dorsal não ficaria “arrumado”, O braço esquerdo ficaria nitidamente afastado do corpo, este torcido. (a arma seria impelida pelo tranco numa direção e a cabeça na direção contaria).

Ao dizer à professora que já tinha dirigido um Buggy e presumindo que seus pais não o deixassem dirigir o automóvel da família, Marcelo parece ter dirigido muito bem seu carro até a escola que fica a cerca de 5 km de distancia, estacionado, assistido às aulas, e fazendo o percurso inverso. Notáveis o sangue frio, sua experiência com armas de fogo, dirigir automóvel, manter-se tranqüilo nas aulas da manhã com a família morta em sua residência. E o que fazia a arma do avô na mochila de Marcelo? Marcelo agiu sozinho ou foi instruído?

 Mas então para quê a luva que tardiamente foi encontrada no carro ???? para não ser descoberto, se estava a fim de acabar com tudo? 

- E o ângulo de dobra do pulso para uma arma tão longa poder encaixar perpendicularmente ao crâneo? Não teria como encaixá-la no lobo esquerdo com mão tão pequena... 

E ele não era canhoto...

Não parece muito “plausível”, e certamente os exames de perícia, a terem sido corretamente executados, com a devida “reconstituição do crime”, podem levar à possibilidade ou impossibilidade de o crime ter sido efetuado por um ou mais suspeitos.

As vítimas foram mortas por terceiros, o que exclui Marcelo como autor.


Neste caso há uma hipótese para a autoria ou co-autoria do crime quer por policiais quer por narcotraficantes ou bandidos de qualquer espécie, para duas hipóteses de Móbil do Crime: Queima de arquivo ou vingança.

Nesta hipótese, e como os vizinhos não ouviram os tiros, também não devem ter escutado qualquer veículo nas imediações, e mesmo por volta das seis ou sete da manhã, o carro dos pais de Marcelo não pareceria estranho ao dirigir-se à escola. Neste caso alguém poderia estar dirigindo o veículo.

Reconstituição hipotética do crime sob esta hipótese:

Marcelo, segundo familiares, queria ser policial, em total oposição aos comentários que teria feito com seu amigo de escola, segundo o qual queria matar os pais e ser um matador de aluguel.

Quer por vingança, ou queima de arquivo, policial ou bandido entra na casa da família e atira com abafadores de som (pode ter sido mais de um). Isso explica porque os vizinhos não escutaram os tiros. É possível que Marcelo lhes tenha aberto a porta. Só há uma vítima que não estava acordada: A mãe de Marcelo, que morreu de joelhos em frente à cama. Por estar acordada, provavelmente foi a primeira a ser atingida. Isto explicaria porque razão todas as demais vítimas poderiam estar dormindo, não dopadas. Tiros certeiros (como devem ter sido a julgar pela posição arrumada do corpo de Marcelo) denotariam que o autor fosse exímio atirador, coisa que Marcelo aparentemente não era.

Para confundir as investigações, mandam Marcelo à escola sob promessa que lhe garantiriam a vida se procedesse desse modo. Na volta atiram em Marcelo. Esta hipótese explica também porque razão Marcelo não apresentou vestígios de pólvora nos dedos, assim como explicaria que Marcelo, tendo a arma na mão esquerda o colocaria como canhoto, contrariamente às afirmações de familiares de que era destro.

O fato de Marcelo ter na mochila a arma do avô e ter preferido a arma da mãe, abre outras hipóteses que parecem menos plausíveis, mas que não podem ser descartadas. Uma delas teria por base o fato de a mãe estar acordada no momento do crime, abrindo uma hipótese adicional de ter sido ela a perpetrar o crime e a atirar na família, tendo sido o filho morto por ela num processo de “eliminação familiar”. Neste caso teria atirado logo que o filho foi para a escola, dando-se um tempo para decidir se o matava na volta ou se cometeria suicídio antes de sua volta poupando-o. O ideal seria determinar a “seqüência das mortes”. 


Todas estas hipóteses possuem falhas evidentemente. Trata-se de especulação, mas de qualquer forma as perguntas devem ser respondidas – estas e outras - para que a determinação da culpabilidade esteja de acordo com os padrões de análise da cena do crime, dos motivos, da analise química do conteúdo estomacal das vítimas e da reconstituição do crime.


© Rui Rodrigues


O texto abaixo está no link http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2013/08/11/legista-do-caso-pc-farias-contesta-pm-de-sp-e-diz-que-filho-de-sargento-da-rota-foi-assassinado.htm

O médico legista e professor da Ufal (Universidade Federal de Alagoas) George Sanguinetti, que ficou conhecido por refazer o laudo das mortes do casal Paulo Cesar Farias e Suzana Marcolino e apontar que eles foram assassinados em 1996, afirmou em entrevista ao UOL que o filho do casal de policiais militares paulistas Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini, 13, também foi assassinado junto com os pais.


Ao analisar as fotos da sala em que Marcelo e os pais foram encontrados mortos, Sanguinetti foi categórico ao afirmar que a posição do corpo do adolescente não é compatível com a de um suicídio, e sim, com a de um assassinato.
"Há muita clareza nas posições dos corpos, que mostram que os três foram assassinados. Ao fazer os cálculos de corpos com estatura semelhantes à da mãe e do filho, podemos observar que todos foram mortos por outra pessoa", disse Sanguinetti, explicando em um cenário montado com um colchão no chão e um boneco na posição semelhante à qual Marcelo foi encontrado morto.
"A posição em que o corpo do menino caiu, com a mão direita em cima do lado esquerdo da cabeça e o braço esquerdo dobrado para trás, com a palma mão esquerda aberta para cima, não é compatível com a posição de um suicida, e sim, com a de uma pessoa que foi assassinada. A arma do crime também não está no local compatível, que iria aparecer na foto em cima da cama ou próximo aos joelhos do menino", explicou Sanguinetti.
Para ele, a equipe da perícia precisa refazer os cálculos do trajeto dos corpos ao serem atingidos pelos projéteis porque a conclusão está equivocada ao afirmar que o menino assassinou os pais e depois se matou. Ele explicou que não é impossível refazer os cálculos mesmo com o cenário desfeito e que os peritos devem se basear nas imagens para concluir "claramente" que o menino também foi vítima.
Am"Apesar de as pessoas próximas ao menino dizerem que ele sabia atirar, a forma como cada um deles foi morto, com apenas um tiro na cabeça, é de atirador profissional. Por mais que o menino tivesse habilidade, ele iria efetuar mais de um disparo para atingir os corpos dos pais e para se certificar de que eles teriam morrido", argumentou o legista.
Sanguinetti disse que também seguiu os cálculos da medicina legal para afirmar que o corpo de Andreia foi colocado no local em que foi encontrado. Para ele, a policial não foi morta na posição fetal. "A parte do corpo que ficou suspensa na cama corresponde a 15% da massa [corporal da vítima], e o peso restante iria fazer o corpo ser arrastado para o chão. Jamais, ao levar um tiro, o corpo conseguiria se manter em uma posição que a parte mais leve seguraria a parte mais pesada, a não ser que já estivesse com rigidez cadavérica, como podemos observar na foto."
O legista também questionou o argumento de que não foi detectada a presença de chumbo, antimônio, bário e pólvora nas mãos do menino, e que, ao efetuar supostamente os cinco disparos que mataram o adolescente, os pais, a avó Benedita de Oliveira Bovo, 67, e a tia Bernadete Oliveira da Silva, 55, o polegar e a parte dorsal da mão esquerda, obrigatoriamente, teriam algum vestígio.
pliar"Informaram que o menino era sinistro e nem a mão esquerda, a provável a ser usada para fazer os disparos, e nem direita apareceram com resíduos de tiros. Obrigatoriamente quando efetuam-se disparos de arma de fogo os resíduos aparecem. Se disserem que ele efetuou e deu negativo o exame residuográfico estamos indo de encontro com toda a medicina legal", afirmou
O médico legista questionou ainda o porquê da equipe de criminalistas não realizar exame em microscópio para observar resíduos dos tiros na derme e na epiderme do garoto. "Eles fizeram exames somente com a lavagem das mãos em soro, mas deviam ter retirado pedaços da pele do menino para investigar os resíduos e iriam encontrar", disse.

Você acredita na versão dada pela polícia para a morte dos PMs e de toda a família em São Paulo?